Dorival diz que vai cuidar de Endrick: 'Ele não perdeu a essência'
O técnico Dorival Júnior valorizou não só os aspectos técnicos, mas também o comportamento de Endrick em meio ao turbilhão na carreira do atacante de 17 anos, que marcou três gols em três jogos pela seleção. O mais recente foi na vitória sobre o México, no penúltimo amistoso antes da Copa América.
"Temos que ter calma, paciência, sem comparações em relação a um nome ou outro. Ele tem que se fazer por ele próprio. Ele tem que buscar sem espaço. Isso vem acontecendo, com calma. Vamos ter muito cuidado com esse garoto. Está acontecendo muita coisa na sua vida em pouco tempo. O importante é que ele não perdeu a essência, está se mantendo como o vi iniciando no Palmeiras. Isso chama atenção e ao mesmo tempo engrandece o que ele vem realizando, e as conquistas que teve em pouco tempo de carreira", disse o técnico da seleção.
Efeito imediato de Endrick. "Acho que é prazeroso poder observar um garoto como esse, vindo de um protagonismo interessante no Brasileirão e nos dando uma resposta muito boa. Em cima de uma expectativa grande criada. Deixará o nosso país defender o Real Madrid. Espero que ele continue nessa crescente mostrada nesse último ano. Para ele será fundamental. Espero que não perca essa essência para que esse processo se complete o quanto antes e ele continue gerando muitos resultados para o clube e a seleção".
Jovens na seleção. "Realmente é uma seleção jovem. Porém, temos que imaginar que daqui a dois anos ainda possamos atingir o melhor momento, melhorarmos a nossa condição para mais uma Copa do Mundo, principalmente buscarmos uma boa Copa América. Aos poucos a equipe pode ir amadurecendo, criando mais de corpo, dando oportunidade para alguns jovens aparecerem. É o que queremos. Que exista lealdade na disputa das posições. É por somatório das duas partidas e treinamentos é que decidiremos a equipe que iniciaremos a Copa América. É uma disputa aberta. Todos buscando dar o seu melhor".
O que mais Dorival disse
Por que usar reservas desde o início
"Era o único momento que poderíamos ter observação de todo o elenco. Acredito que tenhamos tido atitude correta. Tomamos decisão importante dando oportunidade a muitos jogadores e ficamos satisfeitos com o que vimos ao longo de 90 minutos".
Savinho
"Fico muito satisfeito por ter acompanhado esse momento do Savinho, que nos chamou atenção desde a primeira convocação. Hoje, fizemos um gol muito bem trabalhado, exaustivamente ao longo dos 10 dias, com movimento completo do Savinho entrando por dentro, Yan fazendo o movimento "sujo", dando condições de a bola cair no Savinho, e o Andreas usando o corredor muito bem. Pontuamos que poderia acontecer e na insistência deles, ao acreditar no que está sendo proposto, nos faz acreditar que o trabalho está fazendo um bom caminho".
Oscilação da seleção
Eu acho que tivemos alternâncias dentro da partida. É uma realidade. Uma equipe jovem. Tivemos cinco, seis treinos completos. A equipe enfrentou um estádio e uma equipe bem postados. Estádio tomado por uma torcida única. Talvez tivéssemos 10, 15 mil brasileiros, que fizeram diferença a nosso favor. Mas enfrentamos situações delicadas dentro da partida, com oscilações, o que é natural. Tivemos mais situações positivas do que negativas. No momento que estávamos mais estabilizados, tomamos os dois gols. Mesmo assim, temos a mesma força da partida anterior contra a Espanha, fomos buscar o terceiro gol.
Dor de cabeça?
"Temos que pontuar tudo o que tem acontecido. Mas, de modo geral, ao fim de 90 minutos, com alternâncias dentro do jogo, estou mais satisfeito do que preocupado. Ainda que independentemente do resultado, estaríamos amanhã em campo pensando o que se passou nos 90 minutos e buscando as correções para uma equipe que promete muito, até o momento final que será chegar à Copa do Mundo".
Campo apertado
"A nossa saída de bola é natural que tenhamos usado mais o goleiro do que necessário. Primeiro, pelo posicionamento do adversário. Segundo, pelo campo mais reduzido. Muito mais próxima a marcação. Em razão disso, talvez tenhamos dificuldade maior. O México se viu em problemas em alguns momentos por isso também. Com tudo isso, tanto México quanto o Brasil tiveram momentos positivos e negativos. Erros acontecem, mas são passíveis de correção. Tivemos dificuldade na nossa marcação pressão. O que é fato natural. É pouco tempo para cobrarmos equilíbrio ou regularidade de 90 minutos para uma equipe que fez pouco trabalhos".
Movimentação do time
"Se avaliarmos num primeiro momento, vamos ver que é uma equipe que tem jogo posicional. Mas é tudo o que eu não quero. Eu quero que as posições sejam preenchidas, mas com alternância dentro dos movimentos. Dos três homens do lado direito e dos três do lado esquerdo. Quero muita liberdade de movimentos para chegarmos com muitos às conclusões. Tivemos alternâncias, atacamos espaços e isso foi ponto positivo da nossa equipe".