Corinthians: Confira íntegra da apresentação do CEO e do diretor financeiro

O Corinthians apresentou oficialmente na manhã desta quarta-feira o primeiro CEO do clube e o novo diretor financeiro: Fred Luz e Pedro Silveira, respectivamente. Confira tudo o que ambos falaram na entrevista coletiva.

Fred Luz

Desafio maior que no Flamengo? "Em 1º lugar, quero dizer que é uma honra estar aqui, estou muito animado e agradeço muito as palavras do presidente e a confiança que ele está depositando no nosso trabalho. Acredito que o Corinthians tem o potencial para liderar o futebol brasileiro e vamos ter um trabalho árduo nesse sentido, mas estou muito animado com essas possibilidades. vou até aproveitar, a situação relativa do Corinthians com relação ao Flamengo daquela época é muito melhor. Não quer dizer que não tem problemas graves para resolver, temos que ter todos nós aqui, não tem salvador da pátria, todos vamos trabalhar em conjunto, liderados pelo presidente, e com um grupo profissional muito empenhado. Sem querer ser ufanista, as possibilidades do Corinthians são reais, mas ficando bem claro que no começo é sofrimento".

"Acho a situação do Corinthians melhor que a do Flamengo naquele momento. Semelhanças existem algumas, a dimensão do clube, imensa, e também um mar de oportunidades. Mas o Corinthians, relativamente, está numa situação melhor do que o Flamengo no começo em 2013".

Fred Luz, novo CEO do Corinthians, é apresentado pelo clube alvinegro
Fred Luz, novo CEO do Corinthians, é apresentado pelo clube alvinegro Imagem: Livia Camillo/UOL Esporte

Por onde começar? "São várias frente. Dentro até do que eu combinei com o presidente nesse processo, vamos ter um trabalho de quatro a seis ou oito semanas mapeando todos os gaps e oportunidades de melhoria no Corinthians; quer seja na geração de receitas, temos oportunidades para melhorar as receitas do Corinthians, não só no patrocínio na camisa, em em outros elementos. Já tive 2 conversas com o pessoal do marketing, vamos ter que olhar todas as áreas de custos e receitas e entender tudo, temos um trabalho gigantesco para fazer no equacionamento das dívidas. Olhar as dívidas, olhar a arena, até uma are que estou interferindo um pouco, fazer em conjunto com o Pedro, fazer com inteligência, com respeito aos credores e entendendo como fazer isso. Trazer todas as áreas do Corinthians para um equilíbrio financeiro, para que o futebol não precise ser drenado por outras atividades. Vamos fazer 1º um entendimento, e depois disso uma discussão com a diretoria para ver as prioridades".

Dedicação exclusiva: "Vou ficar com 100% do meu tempo dedicado ao Corinthians. Continuo como sócio na Alvarez & Marsal. Estou muito associado ao Flamengo, tenho maior honra de ter participado de todo aquele processo lá. Não acredito em salvador da pátria, e sim em trabalho em equipe, mas nós pela Alvarez fizemos todo o processo de reestruturação do cruzeiro, e a empresa continua atuando no clube. No Coritiba a mesma coisa, durante um tempo lá exercia a função de CEO interinamente, aí tinha atividades nos outros clubes também, Alvarez estava começando nessa área, nós felizmente fomos estendendo muito nossa amplitude de atuação, e formando gente capacitada. empresa está preparada para continuar atendendo outros clientes sem mim,.. Não prestarei serviço para ninguém, mas não deixo de ser sócio da Alvarez. Minha cabeça, meu tempo e minha atividade estão voltados para este enorme desafio. Contar depois uma história maravilhosa ainda dentro do mandato do presidente".

