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António diz que recusou proposta por Corinthians e se esquiva sobre goleiro

Do UOL, em São Paulo

16/06/2024 19h40

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O técnico António Oliveira disse ter rejeitado propostas para deixar o Corinthians. A declaração foi dada após o empate por 2 a 2 contra o São Paulo, em jogo do Campeonato Brasileiro. Ele afirmou que "poderia ter ido para outra situação com outros recursos" antes e durante sua trajetória no alvinegro.

Eu poderia continuar em uma posição estável onde estive antes de vir para cá. Mesmo quando estive aqui, poderia ter ido para outra situação com outros recursos e me mantive neste projeto que me apaixonei, principalmente, pela sua torcida, pelos desafios e pelos jogadores. Eles foram responsáveis para eu continuar aqui porque pediram para eu continuar. Isso é passado. Cada vez mais, com os desafios que vão aparecendo, estou cada vez mais apaixonado por este clube António Oliveira

O que mais ele falou?

Carlos Miguel suspenso. E agora? "Ainda não pensei. O que posso dizer é que a felicidade que tenho de ter goleiros em que confio à minha disposição. A melhor escolha será feita e, aquele que entrar [Donelli ou Felipe Longo], vai dar conta do recado."

Carlos Miguel está suspenso e vai desfalcar Corinthians em próximo duelo do Brasileirão Imagem: ANDRé PERA/PERA PHOTO PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

Reação ao empate. "O empate nunca é bom, não trabalhamos para empatar, mas sim ganhar. Dentro dos contornos do jogo, podemos achar que o empate possa ser bom. Diante de todas as circunstâncias e dificuldades que temos ao longo deste caminho — com menos um nos últimos minutos —, o resultado acaba por ser aceitável, apesar de nunca ser bom para ninguém empatar.

Elenco escasso? "Quero parabenizar meus jogadores. Dentro de um grupo de 24, 14 são da base, só dois que estavam no banco não fizeram a base aqui. Quero pontuar a estreia do João Pedro, é mais um garoto da base. Há um problema e o caminho desafiador que temos aqui. Nesta perspectiva, como disse antes do jogo, eu não vou me lamentar e dizer que não tenho isto ou aquilo: quero gente comprometida com a causa Corinthians. Estive numa posição confortável: mesmo quando aceitei o desafio, poderia ir para outra estabilidade e com outros recursos, mas me apaixonei pelo desafio e vou nele até o fim."

Situações de Fausto Vera e Palacios. "O Fausto é um assunto que entrego completamente à diretoria. Sobre o Palacios: os jogadores têm que ganhar estabilidade durante a semana, e ele tem tido algumas recaídas diante da lesão, que já vem o incomodando desde antes de eu chegar. Quando eu sentir que o jogador está apto e que tem tido uma consistência para eu poder utilizá-lo, vou o trazer mais vezes. Quando falo do Palacios, serve para qualquer jogador, eles são tratados da mesma forma."

Estreia de João Pedro e nova expulsão. "Ele era o 6° zagueiro e já está jogando, para vocês perceberem a dimensão do momento que vivemos. Há um conjunto de acontecimentos que vão nos massacrando. Hoje, sobrou um desgaste físico do outro jogo diante da expulsão. Acabamos penalizados novamente [com a expulsão do Caetano], mas já começamos a treinar sobre este aspecto. É algo que me chateia e me incomoda muito. Não podemos estar constantemente em inferioridade, já cobrei isso aos jogadores e continuo cobrando. É um jogo com carga emocional grande, mas pedi aos jogadores uma estabilidade emocional. Ela não foi por protestos ou algo fora do quadro disciplinar. É algo que temos que corrigir"

Bidon por Moscardo. "São dois jogadores que tenho uma confiança. O Moscardo vem de uma lesão, mas está treinando há muito tempo. Se não jogar, não vai ter ritmo. Nesta perspectiva, existem outras circunstâncias importantes. Tínhamos que aumentar a estatura da equipe. É evidente que preciso dar minutagem ao Moscardo porque vamos utilizá-lo. Ele precisa de rotação. Tinha funções dentro de marcação, principalmente em situações de bola parada. O Bidon acaba por ter mais rotina. Qualquer dia, vou utilizar os dois juntos porque precisamos criar rapidamente soluções, que estão mais escassas. Não é mantendo sempre as mesmas situações que vamos obter resultados diferentes. 'Ah, o Moscardo vai embora...' Eu não sei se ele vai embora, ele eventualmente pode até ficar, e para nós seria um reforço."

Corinthians de antes e de agora. "Estou aqui há quase cinco meses e sou muito mais do que um treinador. Dentro destas situações, torna-se desafiante. É algo fascinante para mim, tem sido um desafio enorme com uma torcida e jogadores apaixonados pelo clube. Olhamos para a árvore e não para a floresta. Eu peguei uma equipe que, em fevereiro, estava na zona de rebaixamento do Paulista. Hoje, enfrentamos Flamengo, Botafogo, São Paulo, Fortaleza... equipes mais estruturadas nesta altura do que o Corinthians. Temos que ser honestos. Não podemos tapar o sol com a peneira. Queremos estar com 7 pontos? Não. Nos últimos jogos, quantos perdemos? Só Flamengo e Botafogo. Jogamos com o Bragantino, outra equipe estrutura. Tirando o Juventude e o Atlético-GO, tudo foi pedreira, e tudo isso com uma reestruturação. Aqui eu funciono muito mais do que só um treinador. Preciso mobilizar a todo para treinar — e eles fazem isso com uma paixão enorme. [...] Da mesma forma que estamos no caminho das pedras, também quero viver o caminho da estabilidade em um clube que tem uma marca fantástica. Dentro da estabilidade, que virá daqui a um tempo, lutar por aquilo que ambicionei quando aceitei o desafio: ganhar o título em um dos melhores clubes do mundo."

Pedro Raul e Yuri juntos? "O Yuri se entrega muito, passou por uma fase desafiante, mas está entre os melhores atacantes do Brasil. O Pedro é alguém que eventualmente poderia reclamar por oportunidades, mas tem trabalhado bem nos últimos tempos e nunca virou a cara, mesmo não tendo as oportunidades que queria. São dois jogadores que estou muito satisfeito. Um tem jogado mais do que outro, mas eles têm que estar preparados para servir a equipe juntos ou separados."

Yuri Alberto vive boa fase com António Oliveira no Corinthians Imagem: Rodrigo Coca/Ag. Corinthians

Fase de Yuri Alberto. "Por trás do jogador, há o homem. Quando o jogador é tratado como tal, e não como uma máquina, temos que exaltar. Da mesma forma que cobramos, damos carinho. Eu e Yuri temos uma relação quase de pai para filho, meu filho tem 22 anos e ele 23. Ele é um jovem fantástico e que precisa de carinho para rentabilizar os recursos técnicos e físicos que ele têm, que são muitos. Sou apaixonado pelo jogo do Yuri."

Apoio da torcida. "Estou muito feliz por representar um clube com uma torcida desta dimensão. É única, fantástica e nos empurra. Ela nos tira de momentos desafiantes durante o jogo. Foi uma equipe que se entregou, que foi valente, resiliente e que teve por trás uma torcida que me deixa orgulhoso. Esta união jogadores-torcida tem tudo para trazer novamente o clube aos dias de glória, mas é evidente que este caminho vai ser desafiante, com avanços e retrocessos. Vamos ter alegrias e frustrações até conseguimos devolver uma estabilidade ao clube. O clube tem que se preparar para ganhar novamente."

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