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Abel vê Endrick insubstituível e diz que escalou trio do bilhão após pedido

Do UOL, em São Paulo

30/05/2024 22h09

Classificação e Jogos

O técnico Abel Ferreira vê Endrick como insubstituível no Palmeiras. Após o empate contra o San Lorenzo na despedida do camisa 9, pela Libertadores, o português falou sobre como poderá armar o time sem ele e afirmou que montou o ataque titular com o 'trio do bilhão' [Endrick, Luís Guilherme e Estêvão] após pedidos.

O que ele disse?

Endrick insubstituível. "Vendemos um jogador para o Real Madrid e perguntam quem vai substituir esse jogador. Ninguém vai substituir ele. A minha função é arranjar soluções para quando jogadores vão para seleções. Vamos valorizar nossos jogadores, olhar para as opções. Vamos ver, temos Rony, Flaco López..."

Projeto perfeito. "Acho que as coisas aconteceram tão perfeitas. Conseguiu fazer tudo, ser campeão em todas as categorias. Jogou no tempo de Deus, nos ajudou muito no ano passado, está conosco há um ano e sete meses, veio a tempo de ser campeão com a equipe principal. Houve um período de adaptação, começou muito bem, depois um período não tão bom, foi capaz de suportar as críticas. Ronaldo, Neymar, Messi, Guardiola... Os melhores do mundo são sempre sujeitos às críticas e tens que fazer um acordo de paz para continuar a trabalhar e seguir em frente. Para um moleque de 16 ou 17 anos, não é fácil suportar essa pressão, mas ele foi capaz disso. Foi um plano e um projeto que saiu na perfeição".

Conselho e possível reencontro no Mundial. "Claro que chegamos ao final contentes por termos participado da formação dele, ele ainda está em formação. Por outro lado, triste porque vamos perder um jogador da qualidade dele. Disse a ele que não perca o sorriso e a felicidade nos momentos de glória ou frustração, que não esqueça de onde veio, que não deixe que o ego se sobressaia, ele é traiçoeiro, às vezes os elogios são armadilhas. Foi o que eu disse a ele. Para chegar ao mais alto nível e ser um dos melhores há muitos sacrifícios e renúncias que precisam ser feitos. Um desses é português [Cristiano Ronaldo] e foi várias vezes melhor do mundo, o outro é argentino [Messi]. Não sou contra quem não faz sacrifícios e renúncias, sou contra quem quer chegar lá e não os faz. Disse-lhe uma palavra que eu amo, que é gratidão. Estou muito grato por tudo que ele nos ajudou, proporcionou, mas não desejo felicidades se jogar contra o Palmeiras daqui um ano [Super Mundial], vamos querer parti-lo todo".

'Trio do bilhão' junto pela primeira vez. "Foi uma decisão difícil manter os três [Endrick, Luís Guilherme e Estêvão] porque são jogadores de muita qualidade. Em determinados momentos, vão precisar da maturidade competitiva que às vezes alguns deles não têm. Ganhamos umas coisas e perdemos outras. São jogadores que nos dão irreverência, que estão no processo de formação como jogadores e homens. Dois deles não têm idade adulta. Também foi um pouco por pedidos de quererem vê-los juntos. Se calhar, fui mais à procura do que era melhor para toda gente ver os três juntos do que para a equipe, sinceramente. Todos gostam de jogar do lado esquerdo".

-> Nota da edição: Endrick, Luís Guilherme e Estêvão ficaram conhecidos como o "trio do bilhão" no Palmeiras após João Paulo Sampaio, coordenador da base alviverde, dizer que se o clube não conseguisse vendê-los por no mínimo 200 milhões de euros (R$ 1,1 bilhão na cotação atual) seria incompetente.

Citação a Guardiola. "Eu não acho que jogamos mal, tivemos uma muralha pela frente, empurramos o adversário, mas eles se defenderam. Você já viu o Guardiola falando que sonha em jogar 90 minutos com o adversário sem passar do meio de campo e hoje quase conseguimos isso".

Frustração por não ter a melhor campanha? "Feliz por poder pertencer a uma equipe jovem, que luta com objetivo de ser campeão e que forma jogadores. Estávamos entre nós da comissão frustrados e um deles disse que estava frustrado por não conseguir a classificação geral em primeiro e parece que as coisas são tão fáceis. Estamos em um dos grupos mais difíceis, talvez o da morte. Chegamos na rodada final sem perder e podendo disputar para ser o melhor da classificação geral. Não conseguimos e chegamos ao final com a sensação de tristeza. Não podemos deixar que esses pensamentos que vêm do exterior entrem porque fazemos um trabalho muito bem feito, sério. Tenho que dar os parabéns aos jogadores por essa classificação. Contra tudo e contra todos, conseguimos sempre dar respostas".

Jogo de poucas chances. "O jogo foi difícil contra um time que veio para não sofrer gols e conseguiu. Gostaria de ter mais tempo de jogo rolando para furar uma linha tão baixa. Mas também é dar mérito para o adversário. Me lembro só de uma bola de cabeça do Murilo e uma bola do Veiga e do Estêvão. Não fomos tão agressivos e agudos como somos com equipes que jogam em bloco baixo. Os adversários respeitam muito o Palmeiras. A defesa deles foi superior ao nosso ataque".

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