Conflito de interesse na LFU? "Nós, da Alvarez e Marsal, começamos assessorando dez clubes que estavam dissidentes daquelas reuniões lá, e chegamos antes de prestar assessoria, acho que o futebol brasileiro está perdendo tempo e oportunidade de fazer uma liga única, fizemos até uma apresentação com a XP e a La Liga, para 40 clubes, e ali colocamos a posição que os clubes têm que ser os protagonistas e que se entenderem terão um produto de baita valor. Mas não foi assim que a história aconteceu. E prestamos assessoria para esses 10, que viraram 26 clubes, que originalmente sempre quiseram o entendimento. Nesse aspecto, a nossa assessoria foi sempre aos clubes. E no processo de negociação com os investidores, continuamos assessorando os clubes no processo de comparação com melhores práticas, de ajudar no entendimento de distribuição de direitos entre eles, até que se deu a transação; Nós, do lado dos clubes, e o investidor lá com as assessorias dele. Acabado isso, com a adesão de Cruzeiro, Botafogo e Vasco. Se formou a LFU, e nós saímos. Nosso serviço acabou completamente ali. Isso demorou um tempo, foi formado um comitê condominial, que faz a administração das questões da LFU, agora com investidor junto, e depois de um certo tempo, resolveram nos contratar para fazer a administração desse comitê condominial. Nas transações comerciais que aconteceram entre investidor, foi até com um bloco de clubes de SP que aderiram À série B, nós não participamos. Acho que a Live Mode participou junto do investidor, e acredito que a mesma coisa tenha acontecido aqui com o Corinthians. nós não participamos. Da nossa parte, não tem conflito de interesse nenhum, em momento nenhum, A Alvarez é uma companhia, 90% dos meus emails diz respeito a 'conflito'. Cada projeto que a empresa aceite tem que ser colocado em um mapa para ver se tem conflito com alguma coisa. Claro que ninguém é perfeito, mas estou absolutamente tranquilo, primeiro eu fred, porque prezo muito pela minha integridade pessoal ao longo da minha vida, graças a deus nao tenho coisa coisa para ficar explicando e também atesto pela empresa que não tenho nada a falar nesse aspecto. Sei que no futebol tudo que se é muito público se fala muita coisa, fico triste até sem apurar o fato. Não vejo nenhum problema, estou completamente tranquilo. Hoje sou sócio da Alvarez, mas não tenho função executiva com nenhum cliente, inclusive lá na LFU eles foram avisados que Fred não participa mais de nenhuma atividade de administração lá do comitê condominial".

1ª análise do clube: "Já tive conversas com a EY, o trabalho deles, esse nosso levantamento da situação do clube vai ser acelerado pela qualidade do trabalho deles. Chegar aqui agora e dizer que vamos tomar essa ou aquela decisão da dívida seria prematuro e leviano, não tenho como dizer. Vamos entender rapidamente porque a cada dia que passa os juros, o custo desse endividamento não revertem produtividade ao clube, principalmente no resultado esportivo, é um dinheiro que sai. temos que cuidar de trazer o Corinthians para uma relação entre receita e despesa que tenha uma sobra para pagar essa dívida. Estamos vendo caminhos para trilhar, nesse horizonte de 6 a 8 semanas, já fazendo algumas coisas para estar com essa trilha completamente definida".

"Difícil falar isso agora [qual será 1ª ação no cargo], vamos fazer esse mapeamento, estabelecer as prioridades e temos várias frentes de trabalho, para a gente conseguir vislumbrar o máximo de dinheiro possível que a gente poderá destinar ao futebol".

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O que o motivou a aceitar o convite? "É porque é o Corinthians. O Corinthians é monumental. Tive a experiência de trabalhar no Flamengo, e poder trabalhar no Corinthians é uma dádiva para mim. Motivação é essa. Acredito piamente que nós temos tudo para fazer um trabalho bem feito. Porque o presidente me convenceu? Porque senti sinceridade nele, é uma coisa pessoal. Conversei com ele algumas vezes e senti, olhando nos olhos dele, que realmente deseja um Corinthians melhor para todos os torcedores. Isso me inspira e motiva bastante, ao lado do fato de que é possível fazer".

