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Eurocopa: por que Inglaterra joga 'sozinha' e não como Grã-Bretanha

Inglaterra em vitória contra Malta pelas eliminatórias da Eurocopa, em 2023 Imagem: Neal Simpson/Allstar/Getty Images

Do UOL, em São Paulo

16/06/2024 04h00

Para entender por que a Inglaterra não compete como Reino Unido no Campeonato Europeu de Futebol (Eurocopa), é preciso entender um pouco sobre como esses países são separados.

Inglaterra ou Reino Unido?

O Reino Unido é um país formado pelas nações da Escócia, Inglaterra, Irlanda do Norte e País de Gales. A Grã-Bretanha é uma ilha onde ficam Inglaterra, Escócia e País de Gales, ou seja, um é um país composto por quatro nações, e o outro é o território onde elas estão localizadas.

Antes de a Fifa existir, no século 19, a Inglaterra e a Escócia já eram duas grandes potências e rivais no futebol. Os dois países, assim como todos os outros que compõem a Grã-Bretanha, sempre possuíram seleção própria e, por isso, a rainha Elizabeth 2ª decidiu manter a tradição dos times, deixando-os competirem separadamente na Eurocopa e na Copa do Mundo.

Nos Jogos Olímpicos, a realeza decidiu que, por etiqueta, todos que fizessem parte de territórios que estivessem associados à coroa britânica teriam que competir como Grã-Bretanha (GBR), conhecido como Time GB.

Delegação da Grã-Bretanha desfila na abertura dos Jogos Olímpicos de Tóquio (2020) Imagem: Mike Blake/Reuters

Os atletas das Olimpíadas podem ser de diversos lugares do Reino Unido e não necessariamente de países da Grã-Bretanha, como no caso da Irlanda do Norte e das Ilhas de Man e Canal, que ficam localizadas no Reino Unido e não possuem ligação com a GBR.

Os norte-irlandeses, que compõem a menor nação que forma o Reino Unido e viveram três décadas em guerra civil, tendo o acordo de paz assinado em 1998, conhecido como Acordo de Belfast, podem escolher entre a cidadania britânica e irlandesa, concedida pela República da Irlanda, que predomina na maior parte da ilha. Então, no futebol olímpico, os atletas norte-irlandeses têm a opção de competir pelo time da Grã-Bretanha ou pelo time da Irlanda.

Nas Olimpíadas, a união também favorece as nações no quadro de medalhas. Caso se separassem, o número de medalhas conquistadas por cada país colocaria a Inglaterra abaixo da Rússia, enquanto as outras nações desceriam para o fundo da tabela geral de conquistas nos jogos.

É válido lembrar que quem é responsável por todas as delegações que compõem o time da GBR nos Jogos Olímpicos é a Associação Olímpica Britânica (BOA), que também engloba territórios ultramarinos distantes, como as Ilhas Malvinas e Gibraltar, mesmo não pertencendo nem ao Reino Unido e nem à Grã-Bretanha.

"Nem Grã-Bretanha e nem Reino Unido", diz a BOA, afirmando que nenhum desses países define com exatidão sobre o time da GBR, que é reconhecido desde 1896 pelo Comitê Olímpico.

* Com informações de reportagem publicada em 16/11/2022.

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