Galvão Bueno quase não narrou tetra na Globo em 94; veja 8 bordões da Copa

A narração de Galvão Bueno no tetracampeonato do Brasil ficou eternizada em 17 de julho de 1994, no estádio Rose Bowl, no Mundial dos Estados Unidos.

Naquele palco, há 30 anos, a seleção brasileira deu fim ao jejum de 24 anos sem conquistar a Copa do Mundo. Uma vitória sobre a Itália nos pênaltis.

A voz que ecoou naquele dia poderia não ser a de Galvão Bueno. O narrador havia deixado a TV Globo dois anos antes.

Por que Galvão quase não narrou a Copa na Globo

A narração do tetra poderia ter tido outro nome na emissora carioca. Em 1992, Galvão Bueno pediu demissão da TV Globo, onde trabalhava desde 1981.

O narrador surpreendeu ao anunciar sua ida para a Rede OM. O canal tinha a intenção de desafiar a hegemonia do eixo Rio-São Paulo nas transmissões esportivas. Por lá, como sócio, Galvão trabalhou também como apresentador e diretor.

Com sede no Paraná, o veículo tinha programação exibida em São Paulo pela TV Gazeta e garantiu a transmissão da Copa Libertadores e Copa do Brasil em 1992. A estreia de Galvão Bueno aconteceu em 1 de abril, na vitória do São Paulo sobre o Criciúma.

O casamento, porém, não foi duradouro. Apesar dos planos ambiciosos e de bons índices de audiência, a OM não se manteve saudável financeiramente, o que provocou a saída de Galvão, que relatou o não cumprimento de promessas.

Mesmo com o período longe da emissora, Galvão retornou à Globo em 1993 e foi a principal voz da Copa do Mundo com o aval de José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni. Pelé e Arnaldo Cezar Coelho estiveram ao seu lado nas transmissões.

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Foi uma experiência válida (período da carreira na Rede OM). Não digo que foi um erro. Vivi coisas diferentes, eu aprendi. Somou na vida profissional. E o meu retorno para a Globo foi fantástico.
Galvão Bueno, em entrevista ao Roda Viva

"Acabou! Acabou! É tetra! É tetra!"

Antes mesmo da corrida de Roberto Baggio para a bola, Galvão Bueno soltou no microfone um bordão que havia consolidado durante o Mundial: "Vai que é sua, Taffarel!".

Nem foi necessária a intervenção do goleiro brasileiro, que já havia defendido a cobrança de Daniele Massaro nas penalidades. O camisa 10 isolou.

Partiu. Bateu. Acabou, acabou, acabou... É tetra, é tetra, é tetra... O Brasil é tetracampeão do mundo de futebol.
Galvão Bueno no momento da conquista do título de 1994

A sequência de imagens mostra a celebração dos jogadores brasileiros em campo, com direito a cambalhota de um membro da comissão técnica, somada a sorrisos e choros entre os ângulos.

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Roberto Baggio lamenta cobrança perdida na decisão da Copa do Mundo de 1994
Roberto Baggio lamenta cobrança perdida na decisão da Copa do Mundo de 1994 Imagem: Phil O'Brien/EMPICS via Getty Images

A imagem da narração é um momento marcante. Galvão está abraçado a Pelé e Arnaldo Cezar Coelho, numa das cenas mais famosas do esporte brasileiro. Três décadas depois, a imagem permanece viva e continua sendo reproduzida.

Tinha aquele buraco de 24 anos. E decisão nos pênaltis, a gente tinha o trauma dos pênaltis. 94 é 94. Você passar no mundo inteiro. Eu brinco com o Arnaldo: você acha que estava naquela imagem para o mundo todo porque tinha sido o juiz da final da Copa de 1982? Nós dois éramos papagaios de pirata do Pelé. Porque o Pelé estava lá. O tetra e o primeiro título do Senna são absolutamente inigualáveis.
Galvão Bueno

Os bordões de Galvão Bueno em 1994

  • Haja coração!
  • Sai que é sua, Taffarel!
  • Vai, Bebeto!
  • É do Brasil!
  • Quem é que sobe?
  • Ergue o braço!
  • Vai, Romário!
  • É Tetra! É Tetra!

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