Declaração sobre não entender futebol: "Não me julgo uma pessoa capacitada para as questões específicas do futebol. Qual vai ser o técnico escolhido? Não me julgo capacitado para escolher o melhor. O ideal é que pessoas com experiência, para tudo na vida, que elas, sim, tenham a responsabilidade. Com certeza terão uma opinião melhor que a minha. Mesma coisa de olhar para um atleta jovem e falar se vai ou não dar certo. Não é minha praia, não sei avaliar isso. Foi nesse sentido que falei lá atrás e continuo falando hoje. Claro que vivi muita história, mas ainda não tenho e não terei o nível de quem está trabalhando continuamente com aquilo. Acho até um desrespeito. Temos que tomar muito cuidado porque todo mundo que assiste, que está na arquibancada, acha que entende. Não é verdade, entende de torcer. De gerenciar futebol por dentro, tomar decisões, não. Um diretor de futebol é um treinador? Não, cada macaco no seu galho. Agora, se me perguntar sobre gestão de futebol, isso tenho bastante experiência. Apoiar um diretor de futebol, empoderando, avaliando competência dele, combinando metas objetivas e m relação ovários aspectos que dizem respeito ao desempenho esportivo, manejo do elenco e orçamento, consigo fazer isso para organização como um todo, integrando todas as áreas, vou acompanhar no futebol. E tem também outros índices que a gente vai precisar trabalhar, fonte monumental de receita, que é o futebol de base. Aproveitamento e geração aqui no Corinthians."

Trabalho de Fabinho Soldado: "Não tenho como emitir uma opinião sobre o dep. de futebol, não entrei em detalhes... De fora, não acompanho tanto. eu vejo que o resultado esportivo não está bom, mas muitas vezes não está para um monte de circunstâncias que precisamos entender melhor para dar uma opinião profunda. Tive oportunidade de conhecer durante o Fabinho lá no flamengo, trabalhamos durante um período, ele entrou mais no final, tenho muita confiança na qualidade do trabalho dele, mas nem dele mesmo consegui, nem deu tempo a fazer avaliação nenhuma, como gosto de fazer, com profundidade, qualidade. Ele sabe que gosto de trabalhar com metas, ele vai ter metas, vamos combinar os objetivos em comum acordo, que possam ser atingidos mas também sejam desafiadores. Mas não só o departamento de futebol, vai valer para todas as áreas do Corinthians".

Principal lição a passar: "É que temos que em 1º lugar ter muita noção da realidade e ser muito verdadeiro com isso. Para motivar a equipe, todos têm noção do que está acontecendo, temos que ter a lista, combinar o que a gente pode cumprir para cumprir. Isso tem um impacto monumental em tudo o que fazemos, no futebol não é diferente. Já vivi experiência de elencos não tão bem remunerados, com atrasos, mas tendo uma visibilidade e confiança no comprometimento da diretoria de cumprir o que estava sendo combinado. Isso dá muita força para todo mundo. 2º, num ambiente de justiça, perfeição não existe, mas existem assuntos combinados com transparência e um acompanhamento e cada um, não só do lado esportivo, mas do funcional de cada um da organização. Futebol não é diferente. Às vezes a procura por um resultado de curto prazo pode comprometer violentamente o médio e longo prazo. Em outras palavras, o ótimos as vezes é inimigo do bom. Queremos atingir o bom para depois conquistar o ótimo".

Negociações de direitos de TV: "Infelizmente até agora não pude ajudar em nada porque não comecei. Estou conversando, tive 2 conversas com o superintendente de marketing, Vinicius, vendo lá os planos dele, mas na prática não estava falando em nome do Corinthians, não pude ajudar em nada".

