Dorival admite problemas na seleção pré-Copa América: 'Ninguém é mágico'
O técnico Dorival Júnior reconheceu mais uma vez os problemas da seleção brasileira depois do último amistoso antes da Copa América, que terminou com empate por 1 a 1 diante dos Estados Unidos. Para Dorival, não dava para esperar uma transformação tão profunda com poucos jogos, apesar de ele entender que há maior assimilação dos jogadores aos seus conceitos.
"O equilíbrio ainda não existe. Duas partidas. Ninguém é mágico, não acontece. Você vai encontrar essa condição com um pouco mais de jogos, treinamentos, muito trabalho. Aí, não tenho dúvida que encontraremos", disse Dorival, durante a explicação sobre as questões defensivas.
Tem muito espaço na frente da área da seleção? "É uma situação que temos que buscar equilíbrio. Temos meio-campo consistente. Estamos jogando com dois pontas ofensivos, um atacante que tem liberdade. A recomposição é importante. Até encontrarmos equilíbrio, precisamos mais desses jogadores em termos defensivos".
Mais dúvidas ou certezas? "Saio não só com certeza e algumas dúvidas, mas com muita confiança. Não tenho receio em afirmar que estamos em um caminho importante. É um fato natural o desequilíbrio em algumas partidas. Jogamos com duas formações completamente diferentes. Mas com jogadores, pelo pouco tempo de trabalho, que conseguem desenvolver o que queremos. Teremos mais dias pela frente e espero que possamos dar um salto de qualidade e procurar definir a melhor equipe possível para a estreia. Será fundamental para o desenvolvimento da nossa campanha. Espero fazer um jogo ainda melhor do que apresentamos nessas duas apresentações".
Classificação e jogos
Esperança por Vini Jr. e Rodrygo. "Aos poucos eles vão encontrando, dentro das suas características. Cobra-se do Vinicius, de repente, as atuações que ele vem tendo pelo Real. Acho que isso vai acontecer nos momentos mais importantes e decisivos da próxima competição. Rodrygo vem evoluindo. Quanto mais ele participar, será muito importante. As possibilidades de gol se ampliam".
O que mais Dorival disse
Amistosos contra México e EUA
"Foram dois jogos importantes para nós. Primeiro porque você coloca em campo tudo o que foi trabalhado. É natural que estejamos ainda um pouco distantes do que queremos. Futebol parte de um equilíbrio. Você tem que ser efetivo e, sem a posse, precisa estar mais atento, com compartimentos mais próximos. Vem melhorando, temos evoluído. O campo é menor, na vertical e na horizontal. Com certeza encontraremos adversários que vão se fechar, como fez os Estados Unidos. Precisamos de uma mobilidade um pouco maior, uma troca de passes mais dinâmica, com mais velocidade".
O que quer do time agora
"Pegamos um adversário que tem compactação boa, baixou as suas linhas, jogando com condição diferente do que apresentou contra a Colômbia. Espero que tenhamos dinâmica maior nos passes e, com isso, nossa criação vai melhorar. Além disso, nossa chegada à área com um pouco mais de homens para uma possível definição quando acontecerem bolas cruzadas".
Mais confiante do que preocupado?
"Muito mais. Mais confiante. Entendendo que estamos no caminho. Numa fase preparatória, era mais do que necessário dar oportunidade a quase todos de atuarem. Vai existir uma disputa saudável, dentro de um grupo que está se formando, percebendo características de todos. Foram dois ótimos jogos, no sentido de colocar em campo todos que estão nesse processo de treino. Pudemos conhecer um pouco mais de cada um. Foi fundamental. Daqui para frente, intensificar os trabalhos. Teremos campos um pouco mais dinâmicos. O gramado, acredito, tenha entre 20 e 30 dias de colocação, a bola estava amarrando muito. Precisamos de uma dinâmica maior na troca de passes. Acabou acontecendo no segundo tempo, mas não com a efetividade que queremos. Foi um jogo agradável para quem assistiu, mas precisamos de equilíbrio maior".
Por que manteve Alisson no gol
"Pela falta do Ederson e do próprio Alisson nas duas partidas anteriores, convocamos Rafael e Léo Jardim, dando oportunidade ao Bento. Achava correto com o retorno do Alisson que ele voltasse e tivesse as mesmas duas oportunidades. É um teste? Não. É para que entendamos mais o momento de cada um deles. As definições vão acontecer daqui para frente. Os treinos vão nos direcionar para a equipe que começa a partida seguinte, espero poder ser o mais correto possível".
Muitos gols sofridos
"Foram quatro amistosos, sofremos três gols com bolas paradas. Outros três em movimento. Nosso nível de atenção precisa estar sempre muito alto. Foram dois pênaltis bem duvidosos contra a Espanha. Fizemos oito gols. Precisamos desse algo mais, desse equilíbrio. Para ter jogos com a intensidade que precisamos".
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