António vê derrota emocional do Corinthians para o Botafogo e libera folga
Do UOL, em Santos
02/06/2024 00h13
O técnico António Oliveira viu uma "derrota emocional" do Corinthians no 1 a 0 do Botafogo neste sábado (2), em plena Neo Química Arena, pela 7ª rodada do Brasileirão.
O que aconteceu
António Oliveira entende que o emocional do Corinthians pesou na derrota para o Botafogo.
O treinador português, inclusive, prepara uma folga maior ao elenco durante a Data Fifa para que voltem mais "frescos".
O Timão só voltará a campo para enfrentar o Atlético-GO, dia 11, no Antonio Accioly.
Não vou concentrar. Vou liberar. Com essa maratona de jogos, falta espaço para o ponto de vista emocional. Estabilidade é a família. Virão frescos depois. O que eu senti hoje não foi aspecto físico, foi emocional. Foi o 11 que jogou na terça praticamente. Mas não foi o mesmo
Veja todas as respostas de António Oliveira
Elenco curto
"Eu já falei sobre essa questão no último jogo. Janela, não sei o que. Já falei que estou em contato permanente com a diretoria. Portanto, já sabem as necessidades e com certeza quando ela abrir haverá novidades. Até lá, temos que trabalhar forte. Entendemos o momento e a classificação, mas isso é uma maratona. No final é que faremos as contas e atingiremos nossos objetivos".
Gás no fim do jogo
"Não concordo. Seu colega anterior falou de domínio do Corinthians na primeira parte. Sabíamos da proposta de agredir as nossas costas, atacar a profundidade. Bola parada... Foi sempre no nosso erro que o adversário tentou nos ferir, pouco ou nada na primeira parte. Pecamos um pouco em não terminar as nossas jogadas, permitindo as transições do adversário. Era um jogo que não queríamos e sempre procuramos a estabilidade. Tínhamos que ser mais incisivos em frente à baliza, mas não fomos. Entramos menos agressivos nos 15 minutos do segundo tempo, depois só houve uma equipe em jogo, não concretizamos as oportunidades e a justiça é de quem marca mais".
Legado do António Oliveira e pontos a melhorar
"Principalmente há uma coisa que no futebol e na vida temos que saber: a mesma dignidade quando ganhamos e saber perder. Sempre alertei e avisei que não ganharíamos sempre, que teríamos altos e baixos. É só olhar para a qualidade dos adversários nesse início de campeonato. Não justifiquei cinco pontos em 21, sou honesto e procuro resultados, não procuro desculpas. Falar de árbitro, culpar pouca profundidade no elenco ou algo parecido. Minha tarefa enquanto treinador é, com recursos que temos, fazer o melhor possível. Números indicam isso. Precisamos perceber o contexto e o nível dos adversários. Se formos intelectualmente honestos, mesmo tendo seis insucessos, de dois empates e quatro derrotas, eu retiro muita coisa positiva. Hoje faltou o gol [risos]. Temos que ser mais assertivos nos últimos 30 metros. Temos que ser mais agudos e mais direcionados ao gol, ali que se decide tudo. Não precisamos adornar o lance nos últimos 30 metros. É uma equipe que cada vez mais sofre menos, mais equilibrada. Temos que ser mais assertivos e terminar a finalização para evitar transições. É olhar para os números e ter honestidade, dignidade. Fizemos coisas boas nessa reestruturação. Diante dos problemas que vivemos ao longo e no entorno do clube. É uma equipe em crescimento. Não está em questão o que o Matheuzinho fez e fez com qualidade, mas a falta do Fagner. É só o Fagner está aqui, não só pelo que faz em campo. São as referências, sabem o que é o clube e fazem a transferência aos mais jovens".
Substituições
"Romero fez e faz qualquer função bem feita: direita, meio, esquerda. Treinador vê o que o jogo pede. Ali não tínhamos tanta necessidade do Breno, colocamos o Garro mais perto do Raniele para ligar o Yuri. Ter jogadores mais verticais. Coronado procura mais passes interiores e produz menos em profundidade, por isso ter mais jogadores por dentro. Por que fala-se tanto em alterações? Vi a final da Liga dos Campeões e só houve uma do Real Madrid. E foi por aplausos ao Kroos. Aqui se tem muita ansiedade, mas é mexer no critério. Jogadores demoram a entrar no ritmo. Matheuzinho saiu porque pediu, nem sempre há necessidade de mexer. O Fausto faz três finalizações quando entra. Criamos superioridade com apenas dois jogadores do meio-campo adversário. Garro, Fausto, Coronado, Romero e passes interiores na largura do Mosquito e Hugo. Não é colocar 30 homens para ter mais finalizações. Não podemos perder as ligações. Substituições foram feitas com critério, não fiz mais porque achei que não havia necessidade".