Importância de um CEO no futebol: "Independentemente de ser SAF ou associação, toda organização precisa primar pela qualidade das suas ações. Quando falamos em profissionalização, não é só questão de ser remunerado, é de desenvolver uma cultura em toda equipe de aprendizado. A profissionalização inclui estabelecer metas, objetivos claros, viáveis e desafiadores, que estejam associados ao orçamento, à capacidade de ter os recursos para atingir os objetivos, e uma sistemática de acompanhamento implacável, para estar a todo momento medindo desafios, entender por que estã tendo desvios, e procurar o que vamos fazer melhor. Por que um profissional, via de regra, faz melhor do que uma pessoa abnegada? Pela disponibilidade do tempo, pela ligação do comprometimento profissional com aquilo ali. Vou fazer e vou ser remunerado, reconhecido. Se espera de uma organização profissional, quando tem qualidade, que continue, para que a org não perca aquele trabalho. Independentemente de SAF ou organização, toda vez que se organizam procurando melhorias contínuas, desenvolvimento do conhecimento de uma forma muito simples e objetiva, incansável, você tende a conseguir resultados melhores. Isso vale até para o próprio atleta, quanto mais treinar, melhor desempenho. Quanto mais aplicação, melhor. É muito difícil para quem tem além dos objetivos de fazer acontecer, também cuidar de todo o relacionamento político. Que não é brincadeira, vocês sabem. Corinthians está tomando uma decisão extremamente inteligente, que é o que o Flamengo fez em 2013, que mudou a forma de atuar. Claro que a política do clube não tem que acabar, os donos do clube são os estatutários, igual as empresas familiares, não é sempre que o dono deve trabalhar, muitas vezes é melhor profissionalizar e ficar no conselho, buscar os melhores profissionais possíveis, aqueles que conhecem mais. Isso pode custar caro, então também formar gente dentro da organização. Claro que uma SAF tende a levar o dono a uma eficácia maior, porque as organizações se perdem nas discussões políticas e esquecem dessa busca pela excelência. Muitas vezes focam no futebol e esquecem do marketing e da área financeira. Futebol se faz com dinheiro, se nem consegue gerar esse dinheiro de uma forma sustentável e sólida, vai ter um resultado esportivo efêmero. Não é uma ciência exata, pode não ter sucesso mesmo com um time bom. As associações geralmente profissionalizam o futebol, mas não o resto. Essas coisas interferem umas nas outras. É a minha visão".

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Financeiro ou desempenho esportivo: qual será prioridade? "Se você tem para gastar, você gasta sem formar dívida. Se não tem, tem que buscar ser criativo para conquistar um objetivo. A gente tem que entender qual é o propósito. Onde o Corinthians deveria estar? Qual a capacidade de gestão do Corinthians? Top dos tops. Se eu vou comprometer um ano de resultado esportivo para ser realmente o top de uma forma sustentável, porque não vou querer isso? Porque não vou buscar isso. Posso ser campeão nesse ano e no ano que vem estar quebrado. É uma decisão política, não é nem do grupo executivo do grupo. Eu, isoladamente, acredito nisso, porque aqui tem o potencial. Não acho que esse caminho tenha que ser tão longo como foi no Flamengo, a defasagem é menor, tirar leite de pedra, mas é possível. Futebol não é ciência exata. A gente, mesmo com orçamento não tão grande, podemos conquistar resultado. É possível, não provável, mas não tenho dúvida que é certo que o corinthians tem que estar no top do futebol brasileiro, a questão é escolher o caminho. Acho também que quando passamos a realidade para todos, inclusive no futebol, as pessoas se sentem mais fortes nesse propósito e até o resultado esportivo melhora. O Flamengo não foi campeão de nada em seis anos, mas deixou de brigar para cair. Demorou, aqui não precisa desse tempo todo. Mas é um ano que vai ser duro mesmo, vamos trabalhar para ver se no ano que vem já estaremos melhor organizados para disputar o topo".

Potencial do Corinthians: "Não acredito em salvador da pátria. Trabalho com um time, empoderando as pessoas. Gerar essas receitas que a gente tem o buraco, super urgente. Está na nossa mão, temos condições de fazer. Conversei com o marketing, mas sei que o pessoal está lá com um pipeline bem legal. Não sei o que vai acontecer, tem muito interesse de gente em expor sua marca no Corinthians. O Corinthians é uma das principais vitrines do futebol braisleiro independentemente de onde esteja no desempenho esportivo. Vamos correr muito rápido para captar todas as receitas".

Legado no clube: "Não tenho nenhuma dúvida das possibilidades do Corinthians, é o maior potencial que existe hoje no futebol brasileiro. O legado é o que o Corinthians tenha uma equipe interna em todas as suas áreas de excelência, de altíssimo conhecimento e qualidade naquilo que se faz. É isso que a gente vai buscar construir, e que essa equipe seja propriedade do Corinthians, e que todo mundo aqui trabalhe com muito entusiasmo, com orgulho do que está conquistando. Só se tem esse ambiente quando a gente trabalha duro, com organização objetivos claros, propósitos dignos inspirados, e com respeito e justiça".

