Em 10 de maio de 1998, o São Paulo entrava em campo para disputar o jogo de volta da final do Campeonato Paulista contra o Corinthians, depois de perder a ida por 2 a 1. Nos altos falantes do Morumbi a escalação começou a ser anunciada e, então, veio a grande surpresa: Raí estava entre os titulares.
O treinador Nelsinho Batista contou no quinto episódio da série História da Bola do UOL Esporte, que nem mesmo os jogadores sabiam que Raí iria jogar a final.
Vendo o Raí trabalhar durante a semana, eu ia nos jogadores e falava 'se o Raí pudesse jogar, hein?? (...) porque eu tinha receio de como o grupo ia sentir, porque o Raí chegou para a final e o time veio muito bem durante a competição. Mas eu fui falando com alguns jogadores, alguns líderes do grupo e todos aceitaram
Raí tinha acabado de voltar da França, onde foi ídolo do PSG. Foi campeão Francês em 2 de maio e, cinco dias depois, foi anunciado oficialmente o retorno dele ao São Paulo.
O craque que já era bicampeão da Libertadores e tinha também um título mundial, começou a brilhar no tricolor exatamente num título Paulista. Raí fez três gols em duas finais seguidas, contra o Corinthians, em 1991, e contra o Palmeiras em 1992.
O São Paulo tentou inscrevê-lo já para a primeira final, mas a burocracia impediu e o cansaço impediram. O jogo foi apenas um dia depois do título dele na França. Com um time com muitos jovens, como Rogério Ceni e Denílson, só a presença dele no vestiário na primeira partida já seria importante.
NO dia seguinte à derrota, um dirigente procurou Nelsinho e deu sinal verde, Raí estava inscrito e o regulamento permitia que ele estreasse no último jogo do campeonato. O treinador segurou a informação com ele durante toda a semana e só conversou com Raí sobre a ideia de tê-lo em campo.
Time soube na véspera
Foi só no sábado, um dia antes da partida, que Nelsinho contou aos jogadores que Raí seria titular no lugar de Dodô, mas ainda pedindo segredo aos jogadores para que não vazasse para a impressa. Dodô vinha estava numa temporada irregular, com problemas no joelho, e não criou problemas ao ceder a vaga para o histórico capitão.
No sábado, eu reuni o grupo e falei 'o Raí pode jogar e quem vai sair é você Dodô'. Mas no treinamento da bola parada, nós vamos esconder isso, nós não vamos jogar para a imprensa, vai ficar entre nós'. E foi o que aconteceu, foi uma surpresa o Raí no jogo quando anunciou no Morumbi.
O centroavante França foi o companheiro de Raí e a dupla brilhou. O São Paulo venceu por 3 a 1, dois gols de França e um de Raí, e conquistou mais um título Paulista dentro do Morumbi.
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