Neto detona elenco da Argentina por música racista: 'E se fosse o Neymar?'

O apresentador e ex-jogador Neto fez fortes críticas aos atletas da seleção argentina pela música racista e transfóbica cantada após o título da Copa América. Ele também cobrou Messi pela situação e questionou qual seria a repercussão se o episódio tivesse sido protagonizado por Neymar.

Qual a atitude de um capitão como o Messi? Ah, mas se fosse o Neymar que tivesse gravado terminando o jogo, sendo campeão e xingando todo mundo, a gente estaria dando pau no Neymar, mas do Messi ninguém fala nada. Neto, no Os Donos da Bola

E se fosse o Neymar? "Se fosse o Neymar que tivesse feito o que os os jogadores argentinos fizeram, o que o povo brasileiro estaria falando? O que eu estaria falando aqui, a imprensa? Como é que pode?

Postura de Messi: "Ô Messi, quem você pensa que é? A gente enxerga o Messi como um jogador anos-luz à frente de todo mundo, mas você, como capitão, acha justo isso aí? Uma seleção argentina racista, homofóbica. (...) Eu já torci várias vezes para o Messi. Você não tem opinião? Você não é capitão da sua seleção, Messi? Como você deixa isso?"

Feio e ridículo: "O que vocês fizeram com relação aos jogadores da França mostra o quanto vocês não têm nenhum tipo de visão do que é o ser humano. É tão feio o que aconteceu. (...) Vocês acabaram com os jogadores da França, fizeram uma coisa tão ridícula... Nos chamam de macaco. E aí vem o Enzo Fernández, que joga no Chelsea, que fez o vídeo, e que pouco a imprensa falou sobre isso".

Música preconceituosa

Os jogadores da seleção argentina cantaram uma música racista e transfóbica após a vitória sobre a Colômbia. Eles estavam no ônibus que os levou de volta ao hotel, e o momento foi registrado pelo volante Enzo Fernández em uma live no Instagram. O atleta interrompeu a filmagem quando percebeu os gritos preconceituosos, mas um trecho da transmissão ao vivo foi publicado no X.

A canção foi feita por torcedores em provocação à França e Mbappé e gerou revolta na Copa do Mundo de 2022, no Qatar. Na época, um vídeo de torcedores argentinos cantando a música viralizou. Os trechos racistas estão contidos nas frases sobre as nacionalidades dos pais dos jogadores franceses, muitos deles vindos do continente africano.

Escutem, corre a bola, eles jogam na França, mas são todos de Angola. Que lindo que vão correr, comem transsexuais como o p... do Mbappé. Sua velha (mãe) é nigeriana, seu velho (pai) é camaronês, mas no documento: nacionalidade francês. Letra da música cantada pelos argentinos

A transfobia aparece no trecho sobre um suposto relacionamento de Mbappé. Em 2022, a imprensa francesa especulou que o astro francês estaria se relacionando com uma modelo transsexual.

"Cortá el vivo, cortá el vivo":
Porque se filtró que la Selección canta la de "Escuchen corran la bola, juegan en Francia pero son todos de Angola." Orgullopic.twitter.com/I6NCpL34Vp

-- Es tendencia en (@EsTendenciaEnX) July 15, 2024

Repercussão internacional

O vídeo dos jogadores argentinos cantando a música racista e transfóbica viralizou pelo mundo e está tendo consequências. Após a repercussão, Enzo Fernández publicou um pedido de desculpas.

O Chelsea abriu um procedimento interno para investigar o volante argentino. A atitude do volante argentino gerou revolta no elenco do clube londrino, que tem diversos jogadores franceses e outros com raízes africanas.

A Fifa também anunciou que investiga os argentinos.