Organograma no clube: "Sobre o organograma, o que combinei com o presidente é que todas as áreas do Corinthians se reportam à minha função. Estou subordinado ao presidente, respondo a ele. O presidente, naturalmente, tem estatutos próximos a ele e estamos montando uma organização, comitÊs, que vão prestar conta rotineiramente ao presidente e aos seus pares, de tal maneira que a decisão sempre venha deles. Eu não vou ter uma meta escolhida por mim, posso até sugerir, mas eles que vão dizer se querem aquela meta ou não .Aí, sim, seremos incansáveis e terei atuação sobre todos que têm função executiva, remunerado ou não, para que entreguem esse objetivo. Seremos rigorosos".

Drama do Z4: "O que ouvi é que o elenco que nós temos é melhor que a colocação que estamos, então não precisamos corrigir isso. Estamos hoje com um gap, estamos sem técnico, precisamos de um. E precisamos também fazer algumas composições pontuais no elenco. É o que tenho notícia e sei que o dpto de futebol está trabalhando pesado nisso. Vamos fazer de tudo para chegar ao final do ano em uma posição honrosa no brasileirão.

"Fundamental para tudo o Corinthians continuar na série A. É absolutamente necessário, vamos fazer de tudo. Influência na escolha de técnico? Zero, minha função é muito mais entender do diretor e do dpto de futebol entender o pensamento deles. Não vou dar palpite quem é o melhor técnico tem pessoas muito mais gabaritadas que eu para fazer isso".

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Turbulência política e oposição: "Não percebi nada, porque vim ao clube poucas vezes, desde a 2ª feira estou frequentando o PSJ, até para combinar, entender, ir conversar com algumas pessoas. Nesse aspecto, zero. Chego cedo, saio tarde, não interajo com as pessoas. Mas não é meu papel. não vou entrar nesse assunto porque não cabe a mim, acho que o corpo político do clube, liderados pelo presidente, é uma outra área. A área executiva não tem interferência. a nossa função é fazer as coisas acontecerem de acordo com a s metas da diretoria. Vamos trabalhar e não nos meter na política. Penso assim. Executivo não se mete em política, é funcionário do clube. Os estatutos são os donos do clube, poderes do clube têm que ser respeitados. O clube tem toda uma história de formação que não dizem respeito ao executivo, respeitamos quem quer que seja".

"Das pessoas que tenho conversado do quadro funcional do clube, vejo todas muito animadas com as nossas possibilidades. Claro que no futebol tem uma preocupação maior, mas não tem ninguém desanimado, não. Acho que a gente vai ter um caminho legal, a minha experiência não acredito em terra arrasada, todo mundo não presta, é o contrário. Tem muito conhecimento embutido aqui dentro que tem que ser respeitado. Vamos só mudar a metodologia de acompanhamento. Tenho certeza que muita gente boa que não estava sendo percebida vai aparecer. Acredito na capacidade das pessoas quando encontram um ambiente desafiador, motivador e justo. É isso que vamos procurar fazer aqui. Porque potencial o clube tem".

Sofrimento do torcedor: "Espero que acabe logo. Mas qual o limite do sofrimento do torcedor? Torcedor é fiel, ainda mais o corintiano, que é Fiel mesmo. Espero que sofra o mínimo possível, mas é resiliente, sempre foi, vai estar com o Corinthians sempre. Nosso papel aqui é que estejam com o Corinthians e sofram muito pouco.

Pedro Silveira

Gestão profissional: "Orgulho muito grande, sou corintiano. A gente vem para uma gestão profissional, onde nos foi confiada autonomia para exercer o que acreditamos. Com certeza a gente vai ao longo das próximas semanas nos inteirar de todos os assuntos, entender melhor, fazer uma avaliação e com certeza interagir com o ex-diretor financeiro e o departamento. Com calma, e com muita serenidade, fazer uma avaliação de onde estamos e traçar onde queremos chegar. Potencial que acreditamos ser o Corinthians, potencial para ser o melhor clube do brasil, e é isso o que vamos com muito trabalho duro tentar chegar".

Como pode ajudar: "Momento de humildade e entender que eu sozinho não vou fazer nada sem ajuda de muitas pessoas boas do lado. Seja do Fred Luz, de todo o departamento financeiro, de novas pessoas que possam vir a ajudar, de um conselho e um comitê consultivo independente. Ideia é unir forças, conhecimentos. Tenho algumas experiências que vou trazer à mesa, gestão financeira, analítica de avaliar situações, de onde estamos, e de junto de um time traçar metas e objetivos dentro de uma organização profissional de onde queremos chegar".

