Corinthians: sem Danilo, Augusto sofre pressão para honrar promessa na base

O presidente Augusto Melo sofre pressão para honrar uma promessa não cumprida nas categorias de base do Corinthians.

O que aconteceu

Augusto Melo não cumpriu a promessa de "profissionalizar a base". O presidente falou diversas vezes em campanha e já durante o mandato que o departamento seria reestruturado.

O chefe da base é Claudinei Alves, amigo de Augusto de longa data. Eles foram assessores do sub-17 do Corinthians entre 2015 e 2016 e também trabalharam juntos na União Barbarense.

O presidente prometeu um "executivo de base de mercado", mas não cumpriu. A base tem Claudinei e ex-jogadores como Batata, Nilson e, mais recentemente, Dinei.

O executivo de futebol profissional Fabinho Soldado entende que seria importante ter um gestor de base com maior experiência. Essa ideia é corroborada por conselheiros e pessoas próximas de Augusto.

O presidente, porém, vê Claudinei Alves como homem de confiança. Mesmo se um novo profissional vier, Claudinei continuará no departamento.

Claudinei Alves tem sido questionado pelo alto número de contratações para a base. Ele trouxe quase 40 atletas neste ano e criou o sub-18, que não tem calendário oficial, para não sobrecarregar o sub-20.

O chefe da base do Timão escolheu o podcast do ex-jogador Marcelinho Carioca para se defender enquanto recusou outras entrevistas.

Foram 35 contratações no BID. Cinco efetivamente no sub-20, 14 no sub-18, transição para o sub-20 (...). São 14 na transição para o sub-20, são muitos? Não. Perdemos oito para o profissional, dois que se desligaram e oito separados por opção técnica. Não gastamos um real dos cofres em contratações

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Claudinei Alves, ao "Podpé", no dia 4 de junho

A afirmação do diretor de base não procede. O Corinthians, por exemplo, usou um crédito milionário da CBF para trazer Franco Delgado, uruguaio ex-Danubio, que não se firmou no sub-20.

O sub-20 é o maior alvo de reclamações. O Corinthians é o 17ª colocado entre 20 times no Campeonato Brasileiro da categoria, levou 6 a 0 do Cruzeiro e demitiu o ídolo Danilo do comando.

Quem pede mudanças na base entende que esse é o momento ideal. Augusto Melo aproveitaria a necessidade de encontrar um novo técnico para fazer outras mudanças estruturais.

Apesar da pressão, o presidente ainda não agiu. A prioridade é tirar o time principal da zona do rebaixamento e resolver problemas políticos que devem acarretar na abertura de um processo de impeachment contra ele no Conselho Deliberativo.

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