Brasil termina Copa América atrás do Canadá e sem encontrar nenhuma solução
A seleção brasileira foi eliminada nas quartas de final para a Copa América sem encontrar soluções para a Copa do Mundo de 2026.
O que aconteceu
O Brasil de Dorival Júnior não deixa um legado para a continuidade do ciclo para a Copa. A seleção caiu sem empolgar em momento nenhum e vê o Canadá, com chaveamento mais fácil, chegar na semifinal contra a Argentina. Na chave que era do Brasil, Colômbia e Uruguai se enfrentarão.
Dorival empolgou nos amistosos diante da Espanha e Inglaterra, mas, quando a bola rolou para valer, o time decepcionou.
Sem Neymar e com Vini Jr. e Rodrygo coadjuvantes, o Brasil não tem criatividade. Na defesa, os mesmos debates foram retomados.
Classificação e jogos
Quem decide?
Sem um jogo coletivo bem definido, o Brasil precisava de protagonistas. E nenhum jogador assumiu essa responsabilidade a contento.
Vini passou longe de ser o atacante do Real Madrid bem cotado para a Bola de Ouro e ainda levou um cartão amarelo bobo que o tirou das quartas de final contra o Uruguai.
Rodrygo, com a 10, não brilhou. Endrick só foi titular nas quartas e não decidiu. Lucas Paquetá, Raphinha e as demais tentativas do ataque, idem.
O maior sinal desse cenário é que o primeiro batedor de pênalti diante do Uruguai foi o zagueiro Eder Militão, que se impôs na reunião antes das penalidades, disse que estava confiante e parou em Rochet. Na Celeste, o meio-campista Valverde, também do Real Madrid, foi o primeiro e converteu.
Até que se prove o contrário, a esperança de dias melhores ainda é com Neymar, que está em fase final de recuperação de cirurgia no joelho. Ele pode ser convocado para as próximas rodadas das Eliminatórias a partir de setembro.
Defesa não se consolida
O sistema defensivo teve quatro remanescentes da última Copa do Mundo: Alisson, Danilo, Marquinhos e Eder Militão. Wendell ou Arana completaram o quinteto na lateral esquerda.
Alisson teve participação discreta, assim como o zagueiro Danilo improvisado, na lateral direita. Marquinhos e Militão não deram a segurança necessária.
O Brasil levou gol do Paraguai e Colômbia e só não sofreu diante da fraca Costa Rica. Na eliminação para o Uruguai, curiosamente, a parte defensiva teve a melhor atuação, apesar de uma chance claríssima de Darwin Núñez, sozinho, no primeiro tempo.
Marquinhos é um dos líderes da seleção, mas não apresenta o mesmo rendimento de outros tempos. Gabriel Magalhães e Beraldo esperam ganhar mais espaço até a Copa ao lado de Militão, que é considerado titular absoluto de Dorival.
A saga das laterais continua
O capitão Danilo é zagueiro pela esquerda na Juventus, mas atua como lateral-direito da seleção brasileira. A lateral é a sua posição de origem, porém, ele se estabeleceu na zaga nas últimas temporadas.
Seu reserva é Yan Couto, que não atuou nessa Copa América, apesar de bons momentos nos amistosos. Ele é mais ofensivo, ao mesmo tempo em que apresenta erros defensivos. Dorival não quis assumir o risco.
Na esquerda, o problema parece ainda maior. Guilherme Arana e Wendell se alternaram ao longo da Copa América. Contra o habilidoso Luis Díaz da Colômbia, Dorival apostou em Wendell, mais defensivo. Diante do Uruguai de Maximiliano Araújo, o ofensivo Arana foi a escolha. Na prática, porém, Guilherme Arana mal passou do meio-campo.
O Brasil teve diversos laterais-esquerdos nos últimos anos e nenhum se firmou. Na direita, o capitão Danilo disse que vai avaliar o futuro e não cravou a permanência na seleção.
Meio-campo insosso
O Brasil se vangloria de ter um "meio-campo de Premier League", mas o trio passou longe de corresponder às expectativas.
João Gomes, Bruno Guimarães e Lucas Paquetá apresentaram dificuldades tanto defensivas quanto ofensivas. Ederson, Douglas Luiz e Andreas Pereira entraram no decorrer dos jogos da Copa América e não se destacaram.
Sem Casemiro, que vive momento ruim no Manchester United, a seleção esperava esse protagonismo de Bruno Guimarães, que segue longe de ser na seleção o que é no Newcastle.
João Gomes, do Wolverhampton, foi o escolhido para desempenhar função mais defensiva no meio. E foi discreto.
Lucas Paquetá disse em entrevistas que se sente líder na seleção, mas em campo não comprovou esse status. Ele chegou a ser substituído no intervalo diante da Colômbia.
O pentacampeão Brasil deixou Colômbia e Uruguai com a bola e se defendeu do meio-campo para trás em quase todos os momentos. A Colômbia tem três jogadores da Série A no meio-campo: Richard Rios, Arias e James Rodríguez. O Uruguai atuou com Ugarte, Valverde e De La Cruz.
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