Nem mesmo o brasileiro Sylvinho, técnico da Albânia, tem planos de assistir a seleção brasileira ou algum outro jogo da Copa América. Por conta de horário, treinos, jogos e desinteresse em geral, os participantes da Eurocopa ignoram o torneio das Américas, que teve início na última quinta-feira.
"Infelizmente não tenho tempo para ver nem mesmo os jogos da Eurocopa, muito menos os jogos da Copa América. Sei que a Argentina já jogou e que o Brasil vai jogar agora. Mas não dá para acompanhar. Temos muito trabalho, muitos estudos. Não dá tempo para acompanhar os jogos", disse o treinador da Albânia, que foi auxiliar de Tite na Copa do Mundo de 2018.
Entre os jogadores, o discurso é semelhante. Muitos falaram sobre o horário dos jogos. A estreia do Brasil contra a Costa Rica está marcada para 3h na Alemanha, uma diferença de nove horas entre o fuso alemão e o do local da partida nos Estados Unidos.
"É muito tarde! Não tem como ver o jogo. Talvez após uma partida nossa, eu consiga por conta da adrenalina que demora a baixar e o sono demora a chegar. Mas em dia normal é muito difícil porque é muito tarde", explicou Andreas Christensen, zagueiro do Barcelona e da Dinamarca.
"Eu tenho muito o que fazer aqui. Primeiro temos de pensar no nosso trabalho. Mas se surgir um tempo livre após os nossos jogos, vou tentar ver. Sei que a Copa América já começou, mas é bem difícil de acompanhar", complementou Xavi Simons, da Holanda
Apesar do desinteresse na competição, alguns jogadores buscam ver os resultados da Copa América no dia seguinte para saber como foi o desempenho dos seus companheiros de clube. É o caso do holandês Cody Gakpo, que joga no Liverpool ao lado de Alisson (Brasil), Mac Allister (Argentina), Luis Díaz (Colômbia) e Darwin Núñez (Uruguai).
"Os jogos são muito tarde. Eu tenho de escolher entre dormir ou ver os jogos. Não consigo fazer tudo. Mas eu torço para que os meus companheiros possam jogar bem. Eu fiquei feliz com a vitória da Argentina por 2 a 0 contra o Canadá por causa do Macca (Mac Allister). Vamos ver o restante. Espero que eles joguem bem e desejo boa sorte a todos", contou Gakpo.
Único treinador não-europeu na Eurocopa, Sylvinho trabalhou na seleção brasileira entre 2016 e 2018 como auxiliar de Tite. Após o Mundial, ele decidiu seguir carreira como treinador e passou por Corinthians e Lyon antes de assumir a Albânia. Desde janeiro de 2023, quando foi anunciado pelo país, ele disse que não tem mais assistido jogos da América do Sul.
"Quando estamos trabalhando para uma seleção, pensamos apenas no nosso trabalho e no continente que estamos. Eu estou aqui há um ano e meio e não consigo acompanhar tudo. Eu gostaria de ver muitos jogos do Uruguai por causa do (Marcelo) Bielsa (técnico do Uruguai), que é um treinador fantástico, mas não consigo. Preciso focar nos meus adversários aqui."
Sem a audiência dos participantes da Eurocopa, o Brasil estreia na Copa América nesta segunda-feira (24), às 22h (horário de Brasília), em Los Angeles, contra a Costa Rica. Na última edição do torneio, em 2021, a Argentina foi a campeã.
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