Tite usa termo do boxe para exaltar Fla e vê 'circunstância' por vaga em 2º
Classificação e Jogos
O técnico Tite, do Flamengo, usou um termo do boxe para exaltar o esquema utilizado pela equipe na vitória sobre o Millonarios, em jogo da Libertadores ocorrido na noite desta terça (28). Ele também falou sobre o fato de o rubro-negro ter avançado como 2° lugar do Grupo E do torneio.
O que ele falou
Esquema com Gerson. "O time tem duas formas: pode jogar com dois velocistas do lado ou com um jogador de articulação. O momento é de articulação, com Gerson do lado em um quarteto de meio campo que dá muita posse. Não queria usar um termo do boxe aqui, mas ele fica 'jabeando' [uma relação ao termo "jab", que é um golpe do boxe] o adversário com posse. Inverte lado com posse, aí o adversário corre para um lado, aí vai de outro, aí trabalha curto e vai criando oportunidades. Este é o momento desta equipe."
Classificação no 2° lugar. "É um calendário muito apertado e há uma série de jogos com detalhes importantes. A responsabilidade é de que nós poderíamos ter classificado em 1°, mas há toda uma circunstância em cima disso."
Raio-x da vitória. "O desempenho do jogo sintetizou na supremacia, na posse, na finalização e na marcação agressiva leal, com antecipações e consistência de construção. Jogamos contra um adversário que fechou espaços e, mesmo assim, colocamos volume com participações estratégicas, como a do Allan."
Desempenho contra Amazonas e contra Millonarios. "É difícil responder a uma situação que falei semana passada. Há todo um contexto do jogo passado. Uma equipe que marca médio-baixo, como foi no 4-5-1 deles e que não quer a bola... Um psicólogo pode falar isso melhor, mas toda equipe que joga em casa tem um índice de aproveitamento melhor. É uma coisa para a psicologia explicar, mas é um aspecto de confiança que o torcedor traz, é um componente. Daquela situação para essa... não dá para comparar. Aqui, é um gramado que flui, e lá tranca. Quando é aqui, a bola entra em um toque só. É uma série de aspectos. Pode ser melhor? Sim. Mas comparar fica difícil, há um contexto..."
Evolução de Allan. "É um conjunto da obra. Se ele não tivesse a grandeza moral para entender o Allan que queremos, não fluiria. Os caras pensam que ser técnico é só escalar e treinar, mas há uma série de fatores. A gente quer excelência, esse Allan, e não aquele do Atlético-MG que tinha outras funções. A gente tirou ele 15 dias e fez um trabalho específico porque é exigência."
Balanço do Fla na Libertadores. "É difícil pegar todo um contexto. Houve o tempo de muitas viagens, jogos acumulados... parece justificativa. Há uma desvantagem. Queríamos decidir na nossa casa e ser 1°, mas a equipe tem capacidade técnica e mental para decidir fora de casa."
Incômodo com nova questão sobre desempenho como visitante. "Desculpa, mas é a terceira resposta que dou quase na mesma pergunta. É um desafio nosso para fazermos fora em cima de um contexto que já falamos anteriormente."
Fabrício Bruno fora? "Técnico não pede e não libera atleta. Há uma hierarquia e é preciso respeitar o clube e seu planejamento. Eu posso falar tecnicamente: é um grande jogador, queria contar com todo mundo. Quanto mais eu tiver atleta, melhor, mas há um planejamento da direção que está acima. É um contexto todo. Vou dar as palavras de um grande diretor que tive no Caxias. Ele falava: 'com grandes atletas, se você errar, você vai acertar'. Eu quero todo mundo. Se eu errar, eu vou acertar."
David Luiz. "É um grande atleta, já falei outras vezes. Jogou muito. A única coisa que peço é que, em momentos decisivos, a gente pode errar em algumas partes do jogo. O atleta é um ser humano, e ele está enfrentando outros. Não só o David, mas com outras situações, como o Varela errar cruzamento, o Allan errar uma finalização, o técnico errar..."
Pedido a torcedor. "Passe carinho para os atletas. O Flamengo está acima de nossos nomes. Se esse carinho vier do torcedor e não existir reclamação, isso deixa o atleta energizado, confiante e mobilizado. A gente sente. O Tite vai passar, o atleta vai passar, mas é o manto sagrado. Apoia, incentiva... vai fazer diferença esse tipo de comportamento."
Trabalho com Gabigol. "É o mesmo processo e o mesmo trabalho, claro que com características diferentes. O dia a dia dele, do Allan e todos é produzir para que estejam no alto nível."