Invasões, 'chuva de cerveja' e mais: Eurocopa também acumula problemas
A imagem de torneio perfeito não é uma realidade para a Eurocopa: durante toda a primeira fase, a competição apresentou vários problemas, como tensões políticas entre países, copos arremessados, invasões de campo e falta de segurança aos atletas. Nem mesmo os gramados, que são sempre elogiados no continente, escaparam das críticas — principalmente os de Frankfurt e Hamburgo.
Problemas e mais problemas
Uma das principais estrelas do torneio, o atacante Cristiano Ronaldo não escondeu a irritação no jogo contra a Turquia diante de invasões. Foram cinco vezes em que o jogo foi paralisado por entrada de torcedores para tirar uma foto com o astro. Na primeira vez, ele sorriu e brincou com uma criança. Já nas entradas seguintes, ignorou os torcedores e reclamou.
Insatisfeito com a organização local, Cristiano Ronaldo teve de sair escoltado pelos companheiros de Portugal para evitar mais assédio. Contra a Geórgia, um torcedor pulou em sua direção e só não o acertou porque um segurança o protegeu.
Classificação e jogos
As invasões de gramado são recorrentes na Europa e estão longe de um fim. Na final da Liga dos Campeões, o jogo foi paralisado por dois minutos logo no início por conta de torcedores que entraram no campo com facilidade e sem serem contidos pela segurança.
Depois dos problemas, a Uefa disse que "vai implementar medidas de segurança adicional no estádio para atender as exigências do torneio e prevenir incidentes", disse o comunicado.
Meia de Portugal, Bernardo Silva tentou amenizar a crise, mas disse que se irrita com o alto número de paralisações durante a partida. "Não tenho preocupação com a segurança, mas isso irrita ter de parar o jogo porque o torcedor entrou no campo. Mas esse é o preço que se paga por ser tão reconhecido no futebol", disse.
No jogo Albânia x Espanha, quatro seguranças foram facilmente driblados por uma criança, que correu todo o gramado e só foi capturado quando já havia saído do campo de jogo e parou no banco de reservas da Albânia.
Gramados desmantelados
A Arena de Frankfurt foi escolhida como o pior gramado da Eurocopa. Kyle Walker, lateral direito da seleção da Inglaterra, por pouco não teve uma lesão grave contra a Dinamarca: o campo se "desmantelou" na pisada do jogador, que virou o pé e pediu atendimento médico.
O problema não passou de um susto, mas mostrou as condições do gramado de Frankfurt. A administração do estádio entrou em ação no intervalo e jogou terra no local para amenizar o buraco deixado pelo lateral da Inglaterra.
"Eu fui zagueiro. Quando você joga em um gramado como esse, você fica nervoso porque você não tem segurança sobre o gramado e sobre a pisada. Um escorregão pode custar o jogo", disse o treinador inglês Gareth Southgate, após o empate com a Dinamarca.
Segundo reportagens locais, o problema começou em novembro, quando o estádio recebeu jogos da NFL, liga norte-americana de futebol americano. A Uefa também se pronunciou sobre o problema e disse que buscaria melhorias para os próximos jogos.
Além de Frankfurt, os gramados de Hamburgo e de Dusseldorf também foram criticados, mas em uma escala bem menor que Frankfurt. Os dois locais eram os mais preocupantes para a Uefa, que pediu substituição do gramado antes da Eurocopa.
Tensões políticas
O atacante Mirlind Daku foi suspenso por dois jogos por gritos anti-Macedônia e anti-Sérvia após o empate da Albânia por 2 a 2 com a Croácia. A torcida croata também pode ser punida por gritar "mate os sérvios" no mesmo confronto em que Daku foi punido.
Antes dos problemas, a Sérvia já havia ameaçado se retirar da Eurocopa, caso a Uefa não tome atitudes contra as manifestações políticas dos adversários. Mas os próprios sérvios também já foram punidos nesta Eurocopa. A federação do país recebeu multa de 4500 euros (cerca de 26 mil reais) por uma bandeira com o território de Kosovo e a mensagem "não se renda".
A Uefa, em seu relatório de incidentes, reportou o problema como "mensagem provocativa não adequada para um evento esportivo".
Chuva de cerveja
Por fim, a Eurocopa também tem vivido dias que parecem Libertadores da América. Além de ter sinalizador em quase todas as partidas, os gols e cobranças de escanteio se tornaram momentos para as torcidas arremessarem copos de cerveja nos jogadores ou para o alto.
Os copos também viraram objeto para protestos. Após o empate sem gols com a Eslováquia, o técnico Gareth Southgate viu uma chuva de objetos em sua direção por conta do desempenho da Inglaterra na Eurocopa.
A cerveja é parte cultural do futebol alemão. Praticamente todos os clubes da Bundesliga possuem uma empresa do ramo como patrocinadora. A Alemanha também é um dos poucos países da Europa em que se pode beber na arquibancada. Na maioria dos outros lugares, o consumo é proibido.
Por enquanto, Croácia, Escócia e Albânia já foram punidas pelo comportamento de torcedores em arremessar copos no campo de jogo. A lista deve aumentar consideravelmente até o fim da competição.
As oitavas de final da Eurocopa começam neste sábado (29) com Suíça x Itália e Alemanha x Dinamarca. A final está marcada para o dia 14 de julho, em Berlim
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