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Abel compara futebol a dança, elogia Bragantino e se diz 'pé de chumbo'

Do UOL, em São Paulo

21/06/2024 00h44

Classificação e Jogos

O técnico Abel Ferreira, do Palmeiras, comparou o futebol a uma dança ao elogiar o Bragantino após o duelo entre as equipes, que acabou com vitória alviverde por 2 a 1. Ele também explicou a entrada de Gabriel Menino no lugar de Lázaro e voltou a falar sobre o calendário do futebol brasileiro.

O que Abel falou?

Abel "pé de chumbo". "Cada jogo é um jogo diferente. Para haver uma boa dança, é preciso haver um bom par. Quando minha mulher dança comigo, sou pé de chumbo. Por mais que ela queira, eu não consigo, não é meu forte. Sou pé de chumbo. O Bragantino tem uma filosofia de jogo parecida com a nossa, é uma equipe que está sempre procurando o gol adversário e que sabe o que quer, os jogadores sabem o que fazem dentro de campo e dou os parabéns por isso."

Bom desempenho. "O Palmeiras entrou muito forte no jogo com um belíssimo 1° tempo. Pena não termos traduzido nosso volume ofensivo. Do outro lado, veio um adversário bem treinado e fresco, porque vinha com dois dias a mais. Nossa intenção era entrar forte para não deixar que o jogo fosse para um nível mais físico. Não foi um jogo picotado, as duas equipes sempre procuraram o gol adversário e, sem dúvida, nós deveríamos ter chegado no intervalo com o jogo resolvido. O futebol é assim. O adversário, no 2° tempo, também se arriscou um pouco mais com um segundo centroavante. Sofremos o gol. Estava não chateado, mas frustrado porque criamos muito volume e precisamos traduzir em gol.

Raphael Veiga celebra gol em Palmeiras x Bragantino, jogo do Campeonato Brasileiro Imagem: Marcello Zambrana/AGIF

Elogios aos árbitros. "O Daronco esteve muito bem, este é o Daronco que estou acostumado a ver. No último jogo que ele fez conosco, eu não gostei nada. Quando o árbitro passa despercebido e não quer ser protagonista, dou sempre a nota máxima. O 4° árbitro também teve uma conduta espetacular com flexibilidade. O Palmeiras ganhou, mas foram três grandes equipes. O Bragantino não assume publicamente, mas é uma equipe que tem ambição de lutar pelo título, como foi ano passado. Não foi só o Palmeiras na corrida: tinha Bragantino, Atlético-MG, Grêmio, Flamengo... felizmente, sobrou para a equipe mais resiliente. É dar os parabéns às três equipes."

Dudu só no banco. "Ele estava lesionado há dez meses, está em um processo, se preparando e próximo de sua reestreia. Hoje, não seria o contexto ideal, era um jogo muito pegado. Ele está disponível para nos ajudar e está próximo de voltar."

Volume com poucos gols. "Eu não faço gols e também não falho. Todas as coisas que faço é pensando no melhor da equipe. O volume foi muito grande, com jogadas belíssimas. Lembro a jogada do Estêvão, que seria selada se fosse gol. Tivemos pressão, com Rony, Veiga... eles não querem falhar. Tento transmitir a importância da eficácia no jogo. Poderia ser 1x1 ou 2x2 e eu poderia me lamentar por não termos traduzido nosso volume ofensivo. Os protagonistas são os jogadores. Conseguimos de várias maneiras encontrar as rotas para o gol adversário, seja em bola parada, transição com o goleiro ou em ações individuais.

Gabriel Menino. "Ele também entrou muito bem e nos deu consistência e qualidade. Ele também tem chegada na área. Estou contente pela intensidade e pela dinâmica. É uma pena porque deveríamos ter traduzido o jogo no 1° tempo para controlar no 2° tempo, foi preciso gastar energia."

Calendário apertado. "Faz muita diferença ter dois ou três dias. O que vou lutar sempre é que a CBF, juntamente com as pessoas que fazem a programação do calendário, faça algo para que todas as equipes tenham pelo menos três dias de intervalo em cada jogo. Dessa forma, com dois, e de forma consecutiva, andamos no risco de lesões. Ficamos sem o Lázaro no último jogo e, felizmente, hoje não tivemos nada de grave."

