Abel diz que Dudu tem de correr atrás do 'comboio andando' do Palmeiras

O técnico Abel Ferreira celebrou o retorno de Dudu aos gramados na vitória sobre o Juventude, mas afirmou que o camisa 7 do Palmeiras terá que conquistar seu espaço com o "comboio andando".

O que aconteceu

O treinador português afirmou que não há protagonismos nem privilégios no Palmeiras e exaltou o coletivo. Abel descartou uma possível responsabilidade maior dada a ele ou a Dudu pelos títulos conquistados nos últimos anos: "Não é justo porque é um trabalho de todos".

Abel destacou que a volta do camisa 7 é importantíssima e acrescentou que fará tudo o que puder para o atacante retomar ritmo de jogo. O comandante citou que o jogador precisa de uma sequência entrando no decorrer das partidas para recuperar a forma de antes da grave lesão.

O técnico, no entanto, ponderou que Dudu vai ter que entrar já com o "comboio" andando no Palmeiras. Dudu ficou dois jogos sem ser utilizado no banco de reservas até ter seus primeiros minutos após dez meses se recuperando. Abel ainda complementou que voltar a jogar foi importante para o atacante "perder o medo", sem dar mais detalhes.

Não aceito esse protagonismo meu e de Dudu [em títulos do Palmeiras]. Não é justo porque é um trabalho de todos. Entendo que aqui se tem ansiedade por ídolos, mas me faz um confusão isso no futebol, um jogo coletivo.

Ninguém joga ou ganha sozinho. Sem eles, eu era zero. Se alguém me ajuda são os jogadores, sem exceção. Não aceito que um jogador só seja protagonista. O 'Todos somos um' não foi hoje, foi de quando cheguei.

É importantíssimo Dudu ter entrado, importantíssimo ele perder o medo, e sempre que possível vamos fazer com que ele tenha uma sequencia de jogos, entrar 15, 20 minutos, para que realmente consiga voltar à forma dele. Mas não posso não deixar de dizer que ele vai entrar com o comboio já esta andando. Ele tem que dar a vida, apanhar o comboio.

Sempre que pudermos, vamos ajudá-lo. Ninguém tem privilégios aqui, dou tratamento igual a todos. Somos conscientes do trabalho que temos que fazer de forma coletiva, conto com todos. Precisamos que todos os jogadores sintam que são importantes e eles sabem disso, para mantermos esse espírito. Dependemos uns dos outros para atingir esse nível de consistência. Abel Ferreira

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O que mais Abel disse

Entendimento dos jogadores: "Sempre disse que a estrela é o time e a alma do clube são os torcedores. Os jogadores que entenderem isso, que é preciso atacar e defender, vão estar conosco. Quem não entender isso não vai poder fazer parte do nosso grupo".

Arbitragem: "Particularmente, gostei muito, não estou acostumado aqui a deixarem o jogo rolar. Manteve critério igual durante todo o tempo, não foi na ondas das faltas por trás. Fez a compensação que tinha que dar no 1º tempo por algum tempo perdido [por cera].

Análise do jogo: "Foi um jogo onde fomos melhores, mostramos nossa força. Mais uma vez contra um adversário com mais um dia [de descanso] que o Palmeiras. Isso faz muita diferença no rendimento físico dos jogadores".

Melhora sem Endrick: "Pensei que a equipe ia sentir mais a falta desses que saírem. Se disser que a equipe melhorou, é o que é. As vezes pensamos uma coisa, e a equipe melhorou. Venham preparados a lutar por um lugar, que os marinheiros que chegaram asusmiram e estão remando bem".

Melhora de Veiga: "Jogador no nível dele ajuda qualquer equipe. Jogadores não são máquinas, com a densidade de jogos, pouco tempo de férias e de recuperação, é muito difícil se manter nota 10 durante três, quatro anos. Acabamos por descansá-lo um ou outro jogo, mas, se eu pudesse, um tempo dava 15 dias de férias. O problema não era físico, era mental".

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Fazer academia: "Quando a equipe não está mal, podem criticar o treinador, que tem costa larga. Estou a fazer academia para lidar com a pancada".

Pediu um centroavante? "Não falei [para diretoria] que precisava de um centroavante, falei ao López que se ele não mostrasse toda a qualidade que tem, aí eu ia procurar um centroavante. Ele é um jogador que tem a crescer. Quando jogadores chegam a uma realidade de um Palmeiras, com todo respeito ao Lanús, mas a dimensão do clube, a exigência, a obrigatoriedade de fazer gols e ganhar títulos..."

López na seleção: "Ele é muito jovem comparado a outros da posição, acredito mesmo que ele vai chegar à seleção argentina. Não tem lá um outro jogador com características dele. Gostamos muito dele. Hoje vimos onde é extremamente forte, quando o cruzamento entra, no ar ele é fortíssimo. Estamos muito contentes com López, Rony, Lázaro, e não é posição em que estamos preocupados mesmo com Endrick saindo. Mais cedo ou mais tarde, se mostrar sua vontade e o sangue argentino que corre em suas veias, pode chegar à seleção".

Venda de joias palmeirenses: "Sabem qual é a diferença do real para o dólar, euro? Então, é difícil. Pedi a Leila para não vender Endrick, Luis Guilherme, Estevão, mas é impossível. Valores muito grandes. Minha função é arranjar soluções. Quem realmente pode se beneficiar disso a médio e longo prazo é a seleção brasileira, se tiverem o cuidado e seguirem esses jogadores. Às vezes tenho medo até quando digo tudo o que penso desses jogadores. Sorte do treinador que pode contar com eles. Mas é normal [vender]."

Utilização da base: "O que não é normal é ter equipe que joga com cinco, seis, sete jogadores da base como o Palmeiras. Que o treinador tem coragem de meter os jogadores na altura que entendemos a certa, e quando vão mal damos o abraço e abrimos o nosso peito, e eles entenderem que faz parte do processo. Acho que nisso estamos todos de parabéns. Isso não nos dá títulos, dá dinheiro, faz a marca Palmeiras crescer. Função do treinador não é só ganhar títulos, também é valorizar o clube, e uma das formas é essa, que clubes da Europa venham ao Palmeiras. Falei desses três, mas foram vários que foram e ainda são procurados".

Propostas a jogadores do Palmeiras: "Se formos aceitar todas as ofertas que chegam, vai jogar eu e meus adjuntos. Entendo os jogadores e os agentes, mas acho que já chega [de saídas] para este ano".

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Jogadores que estão chegando: "Gosto de pôr sempre as expectativas baixas. Felipe [Anderson] vai chegar em fase de adaptação ao clube, exigência de jogar de 2 em 2 dias, periodo de ferias, vamos dar esse tempo. E os outros ainda não tenho confirmação da direção [Maurício e Giay]. Vamos esperar, há duas saidas que foram feitas agoras e temos que repor. (...) Vamos ter calma, paciênca, nao espero que cheguem e no 2º jogo já traduzam o que custaram, precisam de tempo de adaptação e vamos dar".

Investimentos no mercado: "Sei do esforço da presidente... Gosto de ganhar, mas acho que encontrei uma pessoa que gosta de ganhar mais do que eu. Importante é que a gente continue nesse caminho de equilíbrio. anibal parece que joga há tempos, mas não é igual para todos.

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