'Movimento sujo': entenda o que Dorival disse que faltou no 0 a 0 do Brasil

A explicação do técnico Dorival Júnior para o empate sem gols do Brasil na estreia da Copa América passa por uma expressão que o treinador começa a usar com frequência: falta de mais "movimento sujo".

Mas o que seria isso?

Trata-se de ultrapassagens de jogadores para um posicionamento mais adiantado, mesmo que não recebam a bola.

Dorival valorizou isso quando Yan Couto atuou, no amistoso contra o México, vencido pelo Brasil por 3 a 2.

Contra a Costa Rica, o Brasil se viu diante de uma retranca, formada por uma linha de cinco defensores — além da ajuda dos meio-campistas.

O Brasil teve chances, errou conclusões, mas o sistema de criação apresentou dificuldades, como o próprio Dorival admitiu.

Precisamos de movimento fundamental: o movimento sujo. Ataques na última linha adversária, provocando movimentos de três, cinco, dez passes atrás e abertura frontal ao movimento de linha para facilitar quem tem a bola nos pés. Para mim, hoje foi a maior dificuldade. Faltaram alguns movimentos em profundidade. Tivemos então uma dificuldade maior.

E o que Dorival espera de efeito na prática?

"Movimento em profundidade carrega a linha para perto do goleiro e abre espaços. Foi aspecto que mais intensificamos em trabalhos de treinamentos, o ataque à última linha, esse movimento sujo para quem quer achar espaços na última linha do adversário", analisou ele.

A dor de cabeça com as questões ofensivas aumentou desde o empate por 1 a 1 com os Estados Unidos.

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Esse cenário fica mais tenso por causa das dimensões reduzidas dos campos na Copa América, na comparação com o padrão Fifa.

"Para mim foi isso que eu observei: movimento sujo que precisamos fazer, de ataque à última linha mesmo não recebendo a bola. Jogador estica, linha anda para trás, abre-se espaço e oportunidades são criadas. Foi o que mais trabalhamos ao longo dos 15, 20 dias. Foi o que mais exigimos, pedimos".

O lado positivo?

O item que mais agradou, apesar do empate, foi como o Brasil conseguiu recuperar as bolas na faixa central do campo.

Com isso, a Costa Rica basicamente não criou: foram duas finalizações, contrastando com os 19 chutes do Brasil.

"Tivemos coisas muito boas ao longo da partida, retomada de bola impressionante sem eles trocarem cinco passes. Muito pelo trabalho dos nossos armadores, com reação pós-perda fundamental para reposicionar para atacar. O que faltou em demasia foi fazer esse trabalho fundamental para espaçar a linha de zaga adversária", analisou o treinador.

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O Brasil agora precisa reagir, jogando diante do Paraguai, sexta-feira. Um novo tropeço pode comprometer a classificação às quartas de final. Independentemente se em primeiro ou segundo lugar.

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