Rabiot deixa 'política de lado' e se opõe a colegas de seleção francesa
O repúdio à extrema-direita não é unânime na seleção francesa. Diferente de Mbappé, Tchouameni, Thuram, Dembélé e Koundé, o volante Rabiot não quis se posicionar sobre as eleições para o parlamento francês.
"Não se misturam bem"
Questionado sobre o resultado da votação, o volante disse que alguns jogadores estão aliviados, mas preferiu não aprofundar sobre o tema. Ele ainda reforçou o foco no jogo contra a Espanha, pela semifinal da Eurocopa.
Obviamente os resultados das eleições nos preocupava. Alguns de nossos jogadores estavam bastante ativos nas redes sociais. Nós conversávamos sobre isso. Muita gente está aliviada pelo resultado de ontem. Mas esportes e política não se misturam bem. Temos um jogo amanhã e temos de deixar a política de lado Rabiot
O volante foi o escolhido para a entrevista coletiva antes da partida com a Espanha. A partida pela semifinal está marcada para esta terça-feira, às 16 horas, em Munique. Antes mesmo da Eurocopa ter início, o tema tem sido recorrente em praticamente todas as entrevistas dos jogadores franceses.
Classificação e jogos
Apesar de não demonstrar muito entusiasmo sobre a política no país, onde o voto não é obrigatório, Rabiot elogiou a participação da população nas eleições. Quase 60% dos franceses foram às urnas, um recorde desde 1981.
"É importante que os franceses foram votar. Muita gente foi votar. Mais do que nunca. A democracia falou mais alto. Mas nós somos jogadores. Precisamos deixar a análise para quem sabe. Se é bom ou mal (o resultado das eleições), eu não sei. Vamos ver no futuro", complementou o jogador.
Diferente de Rabiot, alguns atletas se manifestaram após o resultado. Os mais ativos foram Tchouameni, Dembélé e Marcus Thuram. "Parabéns a todos que responderam ao perigo que pairava sobre o nosso país. Viva a diversidade, a República e a França. A luta continua", publicou Thuram nas redes sociais.
"Vitória do povo", foi o comentário de Tchouameni. O posicionamento do volante do Real Madrid, aliás, gerou uma onda de críticas de espanhóis. O país tem acompanhado uma crescente da extrema-direita, com o partido Vox. Nas últimas eleições na Espanha, o bloco ficou em terceiro lugar. A primeira colocação foi do Partido Popular, da direita.
Dentro de campo, a França tem uma nova decisão. O jogo contra a Espanha vale uma vaga na final, título que a França não conquista desde 2000. O vencedor pega Inglaterra e Holanda, que jogam na quarta-feira, em Dortmund.
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