Danilo surpreende, faz pergunta a Raphinha em coletiva e atleta se emociona

O lateral-direito Danilo apareceu de surpresa na entrevista coletiva do atacante Raphinha e, no final, pediu o microfone para fazer uma pergunta ao companheiro. Na resposta, Raphinha falou sobre quase ter desistido da carreira, lembrou do filho e se emocionou.

Algumas vezes na minha carreira, eu digo até que algumas vezes bem recente, eu pensei em já largar tudo por conta de problemas pessoais, problemas profissionais, pensei em desistir, largar o futebol, diria que minha vida poderia estar bem encaminhada, não teria a necessidade de passar por alguns problemas mentais ou algumas dificuldades de agressão em questões de mídia ou até mesmo por conta de torcedores, por não estar fazendo aquilo que eles acham que eu deveria estar fazendo. Já pensei em desistir, pensei em largar o futebol. Mas hoje em dia eu tenho uma força maior que é meu filho...

Raphinha fez uma pausa ao falar do filho, olhou para baixo visivelmente segurando as lágrimas. Depois, retomou a resposta ainda com os olhos marejados.

Me quebrou, cara. Imaginar que um dia ele (filho) possa me ver como uma inspiração no futebol, de repente não sendo o melhor jogador do mundo, mas só de ser uma referência para ele já vale muito. Poder ver meu filho crescer e tendo a consciência de ainda ver o pai dele jogar futebol, representando grandes clubes, isso foi uma motivação grande para seguir com esse pensamento de não largar o futebol. E também o meu sonho de ganhar títulos com a camisa da Seleção. Isso pesou bastante na minha decisão.

Confira outras respostas da coletiva de Raphinha:

Posicionamento

Aqui na seleção não tenho trocado de posição, fico no meu setor na direita. Mas no clube faço outras funções, pouco mais do lado esquerdo ou centralizado pela direita. Por isso, acabamos tendo algumas conversas sobre o que faço lá, como me adapto. Tento me adaptar a todas as posições. Isso vai favorecer a mim.

Declaração Ronaldinho

Foi uma surpresa não só para mim, mas para todo o grupo. ACredito que vocês devem saber mais que eu. Ele nunca deu uma declaração dessa. Sempre demonstrou apoio pela seleção. Eu considero ele um ídolo, referência pra mim e todos que estão na seleção. Não só jogadores, mas todos que trabalham aqui. Acabou sendo um baque. Obviamente a gente não concorda, eu não concordo. Tudo que vejo aqui dentro é entrega, vontade, orgulho de vestir essa camisa. Não concordo com não ver garra, vontade, de ter jogadores medianos vestindo a camisa da seleção. Discordo completamente. Todos que estão aqui tem qualidade, mérito. Pode ser que seja uma campanha ou não, mas nos surpreendeu a fala dele. A gente ficou sabendo pelo Vini que ele pediu ingresso para ver nosso jogo, então já não bate com o que foi falado.

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O que mudou desde a estreia na seleção

Acredito que a diferença daquele Raphinha daquela estreia para hoje é que sou mais maduro dentro de campo, pouco mais responsável com o que tenho que fazer. Naquele momento não pensava muito nas consequências. Acabo pensando um pouco mais nas coisas. Quando cheguei fui superbem recebido por jogadores que já vestiam a camisa da seleção há muito tempo.

Yamal

Penso que quando os jogadores têm qualidade para jogar, estão se sobressaindo nas base não tem porque adiar essa estreia. Se tem qualidade e consciência do que tem que fazer, tem que por para jogar. Não tem porque atrasar aquilo. Aqui na seleção o Endrick a gente tenta ajudar da melhor maneira possível. Ele é um jogador que procura aprender, escuta os conselho de quem tenta ajudar ele. No Barcelona também tentamos ajudar da melhor forma possível para que eles não sintam essa pressão de ter que carregar o time nas costas.

O que Dorival pediu pós-EUA

O que o Dorival pede é ter nosso compromisso principalmente defensivo. Se a gente tiver consciência que os atacantes precisam ajudar defensivamente, temos muita qualidade para resolver com bola. Se tivermos essa consciência tática defensiva, pra mim é o ponto mais importante para conseguir as vitórias.

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Trabalho físico e mental

Amistosos que fizemos poderiam ser jogos de Copa do Mundo. São amistosos que exigiram muito da gente. Acredito que respondemos bem fisicamente. Se tivermos preparados e com compromisso de fisicamente poder fazer o que o professor perde, tecnicamente não vai faltar da parte de ninguém porque todo mundo tem condições de jogar. O mental é saber que vão ter momentos que vamos sofrer, não vamos conseguir controlar 90 minutos. Isso é normal hoje em dia, todas as seleções tem acesso a tudo e jogadores nos melhores times do mundo. Temos que estar preparados para isso e não podemos perder a organização dentro de campo mesmo estando no resultado adverso.

Danilo

Desde o momento que cheguei, pouca gente sabe, naquele primeiro jogo que entrei no intervalo, ele e o Ney - que falou comigo no vestiário e quem sabe mais pra frente eu falo - o que ninguém sabe é que quando entrei no campo estava muito nervoso, entrei e a gente estava perdendo. Ele falou para ficar tranquilo e não fazer nada além do que eu sei, o que tinha me feito chegar na seleção brasileira, pegar a bola e ir para cima do lateral que se eu perdesse ele estava ali para retomar e me dar a bola de novo. Que ele estava ali. Isso foi muito importante pra mim. Sempre me passou confiança, tentou me ajudar. Na Copa, a gente se abraçou chorando porque não sabíamos quando seria a próxima oportunidade de vestir a camisa da seleção. Eu sabia que pra mim seria mais difícil porque vocês, de maneira geral, estavam me batendo muito por aquilo que estava sendo feito ou não feito. Aquilo só me deu forças e fez admirar ele ainda mais.

Mbappé diz que a Euro mais difícil

Vi a declaração do Mbappé. Se não me engano ele estava falando sobre eliminatórias. Acho que é a opinião dele, cada um fala o que pensa, não posso mudar a maneira dele de pensar. É um problema só dele. Infelizmente para ele e felizmente para nós, ele perdeu uma Copa do Mundo para uma seleção da América do Sul. Responder um pouco daquilo que ele falou, eu queria ver as seleções europeias fazendo eliminatórias na América do Sul com os campos que a gente enfrenta, as altitudes, aí a gente ia ver se era fácil ou difícil.

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Clima bom

Clima bom vai ao encontro do que o Danilo falou no vestiário. O privilégio de vestir a camisa da seleção. Quando não vim para os jogos contra o Marrocos, ali eu vi a importânccia de vestir a camisa da seleção e como era bom estar aqui. Impossível chegar aqui e, independentemente dos resultados, não vamos ganhar todos os jogos na vida, se a gente perder o jogo muita gente vai ver como fim do mundo e muitas vezes não é. Resultado não muda a importância e o orgulho que é vestir a camisa da seleção.

Adversários

Primeiro temos que estar preocupados com a Costa Rica. Os outros confrontos que temos na fase de grupos e depois vamos pensar em uma seleção ou outra. Se não fizermos um jogo bom, nem enfrentamos as outras seleções.

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