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Bigode tem parte de salário no Santos penhorado em ação movida por Mayke 

Willian Bigode, Mayke e Scarpa na época em 2021, quando eram companheiros de equipe no Palmeiras Imagem: Cesar Greco/Palmeiras

Bruno Rodrigues, em São Paulo 

Especial para o UOL, em São Paulo

23/07/2024 04h00

Atual clube de Willian Bigode, o Santos acatou determinação do Tribunal de Justiça de São Paulo e transferiu R$ 22 mil para uma conta judicial, valor referente a 30% do salário do mês de junho do atacante. O arresto de parte do salário do atacante atende à decisão da Justiça favorável ao lateral-direito Mayke, do Palmeiras.

Mayke acusa a empresa de Bigode, a WLCJ Consultoria e Gestão Empresarial, de participação comercial no contrato firmado pelo lateral com a Xland Gestora de Investimentos.

O jogador do Palmeiras afirma ter sofrido prejuízo de R$ 8,6 milhões com os investimentos na Xland. Apesar do contrato envolver Mayke e a Xland, a Justiça deferiu o pedido dos advogados do lateral no sentido de incluir a empresa de Bigode como também responsável pela dívida.

O UOL entrou em contato com os representantes de Mayke e de Bigode na ação e aguarda posicionamento. A nota será atualizada assim que houver manifestação das partes.

O caso envolvendo Mayke se assemelha ao problema jurídico enfrentado por Gustavo Scarpa, que conseguiu o bloqueio de mais de R$ 530 mil nas contas de Bigode na Justiça, assim como o arresto de 10% dos vencimentos do atacante no Santos e outros 20% que Bigode tem a receber do Fluminense.

Entenda o caso

Mayke alega na Justiça ter sofrido prejuízo financeiro após aplicar R$ 4,5 milhões na Xland Gestora de Investimentos, empresa que coleciona processos judiciais.

A Xland prometia rendimentos muito acima do mercado, cujos investimentos seriam direcionados a operações financeiras com criptoativos. Segundo a defesa de Mayke, o sistema da Xland comunicou uma suposta rentabilidade de R$ 3,2 milhões.

No entanto, o lateral não conseguiu resgatar a rentabilidade e nem o valor aplicado inicialmente. Na Justiça, ele cobra os valores da aplicação, além da rentabilidade e de multa, totalizando R$ 8,6 milhões.

No acordo feito com Mayke, assim como ocorreu com Scarpa, a Xland tinha oferecido como garantia uma pedra de alexandrita. Essa pedra foi avaliada em R$ 2,5 bilhões pela empresa. No entanto, uma nota fiscal apresentou valor de aquisição de R$ 6 mil.

Tanto Scarpa quanto Mayke ingressaram ação contra a Xland. Como a empresa se dissolveu e não apresentou garantias suficientes para indenizar seus credores, os dois jogadores pediram a inclusão da empresa de Bigode, a WLCJ Consultoria e Gestão Empresarial, como responsável pelos prejuízos.

Sem uma solução com a Xland, a Justiça inlcuiu a empresa de Bigode no polo passivo das ações. Para o Tribunal, embora os contratos de investimentos feitos por Scarpa e Mayke tenham sido feitos diretamente com a Xland, toda a intermediação dos negócios teria contado com o suporte da WLCJ, o que caracterizaria relação comercial com a Xland.

Desde então, a tentativa dos jogadores de reaverem os valores investidos foi direcionada a Willian Bigode e sócias da WLCJ.

Na ação de Mayke, além do depósito em juízo de parte do salário de Bigode feito pelo Santos, a Justiça também pediu para que o Fluminense depositasse em juízo valores referentes a salários e verbas de Bigode.

Ex-time de Bigode, o Fluminense ainda deve valores ao atacante. O clube do Rio transferiu, em junho, R$ 103 mil para uma conta determinada pela Justiça. Os valores obtidos com estas penhoras devem ser usados para saldar a dívida com Mayke.

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