Desempenho diferente entre copas e Campeonato Brasileiro
"Já falei que as contas se fazem no fim. São 38 jogos e estamos com sete. No fim atingiremos objetivos e nas copas queremos seguir e passar de fase. Temos ambições em todas as competições. É uma maratona, falta muito campeonato".
Preparação na Data Fifa
"Não vou concentrar. Vou liberar. Com essa maratona de jogos, falta espaço para o ponto de vista emocional. Estabilidade é a família. Virão frescos depois. O que eu senti hoje não foi aspecto físico, foi emocional. Foi o 11 que jogou na terça praticamente. Mas não foi o mesmo. Jogamos decisão para primeiro lugar, adversário tinha tudo resolvido. Segundo lugar foi igual ao primeiro, que dá vaga diferente. Só olhar alterações do adversário. Nós andamos no início do campeonato dentro de uma construção. Hoje foi mais desgaste emocional que físico. Quando tivemos que ir para cima, nós fomos. Temos que encher o balão para dar uma resposta, então erramos em momentos de decisão, como o Wesley, que faz trabalho extraordinário e hoje não foi decisivo. Nós temos responsabilidade, agora oito dias para disputar o próximo jogo e precisamos de pontos para nos colocar na posição que esse clube merece".
Falta de gols no Brasileirão
"Porque são da Série A e os outros não [risos]. É só olhar os adversários. Mas tivemos chances de gol, bola na trave. Sempre criamos em todos os jogos. Adversários são muito superiores em relação às copas. Não somos uma super equipe nas copas, temos que ver a realidade das competições. Nível do adversário é diferente. Fortaleza, Flamengo, Botafogo, Fluminense... Adversários de Libertadores. Neste meio de reconstrução, jogadores estão de parabéns pelo que têm feito, mas resultados não são os que queremos. Da nossa responsabilidade. Percebemos o momento e vamos trabalhar para ganhar o próximo jogo e as contas se fazem no fim".
Desentendimento com Daronco e Oscar Romero
"Situações de jogo. Adrenalina no máximo. Faz parte do futebol".
Moscardo
"A partir do momento que tenho essa possibilidade, vou fazer. É um jogador de qualidade. Teve longa pausa. Não posso acelerar. Agora vai ser gradualmente. Dando alguma minutagem para dar ritmo competitivo. É alguém que eu conto até decidirem que tem que ir embora".
Possibilidade de sair o Wesley e Kayke
"Kayke não está no profissional há um tempo. Falei para as pessoas não se iludirem, e não digo em relação ao Kayke. Não vão sair todos Breno Bidon e Wesley. Falei que Breno não me saltou aos olhos no início, duas ou três semanas de Corinthians. Com quatro meses tenho conhecimento profundo de quem trabalho. Sou alguém que é sempre a favor do talento, sem olhar a idade. Wesley e Breno Bidon estão aí, fantásticos. Se outros derem respostas positivas, comigo terão as portas abertas".
Fagner e sua ausência por lesão
"Independentemente da situação do Fagner, tenho a premissa de só quem faz falta quem aqui está. Temos que lidar com a sua falta. Ele é importante. Perdemos Cássio e Paulinho e ele é um dos sobreviventes. Tenho muito gosto que continue no futuro e temos que viver com ele fora do campo agora, só com a gente no CT. Não vale a pena chorar. Nunca vou arranjar desculpa. Me pagam para arranjar soluções. É o que busco".
Carlos Miguel capitão e lideranças do elenco
"Tem vários. Já tivemos essa conversa. Hoje foi o Carlos, em outro jogo pode ser outro dentro do que eu estipular. Quando eu delego liderança não é só pela braçadeira e cara ou coroa. É pelo que representam para o grupo. Temos cinco elementos que são a transição dessas lideranças. Carlos Miguel, Romero, Fagner e no futuro vou dizer. Não posso dizer tudo hoje".
O que faltou para o gol?
"Faltou fazer o gol. Não faltou nada... Podíamos ter sido mais assertivos nos últimos 30 metros, mais qualidade e discernimento. Condição emocional pesa um pouco. Temos que decidir melhor. Tivemos o dobro de finalizações do adversário. Estamos tristes por perder, mas não estava tudo bem quando ganhamos também. Acreditamos no que é feito. Não jogamos como jogamos na terça, mas não fizemos um jogo ruim. Foi um jogo ok. Faltou fazer o gol, mas estamos no caminho certo. Vamos fazer contas no fim e atingir os objetivos".
Imposição física do Botafogo
"Quem olha para nós percebe que falta um pouco de corpo, dimensão física. É a batalha do meio-campo, duelos de primeira e segunda bola. Sofremos um pouco. É uma análise perfeita do que vimos, sentimos. É construção do elenco. Temos que fazer reajustes para aliar condição física e técnica. Não é só talento. É questão competitiva, mais dimensão física para equilibrar jogos contra esse tipo de equipe. Sofremos também no Paulista contra o Palmeiras assim. Se o adversário leva para a dimensão física, temos dificuldades e cada um joga com as armas que tem".