Provocador, multicampeão e 'apostador': quem é novo técnico do Corinthians

Novo técnico do Corinthians, Ramón Díaz, de 64 anos, é muito mais do que apenas um ex-jogador de futebol que virou técnico.

Ele provoca, aposta... e ganha

O argentino jogou profissionalmente entre o fim dos anos 70 e início da década de 90. Ex-atacante, começou no River Plate, passou por equipes europeias e atuou na Copa do Mundo de 1982 antes de pendurar as chuteiras.

Ramón Díaz em ação pela Argentina na Copa do Mundo de 1982
Ramón Díaz em ação pela Argentina na Copa do Mundo de 1982 Imagem: Peter Robinson - PA Images via Getty Images

Foi no seu primeiro clube, no entanto, onde conseguiu status de ídolo já como treinador. Ramón iniciou sua trajetória à beira do gramado justamente no River e empilhou títulos: em 1996, faturou a Libertadores e o Campeonato Argentino (fase de Apertura). Já nos anos seguintes, foram novas conquistas nacionais.

Naquele período, ganhou fama de apostador ao se envolver em embates com o amigo e ex-presidente da Argentina Maurício Macri, que na época dirigia o Boca Juniors. Em um dos "duelos", um carro de luxo foi colocado em jogo: o time do ex-atacante ganhou o clássico, e o veículo acabou sorteado para o meia Victor Zapata.

Ramón não só apostava contra o Boca: ele provocava, frequentemente, o principal rival do River. O argentino, por exemplo, tapava o nariz ao pisar na Bombonera — uma referência ao apelido pejorativo de "bostero" dado ao clube por torcedores.

Ramón Díaz, então técnico do River Plate, durante jogo contra o Boca Juniors na Bombonera
Ramón Díaz, então técnico do River Plate, durante jogo contra o Boca Juniors na Bombonera Imagem: Gabriel Rossi/LatinContent via Getty Images

A relação com a Argentina deu uma rápida pausa em 2004, quando ele foi treinar o Oxford United, da Inglaterra. A passagem durou pouco, e o comandante voltou ao seu país, desta vez para trabalhar em times como o San Lorenzo e o Independiente — com direito a uma rápida passagem pelo futebol mexicano.

Ramón voltou ao River em 2013, mas a trajetória foi interrompida com o convite da seleção do Paraguai. Ele dirigiu o país até a Copa América de 2016, mas a eliminação precoce culminou em pedido de demissão.

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Nos últimos anos, o argentino rodou por diferentes clubes, mas foi na Arábia Saudita onde reconquistou idolatria. O técnico faturou três ligas nacionais pelo Al-Hilal em suas duas passagens (2016-2018 e 2021-2023) pela equipe.

O último time de Ramón foi o Vasco, sua "estreia" no Brasil: em meio a diferentes bordões, como o famoso "No va a bajar" ("Não vai cair", em espanhol), ele conseguiu livrar os cariocas do rebaixamento no ano passado e saiu, de maneira controversa, em abril. Seu filho, Emiliano, o acompanha nos últimos trabalhos como auxiliar.

No va a bajar?

A missão no Corinthians tem certa semelhança com o que enfrentou em 2023: Ramón chega em um clube que está na zona de rebaixamento e que vê, ao menos por enquanto, a permanência na elite nacional como objetivo imediato.

Ele terá tempo para trabalhar e deve estrear só na outra terça (16), contra o Criciúma, pela 17ª rodada do Brasileirão. O jogo ocorre na Neo Química Arena.

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