Rony comemora gol em Palmeiras x Bragantino, duelo do Campeonato Brasileiro Imagem: Marcello Zambrana/AGIF

Pressão em Rony e entrevista de Willian. "Todos os jogadores trabalham muito. O maior talento da equipe é o treino e o trabalho. Ele falhou uma ou outra vez no 1° tempo e ele se cobra muito. Vocês viram o que o Willian, do Corinthians, falou no 'Bola da Vez'? Peço aos jornalistas que possam comentar, com muita atenção e cuidado, tudo o que ele disse sobre o futebol brasileiro. É muito triste ouvir um jogador dizer que nunca tinha se machucado, mas que viu a pressão das redes e da mídia. As pessoas têm que se convencer que só um vai ganhar, há mais perdedores do que vencedores. Isso interfere de tal maneira na vida dos jogadores porque eles se cobram e não sai nada da cabeça. Ouvir as palavras do Willian é muito violento para todos nós: treinadores, jogadores, presidentes... aqui, todos querem ser campeões. O Vasco, o Bragantino, o Cruzeiro, o Palmeiras, o Santos, o Corinthians, o Atlético-MG... só um vai ganhar. "Ah, os jogadores ganham muito". Certo, e por ganharmos muito é que trabalhamos muito. Eles têm que entregar tudo o que tem. Queremos semear o ódio e a violência ou que o futebol seja um espetáculo?."

Mudança tática. "Estudamos o Bragantino. Jogamos em 3-4-3, com uma saída de três e quatro no meio, com Veiga à direita, Zé à esquerda e Anibal com Menino na vertical. Conseguimos abrir espaços e deixar o Estêvão no um contra um. Podemos utilizar combinações indiretas ou o jogo no espaço. Não jogou o Lázaro, mas sabemos que o Menino tem essa característica, ele segura a bola de costas. Jogar em uma posição mais adiantada é algo que ele gosta — e também gostamos. Chegamos com muita gente na área. Foi um jogo ofensivo muito bom, abrimos muito a linha do adversário, mas não conseguimos traduzir todo esse volume em gol."

Novas funções aos jogadores. "Quando temos tempo para treinar, faço algo que alguns não gostam muito: quando os jogadores experimentam outras posições, eles conseguem calçar os sapatos dos outros. Quando olhamos para o Menino, pensamos: 'ele vai ter uma missão defensiva diferente, defendendo por fora'. E fez bem. O Garcia: no Paulistão, já ganhamos com um cruzamento do Garcia que o Flaco fez o gol. Se eu colocar o Mayke na ponta, ele não vai dar o que o Estêvão dá, que é o um contra um. Há jogos que não quero bola no pé, há jogos em que o adversário aperta a marcação, aí quero jogadores que corram para o espaço. [...] Não invento nada que eles não tenham feito no treino."

Estêvão faz a jogada em Palmeiras x Bragantino, partida do Campeonato Brasileiro Imagem: VINICIUS NUNES/AGÊNCIA F8/ESTADÃO CONTEÚDO

Estêvão. "Não vou dar mais moral a ele! No fim, ele poderia ter passado ao Veiga e Rony e chutou para gol. É um garoto espetacular, todo mundo gosta dele. Esta geração é incrível, com Endrick, Estevão e Luis... eles gostam de jogar do mesmo lado. Dois já não estão mais, fico feliz por ter contribuído de alguma forma no crescimento deles. É para o Estêvão continuar focado, atacando e defendendo bem. Desfrutem enquanto ele estiver aqui porque eles faz maravilhas. Só peço para que ele mantenha o foco."

Allianz com ingressos caros? "Já tenho muita coisa para pensar. Não é uma pergunta que deve ser feita a mim, gostaria de ajudar e de ver o estádio cheio, mas não é minha função. Sei que os que estiveram, apoiaram do início ao fim. Quero dizer a eles que a estrela da equipe são eles, a alma são eles, ganhamos títulos com a ajuda deles... eu não acredito que eles estejam cansados de ganhar. Minha função é, quando o Lázaro não joga, achar novas funções, por exemplo. O que posso dizer, com carinho, é agradecer ao público que veio. Amaria ver o estádio cheio em todos os jogos, mas é algo que me ultrapassa."

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