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Pedro Silveira, novo diretor financeiro do Corinthians, é apresentado pelo clube alvinegro
Pedro Silveira, novo diretor financeiro do Corinthians, é apresentado pelo clube alvinegro Imagem: Livia Camillo/UOL Esporte

Comitê consultivo independente: "Vamos trabalhar em conjunto, a área financeira é nossa responsabilidade. Além disso, a gente quer fazer movimentos a mais, que a gente não chega sozinho. Já estou montando, além de ouvir todos os órgãos internos do Corinthians, queremos aproximar outros grandes corintianos, com grande experiência. Digamos assim, um comitê externo consultivo independente que estou montando. Um comitê financeiro que terá grandes nomes corintianos. Vou citar 3 mas tem vários confirmados. Um deles é o Marcelo Bacci, CFO da Suzano, Renato Breia, sócio da Nord Wealth, Alexandre Manoel, economista-chefe da AZ Quest, vários outros nomes que nos ajudarão a fazer uma avaliação precisa da situação financeira do Corinthians e trazer sugestões para que eu e Fred tentemos implementar aqui, respeitando toda a hierarquia. A gente traz esse comitê desde já nos apoiando das decisões".

"Objetivo é esse, trazer um pouco da experiência que tive para contribuir com o Corinthians. E aí vamos pensar os melhores caminhos, e estudar, são várias frentes, dívida e novos financiamentos, quer ajuda de mais pessoas qualificadas, citei esse comitê, usar a inteligência interna do clube com grandes conselheiros, unir forças pelo bem do Corinthians".

"O comitê independente vai ajudar eu e o Fred a ajudar a situação financeira do Corinthians. Grandes corintianos que já frequentam o clube, estão no conselho e em órgãos internos que vão ajudar, mas queremos aproximar outros grandes corintianos com carreira e conhecimento financeiro notável para que nos ajudem a fazer análise e trazer soluções de curto, médio e longo prazo para essa situação. Estamos ainda definindo a governança, nesse começo o comitê vai se reunir com pouco mais de intensidade, e a gente conforme formos fazendo nossas avaliações, vamos levando ao comitê , juntos, pensando e tentando trazer soluções para que os caminhos apontados a gente possa, desse lado e junto do presidente, tentar implementar as melhores ideias. Não serão remunerados. São todos corintianos não envolvidos no clube e com muita vontade de ajudar o clube a sair dessa situação."

"O comitê consultivo é uma recomendação da EY, não tem nenhum conflito entre eles. Inclusive vem decidindo o escopo da EY, ela tem que estar envolvida, participando desse comitê".

Autonomia no cargo: "Acredito e confio nas palavras do Augusto sobre meu papel e trabalho aqui. quero olhar para a frente, trabalhar muito duro. Fred também, 1º CEO profissional do Corinthians. Vamos olhar para frente, confiar, acreditar e trabalhar muito".

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Realismo x otimismo: "Agora é realismo, precisamos ser realistas sobre a situação atual, temos que trabalhar em cima da realidade e fazer um trabalho muito bem feito para no futuro voltar a sermos otimistas e vencedores. agora é realidade, sentar a bola e começar a trabalhar muito".

Reforços no futebol: "Sobre contratações, estamos começando a avaliar o trabalho. Muito cedo, janela abrindo, Fabinho tem autonomia no futebol, o que a gente vai falar é que existe um respeito ao orçamento. Isso a gente não vai abrir mão".

"Isso é de autonomia do presidente, autonomia do Fabinho, estão trabalhando para trazer os reforços. Meu apoio vai ser fazer uma análise financeira precisa para que a gente, dentro do orçamento, libere eles para fazer o que acreditam ser o melhor dentro de campo. Eu, como corintiano, quer o sucesso do clube, ainda mais aqui dividindo responsabilidades. É o que posso falar sobre contratações na 1º contratação. Não é meu papel julgar que vem ou não vem".

