Fla e Flu fazem 1º clássico após licitação do Maracanã. O que prometem?
Parceiros na gestão do Maracanã, Fluminense e Flamengo se enfrentam neste domingo, pelo Campeonato Brasileiro, no primeiro clássico após a vitória na licitação. O Fla tem o estádio próprio no horizonte, enquanto a dupla se prepara para colocar em prática a proposta vencedora.
O que aconteceu
No começo do mês foi homologada a vitória do Consórcio Fla-Flu. A dupla, que já administra provisoriamente o estádio desde abril de 2019, vai ser responsável pela manutenção do Complexo Maracanã - o que inclui o Maracanãzinho - durante os próximos 20 anos.
Mesmo assim, o Flamengo tem foco no estádio próprio. O clube sonha em colocar em prática uma arena na região do Gasômetro.
Como líder do consórcio, o Flamengo tem 65% de participação econômica. O Fluminense tem 35%. A divisão significa que a linha de receitas, lucros, perdas, direitos e obrigações do Consórcio serão calculadas de acordo com essa proporção.
O documento da dupla prevê investimentos de R$ 393 milhões em obras e manutenções. Nessa conta, os rubro-negros irão investir R$ 255,5 milhões, enquanto o tricolor será responsável por R$ 137,5 milhões. Lucros e prejuízos fora dos jogos são divididos da mesma maneira.
Ainda tem de ser feita uma nova Sociedade de Propósito Específico (SPE) para a gestão. A perspectiva é de virada do contrato mais ou menos em agosto.
Quais são os planos do Consórcio Fla-Flu?
O montante total será dividido por necessidades. São R$ 316 milhões para o Maracanã e R$ 76 milhões ao Maracanãzinho. A maior inovação é a construção do novo museu do Maracanã, com custo de R$ 44 milhões.
Os maiores investimentos são nos três primeiros anos de concessão. Há um gasto previsto de R$ 174 milhões nesse período.
Não há previsão de retirada de cadeiras nos setores populares. Os setores foram feitos com essa previsão de capacidade, levando-se em conta banheiros, acesso e bares, e não daria para aumentar o público. As divisórias entre as torcidas também precisam de troca, mas isso não será feito no momento.
O consórcio deixa claro a prioridade para o futebol. A realização de shows está prevista somente para a segunda quinzena de dezembro, quando os jogos estão parados.
Há a promessa de duas trocas de gramado no ano. O plano é cultivar área de grama equivalente a quatro campos do Maracanã, em uma área de até 100 km do estádio.
A licitação obriga todo vencedor a ceder o estádio em igualdade de condições para outros clubes. Nos últimos anos, houve uma disputa com o Vasco alegando-se desgaste do gramado. Há uma ressalva de se respeitar a capacidade operacional do estádio.
Estádio do Flamengo no horizonte
O Flamengo segue confiante em conseguir o terreno do estádio próprio. A expectativa é que isso ocorra antes do final do ano, já que há eleições no clube e municipais. Com a segurança no Maracanã, o rubro-negro se permitiu sonhar.
O clube aguarda uma resposta da Caixa sobre o valor do Gasômetro. Caso o banco não responda, clube e Prefeitura do Rio de Janeiro vão estabelecer uma data limite antes de seguir para a desapropriação. O Flamengo já tem sinal verde para seguir com o projeto para o estádio e a região.
O Fla entende que o projeto do estádio é em médio prazo. Ou seja, cerca de cinco anos. O clube, porém, entende que o Rio de Janeiro precisa de mais um estádio e vê a obra como importante para todas as equipes.
Na minha percepção, eu acho que o Maracanã é um estádio que no futuro deveria ser mais pensado até pela CBF para a colocação das suas competições aqui. Então, por tudo isso, eu não vejo como um problema, eu vejo isso como uma solução, que é uma forma de a gente reduzir essa demanda extremada que hoje existe concentrada no Maracanã. Rodolfo Landim, presidente do Flamengo, ao ge, em abril
O governador do Rio, Cláudio Castro, disse ao UOL que não se preocupa com os movimentos do Flamengo para construção de um novo estádio. "O Flamengo vai cumprir o contrato". Ele chuta que até o estádio ficar pronto, efetivamente, lá se vão uns 10 anos.