Cinco problemas que fizeram Dorival cair na real na seleção. Como reagir?

O técnico Dorival Júnior mudou o discurso e admitiu que a seleção brasileira enfrenta problemas. O choque de realidade ocorreu depois do empate com a Colômbia, na última terça-feira (2), resultado que deixou o time no 2º lugar do grupo e, de quebra, colocou o Uruguai como rival das quartas de final da Copa América.

Quais são os problemas?

1 - O meio de campo não funciona como esperado. O trio de Premier League João Gomes, Bruno Guimarães e Lucas Paquetá cedeu espaço aos adversários e criou poucas chances.

Contra a Colômbia, os três foram substituídos por Ederson, Douglas Luiz e Andreas Pereira. Na entrevista, Dorival admitiu que o Brasil "perdeu o meio-campo".

O trio deve continuar no time diante do Uruguai. Mas é fato que Dorival busca ajustes nos treinamentos para melhorar o desempenho do setor. Caso precise mexer, o mais cotado para entrar é Douglas Luiz na vaga de João Gomes, deixando a equipe mais ofensiva.

2 - Saída de bola ruim. Os primeiros passes desde a defesa apresentaram alguns problemas diante do Paraguai, mas deixaram a desejar contra a Colômbia, quando a seleção brasileira ficou encaixotada.

João Gomes, volante mais marcador, só deu 32 passes no jogo. Bruno Guimarães, que deveria ser o motor do time, tocou na bola 48 vezes. Com os volantes sumidos e os laterais bem marcados, o Brasil deu vários chutões e pouco criou.

Contra o Uruguai, que também gosta de ficar com a bola, o Brasil precisa encontrar alternativas. Uma delas é recuar Lucas Paquetá para receber a bola e adiantar João Gomes.

Tivemos dificuldade na saída de bola e proporcionamos retomadas perigosas à frente da nossa área. Não vinha sendo um fato que nos preocupasse pelas opções que sempre tivemos Dorival

3 - Pressa no ataque. A comissão técnica acredita que a seleção brasileira está ansiosa, sem a calma suficiente para encontrar espaços no campo.

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A avaliação é que muitas das vezes os jogadores se desfazem da posse de bola, fugindo do propósito de inverter o jogo e repetir movimentações de treinamentos para criar chances.

A Colômbia criou três grandes chances contra nenhuma do Brasil. A estatística de 'gols esperados', que leva em conta a chance de marcar o gol de acordo com a posição de cada finalização, apontou 0,29 gol para o time de Dorival Jr e 1,45 para os colombianos.

Com o desfalque de Vini Jr., suspenso, Dorival pode manter a estrutura sem centroavante, escalando Gabriel Martinelli ou Savinho, ou colocar Endrick, deixando Rodrygo pelo lado esquerdo do ataque. Essa definição ocorrerá no treinamento desta sexta-feira (4).

4 - Falta de concentração. O Brasil oscila dentro do mesmo jogo e se mostra irregular. Na visão de Dorival, esse fato é normal para uma equipe em construção e com pouco tempo de trabalho.

A expectativa é que esses deslizes diminuam por se tratar de um mata-mata, onde qualquer erro pode ser fatal. O treinador crê que terá um time mais ligado em campo, tentando ser mais fiel ao que treina. Todas as atividades preparatórias nos Estados Unidos foram consideradas proveitosas pela comissão e a previsão é que o trabalho da teoria seja colocado em prática.

De repente, em momento ou outro, teremos mais dificuldade por causa desse processo do qual ninguém escapa Dorival

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5 - As laterais não decolam. O Brasil não consegue definir quem é seu lateral-esquerdo, enquanto na direita Danilo apresenta alguma dificuldade jogando improvisado.

Wendell e Guilherme Arana se alternaram durante a Copa América e nenhum brilhou. Já Danilo, zagueiro da Juventus (ITA), não compromete na defesa, mas pouco ajuda o ataque.

O que pode facilitar para a seleção é que o Uruguai tem um desenho semelhante. Na direita, o lateral titular é o Nández, que é meio-campista de formação e mais defensivo que ofensivo como Danilo. Na esquerda, o flamenguista Viña gosta de chegar mais no ataque a exemplo de Wendell e Arana.

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