De senha do celular a título de sócio honorário, o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, demonstra ter uma relação próxima com o Flamengo.
Os bastidores sobre a operação da Polícia Federal que prendeu, no dia 3 de maio de 2023, Cid, são contados em detalhes no primeiro episódio de "Cid: A Sombra de Bolsonaro", um podcast original do UOL Prime.
A relação de Cid com o Flamengo
Senha do celular. Durante a operação da PF, ele entregou um iPhone do modelo XR que tinha a seguinte senha: Flamengo29. Dentro daquele telefone estavam detalhes e segredos dos quatro anos de serviços que prestou para o ex-presidente.
Cid já foi condecorado com o título de sócio honorário pelo Flamengo. Procurado pelo UOL para explicar a atual situação do militar, o Flamengo não retornou o contato até a publicação.
A nomeação aconteceu em novembro de 2020. Na época, o Rubro-Negro havia marcado uma sessão de entrega de títulos honorários a sócios — que não aconteceu devido à pandemia. Mesmo assim, Cid e outros nomes receberam as homenagens.
Segundo o Flamengo, um sócio honorário é homenageado com o título devido aos serviços prestados ao clube ou ao esporte nacional. O motivo específico da concessão do título a Cid, no entanto, não foi divulgado.
Na época, além de Cid, estavam também outros aliados do ex-presidente. Na lista, apareceram Hélio Fernando Barbosa Lopes, conhecido como "Hélio Negão"; Célio Faria Júnior, ex-chefe da assessoria especial de Bolsonaro; e Jorge Oliveira Francisco, ex-ministro da secretaria-geral.
Tietando jogadores. Dados extraídos da nuvem do celular de Cid, obtidos pela CPI mista do Golpe, mostram o ex-braço direito de Bolsonaro em selfies com jogadores do Flamengo, como Gabigol, Everton Cebolinha, Pedro e o ex-técnico Dorival Júnior.
Conforme revelou na época o jornal O Globo, tinha até uma imagem em que Cid aparece segurando a Taça da Libertadores 2022 ao lado de Marcos Braz, vice-presidente de futebol do Flamengo.
Compra de camisa entre as tarefas para a família Bolsonaro. Além da senha e das fotos encontradas no celular, o aparelho também tinha anotações feitas no bloco de notas em que o tenente-coronel destacou a necessidade de comprar uma camiseta do clube carioca entre as tarefas a serem realizadas durante uma viagem presidencial à China, de acordo com o Extra. No encontro com Xi Jinping, presidente do país, Bolsonaro o presenteou com uma peça do Flamengo.
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