Textor diz que Palmeiras é o 'rei' e quer derrubá-lo para ficar no topo
Dono da SAF Botafogo, John Textor foi sincero para explicar a posição do Botafogo em relação ao Palmeiras. O dirigente esteve na CBF para o sorteio da Copa do Brasil e estava feliz da vida pela vitória na noite anterior sobre o time paulista. Textor até recorreu a uma comparação sobre ocupação de espaço e apontou o Palmeiras como o atual "rei" do futebol brasileiro.
"Eles são referência. Vão viajar para jogar o Mundial de Clubes. É uma rivalidade para nós, mas provavelmente não é rivalidade para eles. Estão no topo da tabela olhando todo mundo embaixo. Eu não sei quem são os rivais deles. Presumo que é alguém de São Paulo. Não acho que eles pensem que nós somos os rivais deles. Mas se você quer ficar no topo, tem que derrubar o rei do alto da montanha. Eles são o rei", disse o dirigente.
E o jogo de ontem? "Estou muito feliz depois de ontem. Obviamente, podemos dizer que foi só um jogo. Mas foi um jogo grande, muito por ter sido na nossa casa, e os nossos torcedores estavam animados. Foi um jogo equilibrado. Palmeiras jogou incrivelmente bem, muitos chutes a gol, cada time teve chances e perdeu cara a cara. Poderia ter ido para qualquer lado".
Se eles são o rei, você quer derrubá-los? "Fizemos bem na noite passada, mas foi só uma de uma dúzia de vezes que vamos enfrentá-los esse ano (risos). Ganhamos o primeiro round apenas".
Duelo com o Bahia na Copa do Brasil, depois de dizer que eles podem ganhar 20 campeonatos seguidos, se não houver teto salarial no Brasil. "Eu quero corrigir algo. Porque eu disse: vamos acordar daqui a 70 anos e vamos ter visto Bahia ganhar 20 anos em sequência. Por sorte, está 70 anos distante. Eu preferiria ter enfrentado o Bahia ano passado. O Bahia deste ano é muito difícil. Eu tenho assistido muito aos jogos deles. Eu sou amigo de muitas pessoas do Manchester City. Eu presto atenção no Bahia, eles são fortes. Não foi o meu sorteio preferido, para ser honesto. É uma bela cidade (Salvador), não ligo para isso agora, só quero saber do time e da competição".
Estar na sede da CBF. "Entrar aqui e ver esse logo significou muito para mim por muito tempo. Cresci na Flórida, há uma comunidade sul-americana lá, cresci jogando futebol e minhas crianças também. Esse logo, com o lindo verde e amarelo, é muito bonito. Entrar aqui é tipo entrar na casa do futebol".
Papo com Ednaldo durante evento. "Estava dizendo (para Ednaldo) que a Bahia é linda. Estou tentando trazer uma onda de amor antes de irmos lá. Tivemos uma boa conversa, foi a primeira vez que nos encontramos. Estive no clube que ele torce semana passada, o Vitória, que tem uma das melhores torcidas que já vi. Não tive chance de conversar sobre nada sério".
Argumento sobre Fair-Play financeiro e teto salarial. "Nós vemos isso na França e Inglaterra... A maneira que o Fair Play Financeiro funciona hoje te limita a gastar 70% das suas receitas, mas os times grandes têm massivas receitas. Quero estar em uma liga onde posso gastar mais dinheiro, mas não posso. Isso bagunçou alguns campeonatos. Precisamos fazer alguma coisa aqui. Flamengo, Palmeiras poderão gastar mais e Botafogo, Grêmio, Coritiba terão que gastar menos, não é justo. Salary cap funciona na NBA e NFL. Você negocia direto com a associação de jogadores, há um programa de benefícios e coloca todo mundo no mesmo nível de conseguir gastar. Você consegue ir bem se gastar bem, se for esperto, se tiver um bom projeto. É assim que deveríamos estar competindo, não trazendo dinheiro do chão e dando para um jogador. É assim que o Manchester City faz. Não estou dizendo que o Bahia fará o mesmo, o plano pode ser diferente, mas a qualquer momento que eles quiserem vencer nós não poderemos bater de frente".