Corinthians: António evita turbulências e detona técnico da seleção sub-20

O técnico do Corinthians, António Oliveira, evitou abordar as principais turbulências recentes do clube e usou a entrevista coletiva pós-empate contra o Atlético-GO, pelo Campeonato Brasileiro, para disparar contra Ramon Menezes, comandante da seleção sub-20. O motivo? As convocações de Breno Bidon e Wesley para um jogo-treino do Brasil contra o Botafogo, ocorrido no último sábado (8).

O Bidon e o Wesley eram jogadores convocados para a seleção sub-20, e houve uma liberação por parte do clube, a entidade que lhes paga. O que foi combinado, aqueles senhores responsáveis pela seleção acabaram por não fazer, mesmo sabendo que os jogadores tinham jogo na terça. Então, na próxima, eles não vão. Foi uma falta de respeito principalmente dos treinadores [Ramon e sua comissão]. Eles tinham jogadores suficientes para utilizar. Por que o Bidon jogou 90 minutos e o Wesley jogou 75? Não havia mais jogadores? É evidente que os jogadores chegaram desgastados. Comprometeu a semana de trabalho. Não me digam que um homem vai ser mais treinador ou menos por ganhar do Botafogo sub-20, com todo respeito. Temos que ter respeito e ética dentro da nossa área. Eu seria incapaz de fazer uma situação como o que ocorreu com Bidon e Wesley António Oliveira

O que mais ele falou?

Carlos Miguel. "É a primeira e última vez que vou falar sobre isso: sou treinador do Corinthians, e o Carlos Miguel é jogador do Corinthians. Até que me passem informação contrária, é um jogador que está disponível como todos os outros. A partir deste momento, escalo quem acho que são os melhores para servir o clube."

Situação financeira impedirá reforços? "Há uma necessidade clara. Eu quero ter 20 jogadores com capacidade para competir dentro das posições, é basicamente ter dois jogadores por posição. Estamos em todas as competições. A semana tem sido conturbada, mas dentro do nosso grupo, ninguém toca. Queremos um clube onde exista paz. É evidente que temos sofrido dentro do elenco, são muitas saídas e lesões. Vamos reduzindo nossas opções. Existe uma necessidade clara de reforços, mas não podemos reforçar, temos que conviver com este grupo, é com eles que tenho um orgulho de trabalhar. Não sou o homem do dinheiro. Tenho uma exigência técnica, mas não tenho dinheiro, isso a diretoria sabe. Estamos trabalhando para tornar um Corinthians mais forte."

Raio-x do jogo. "Foi um jogo que tivemos de grau de dificuldade elevado, como todos os jogos do Brasileirão, contra uma equipe com urgência de pontos em um estádio, historicamente, que o Corinthians tem dificuldade. Foi um jogo com diversos acontecimentos que motivaram muito o que foi o resultado final. Foi um resultado justo. É evidente que, mesmo com o 2 a 0, é natural que a equipe adversária, com um homem a mais, teve mais a bola e chances mais claras. A partir do momento que existe a expulsão, o jogo fica completamente desvirtuado, e as estratégias mudam."

Expulsão de Gustavo Henrique foi justa? "Em relação à expulsão, não vi porque estava de costas para o lance. Todos cometem erros e têm sempre uma oportunidade. Acontece, é um dos jogadores mais experientes do nosso elenco, mas há um fato."

Alerta. "Temos que parar de errar. Os jogadores já estão avisados disto, mas todos que erraram também já nos deram situações boas. Não posso esquecer que o Yuri também já foi muito criticado e, hoje, é herói. O futebol é assim mesmo, vamos de vilões a heróis em um jogo só. O caminho é continuar a trabalhar e errar menos. Nestes jogos de Brasileirão, que são muito equilibrados, quem errar menos acaba por ganhar jogos."

Elogio a jogadores. "O saldo, dentro do que tínhamos de expectativa, foi desvirtuado a partir do momento da expulsão. Fomos ao encontro do que o adversário foi oferecendo, agimos e fizemos mudanças de acordo com as necessidades e dos problemas. É evidente que o adversário teve ocasiões para não perder o jogo, e nesta perspectiva, o empate foi justo. É preciso frisar o orgulho que tenho dos meus jogadores e a coragem que tiveram mesmo com menos um, ainda mais nesta situação que o clube vive. Eles foram heróis por estarem nesta desvantagem numérica porque tiveram que correr mais."

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