"Uma coisa que acredito que deve ser feita é regularizar atrasados do time principal. isso posso afirmar que o 1º aporte, adiantamento/empréstimo caia. Estamos esperando o 1º agora, mais em breve trazemos uma avaliação precisa do que será feito".

Endividamento do clube: "1º fazer uma declaração que toda empresa tem dívida. toda grande empresa. a questão é transformar em uma dívida saudável e que consiga conviver com o bom andamento da empresa, que não atrapalhe o dia a dia. Hoje, a dívida, pela nossa 1ª avaliação, não é saudável e atrapalha, é isso que vamos tentar resolver".

Dívida da Arena: "Não tenho como avaliar ainda se temos condições de liquidar a dívida da arena em 3 anos, mas sem dúvida será tema que discutiremos ao longo dessa jornada".

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"Minha chegada é recente, ainda estamos recebendo as 1ªs observações, números, gostaria de aprofundar mais para fazer qualquer avaliação sobre a arena acredito, sim, no potencial da arena para trazer mais receitas, tem que ser trabalhado via marketing e própria gestão da arena, mas acredito que pode ser um caminho".

Ideia Gaviões para quitar Arena: "Minha chegada é recente, notícias que tive desse tema específico vieram da imprensa. Acho que todo corintiano ou corintiana que quiser ajudar e tiver ideias, sem dúvida vamos avaliar as ideias, ver viabilidade delas e trabalhar para que aconteça. objetivo aqui ? é ajudar o Corinthians".

Dinheiro x resultados: "Parafrasear um conselheiro: 'Futebol é gol, e gol é consequência da gestão'. É nisso que acredito. acho que uma gestão profissional e bem feita, financeira, administrativa e nos outros temas, vai naturalmente fazer com que o Corinthians saia mais forte no campo".

Negociação com LFU: "Entrei muito recentemente no assunto, parabenizar quem estava conduzindo esse processo. Acredito, pelo que vi das duas propostas, que o Corinthians fez uma grande negociação, mas também acredito que o real valor é uma junção de uma liga única entre todos os clubes. Esse é o grande valor. Não é LFU de um lado, Libra do outro. Todos em uma liga única independente. Nisso acredito que temos que trabalhar em uma direção. Contratado, o Corinthians fez uma grande negociação, diferentemente de outros clubes, conseguiu garantias mínimas do 1º ao 13º lugar, se classificando à sul-americana. Essas garantias mínimas altas com relação aos outros clubes conseguiu garantir valores muito bons, posição a posição, a partir do ano que vem e até 2029.

Virar SAF: "Sobre SAF, acho que têm experiências acontecendo muito positivas. Acho que não é assunto para este momento, temos vários a tratar antes, muitas questões para resolver, não sei se um dia será assunto, acho que nem vale entrar nesse mérito".

Motivo para aceitar o convite: "O que me fez aceitar o desafio em 1º lugar é o meu amor pelo clube. Em 2º lugar as palavras do presidente augusto, a confiança de que conseguirei exercer um trabalho. 3º a minha confiança na minha capacidade de exercer o trabalho e de agregar boas pessoas para trazer soluções interessantes a esse departamento, área financeira do Corinthians, um mix dessas coisas.

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"Inclusive foi um dos motivos que aceitei o Corinthians, acredito demais nesse potencial e que conseguimos, sim, deixar um legado futuro. E o legado é no sentido de consistência, de tentar trabalhar dentro da minha função para que o financeiro deixe de ser um assunto do Corinthians no futuro e que o único assunto seja a disputa pelo topo da tabela. Esse tipo de legado, de consistência de longo prazo, que quero tentar deixar aqui".

Gestão profissional x política: "Fomos chamados aqui pela nossa capacidade técnica de tentar trazer soluções dentro das áreas para o Corinthians. Embora faça parte do quadro associativo e tenha concorrido ao conselho, não sou político do clube e têm pessoas que vão lidar muito melhor com isso no dia a dia. Meu trabalho aqui é fazer uma análise precisa, tentar apontar e executar os melhores caminhos".

Dinheiro das vendas de Felipe Augusto e Murillo: "Felipe Augusto não sei dizer, com relação ao Murillo sei está sendo trabalhado, mas ainda não foi recebido".

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