Como ex-São Paulo entrou para o ramo imobiliário e vendeu casas a boleiros
Bicampeão brasileiro pelo São Paulo em 2007 e 2008, o ex-volante Zé Luís se aposentou há 11 anos após uma série de problemas no joelho e, rapidamente, tornou-se empresário do ramo imobiliário.
O que aconteceu
O ex-jogador contou ao UOL que a empreitada começou ainda nos tempos de atleta. Natural de Salvador, ele começou no Mogi Mirim, no interior paulista, e teve passagens marcantes por São Paulo, Atlético-MG e São Caetano. Fora do país, atuou pelo Tokyo Verdy, do Japão.
A preocupação com a vida pós-futebol impulsionou a ideia e, diante do futuro incerto, mas recebendo de bons salários, Zé Luis começou a comprar terrenos. Ele contratou pessoas para comercializar os imóveis e o negócio vem dando frutos há cerca de 15 anos.
A empresa tem foco em vender casas de alto padrão, e alguns jogadores renomados já compraram com o ex-volante, como o zagueiro Dante e os atacantes Elkeson e Anderson Talisca.
O negócio, aliás, é quase familiar: Zé Luis deu uma forcinha para parentes que, hoje, são peças-chave na companhia, que atua principalmente no litoral da Bahia.
Em determinado momento, a minha irmã mais nova decidiu entrar na faculdade e tinha muitas dúvidas do que fazer. Ela queria fazer enfermagem. Disse que era bacana, mas falei que pagaria a faculdade de Engenharia Civil. Ela me ouviu e hoje é a nossa engenheira, trabalha na nossa linha de frente há uns 15 anos. A minha outra irmã, a mais velha, fez administração. Resumindo, montei minha empresa em casa (risos). Estou muito feliz com o que venho fazendo Zé Luis, ao UOL
Situação constrangedora
O ex-jogador viveu um episódio, no mínimo, curioso em sua "vida dupla" como jogador e empresário. A história envolve uma falha cometida quando ainda atuava no futebol baiano.
"Tive passagem pelo Vitória em 2011. Foi boa, mas errei em um jogo decisivo: o Vitória estava na Série B e a gente precisava ganhar do São Caetano para subir. O jogo estava 1 a 1, o resultado não servia para o Vitória. Aí eu errei. Acabamos tomando o segundo gol. Assumi a culpa de um ano, praticamente, porque toda a expectativa daquele ano era o acesso para a primeira divisão e isso não aconteceu."
Eu tinha uma casa em Guarajuba [bairro de Camaçari] e fui vender para um casal. Eles não sabiam que eu era o dono. Marcamos a reunião. Eu estava à mesa com os corretores que levaram os clientes e o cunhado da moça, que hoje é minha amiga, virou e falou: 'Ah, você que é o dono da casa. Nossa, eu quero te agradecer'. E completou: 'Eu sou [torcedor do] Bahia. Obrigado pelo que você fez'.
Brincadeira saudável? "Falei: 'Ah, sim'. Fiquei meio triste na hora, mas levei na esportiva, brinquei com ele. Hoje ele é meu amigo, mas, naquele momento, ele foi um pouco deselegante (risos)."
Tiveram outras situações da pessoa procurar para comprar uma casa e, quando chegar à reunião, acabar reconhecendo. Eu estou ali na linha de frente também e eles veem a humildade que as coisas são conduzidas. Isso é bacana, fico muito feliz. A gente atua muito em Guarajuba e tem um público grande de Minas Gerais. Então, muito atleticanos reconhecem. São-paulinos também vêm, mas o pessoal de Minas é mais forte aqui Zé Luis, ao UOL
Ex-jogador, empresário... e alvo de inspiração
Zé Luis disse que conversa com ex-atletas e outros ainda na ativa sobre o pós-carreira. Ele detalhou os primeiros passos para quem se aposentou dos gramados e não tem ideia do que fazer no futuro.
A primeira coisa a se fazer é estar bem resolvido com a questão do futebol. Parou? Tem a vida pós-futebol, você consegue ser feliz. Tem de ter a cabeça tranquila, porque senão fica com aquela ansiedade, frustração. Eu sou um cara que parei de jogar e não tenho saudade. Recebo vários amigos aqui que querem entender sobre o ramo. O Maurício, zagueiro que jogou no Palmeiras, é meu amigo. O Wellington, volante que hoje está no Goiás e jogou no São Paulo na minha época, também está sempre trocando ideia nesse sentido Zé Luis, ao UOL
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