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OPINIÃO

Botafogo: Colunistas cobram Textor por reforço acusado de abuso sexual

Colaboração para o UOL, em Bragança Paulista

02/07/2024 20h20

As colunistas Marília Ruiz, Alicia Klein e Milly Lacombe discutiram no Fim de Papo desta terça (2) a situação de Thiago Almada, que deve fechar com o Botafogo. O jogador foi acusado de violência de gênero na Argentina.

Milly Lacombe explicou que a situação de Almada é completamente diferente da de Lucas Paquetá [acusado de participar de manipulação de resultados], por exemplo. Marília Ruiz e Alicia Klein questionaram os padrões morais de John Textor, que, por sua vez, tem questionado a ética no futebol brasileiro.

O Almada tem um probleminha, mas acho que a Good Game! não pegou.
Marília Ruiz

Claramente não é uma prioridade para o Textor olhar para o histórico de relações de abuso de gênero cometidas pelos seus contratados ou por aqueles por quem ele se interessa. o Almada, quando jogava no San Lorenzo [na verdade, Vélez Sarsfield], foi afastado por conta de uma investigação que ainda não foi concluída. Mais uma vez é aquela história que a gente tanto conhece e que resulta em tantas tragédias: uma mulher que o acusa de ter sido forçada a ficar em uma relação da qual ela tinha desistido - e envolvendo outras pessoas, porta trancada, tentativa de fuga. A gente vai lendo e parece uma história de terror. No San Lorenzo [na verdade, Vélez Sarsfield], em que há um departamento para isso e um protocolo para casos de violência de gênero, ele foi afastado. Depois, foi para os EUA e agora contratado pelo Botafogo. Vai ter quem vai dizer que ele não foi condenado. É fácil dar o benefício da dúvida em caso de violência de gênero. Como é fácil desacreditar a vítima - que não tem nada a ganhar com isso e deixar o cara continuar jogando e ganhando muito dinheiro. Lamento porque é mais um caso que me traz tristeza e que a gente vai falar brevemente e rapidamente vai ficar para lá.
Alicia Klein

Quando a gente fala em crimes sexuais, não é como o possível crime do Paquetá. Não é e vou explicar o por quê. Em crime sexual, a palavra da vítima é [como] prova. Não há outras pessoas no local, normalmente. Então, tem peso de prova. Não é qualquer palavra. Outra coisa: o índice de acusações falsas é muito pequeno - de 3 a 5%. Sabe quem faz esse tipo de acusação [falsa]? Homens. É muito raro que uma mulher fale isso e seja mentira porque nossas vidas acabam a partir do momento em que a gente fala que isso aconteceu. Não há registro de uma mulher que tenha se dado bem. Então, John Textor, meu querido, seus valores são esquisitíssimos. Você vai bancar a vinda desse cara? Seria esquisito para alguém que foi para Brasília apresentar um dossiê com valores morais sobre ações de atletas.
Milly Lacombe

Assista ao Fim de Papo na íntegra:

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

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