Mulher usada como laranja quer processar Corinthians por danos morais
Edna Oliveira dos Santos, usada como laranja em repasse de comissão da Vai de Bet, deve processar o Corinthians por danos morais.
O que aconteceu
Edna prestou depoimento à polícia nesta terça-feira, no 1º DP de Peruibe, cidade do litoral de São Paulo onde reside.
Após o depoimento, os advogados de Edna revelaram a intenção de processar o Corinthians por danos morais.
Os representantes legais da suposta vítima ainda aguardam os desdobramentos da investigação, mas têm a intenção de ajudar Edna a ser indenizada.
A prioridade, porém, é manter o benefício do Bolsa Família, única fonte de renda da mulher que vive numa humilde residência em Peruibe.
Agora é acreditar no trabalho da polícia, que está fazendo um trabalho incrível. E, concomitantemente à ação criminal que será levada pelo MP, haverá uma ação cível em relação à intermediária, mas em relação ao Corinthians
William Marroco, um dos advogados de Edna Oliveira dos Santos
Edna voltou a afirmar que não assinou nada e não é dona da Neoway Soluções, empresa utilizada como laranja no repasse de parte da intermediação do acordo do patrocínio máster da Vai de Bet. A empresa ativou uma cláusula anticorrupção e rescindiu o contrato.
O Corinthians pagou a comissão para a empresa Rede Social, de Alex Cassundé, apoiador do presidente Augusto Melo nas eleições. A Redes Social pagou pouco mais de R$ 1 milhão em duas transferências para a Neoway Soluções, empresa de fachada. O Timão nega qualquer envolvimento em esquema de corrupção.
Tudo depende da investigação, sem atitudes precipitadas. Vamos tomar as medidas civis e criminais depois. O nosso foco é fazer com que ela não perca a única renda dela, o Bolsa Família. As empresas no nome dela podem atrapalhar. Notificamos o Bolsa Família. Acredito que não perderá, mas vamos resguardar a situação
Walkir Patucci Neto, também advogado da suposta vítima
Os advogados apontaram que ninguém do Corinthians procurou a mulher para conversar sobre a situação ao qual ela foi exposta nas últimas semanas. "Eles [Corinthians] têm a possibilidade de entrar em contato para conversar, mas acordo dependeria da Edna. Por enquanto é a ajuizamento cível", continuou o advogado William Marroco..
A defesa afirma que Edna é vítima no caso, situação corroborada pelo delegado Tiago Correia, da Delegacia de Crimes Financeiros do Departamento de Polícia de Proteção à Cidadania.
"Edna é vítima de uma fraude. Ainda não temos acesso aos autos completos, vamos acessar agora na íntegra para analisarmos o processo e decidirmos os procedimentos. Vamos aguardar a resposta do que virá pela frente", concluiu William Patucci.