STJD se surpreende e vai analisar suposto esquema citado por Textor
A informação de que jogadores do Botafogo estariam envolvidos em supostas manipulações de resultados no Brasileirão de 2023 é novidade para o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), que vai analisar o caso. Dono da SAF, John Textor afirma ter descoberto que atletas do Alvinegro apareceram nos relatórios.
O que aconteceu
Textor diz que relatórios da Good Game! constataram manipulação por parte de atletas do Alvinegro no ano passado. Eles não fariam mais parte do clube atualmente. A entrevista foi ao ge.
O norte-americano afirmou ter entregue as provas à promotoria. Ele não quis revelar mais detalhes e nem o nome dos atletas.
Procurado pelo UOL, o STJD afirmou ser novidade a informação. O caso será analisado pela Procuradoria do STJD.
O Botafogo não explicou quando essas provas foram entregues. O clube foi procurado pela reportagem, mas não respondeu até o fechamento da matéria.
Preciso ter explicações para algumas coisas que acontecem no nosso jogo. Porque as pessoas falam sobre o colapso do Botafogo e desses jogos que não conseguimos vencer. Então comecei a olhar alguns desses jogos e pelo menos um desses jogos foi manipulado por jogadores do Botafogo. Não vou dizer [os nomes]. Porque eles merecem [se defender]... Por melhor que seja a evidência, por mais que seja uma tecnologia testada por 10 anos, e agora é uma tecnologia ainda melhor. É chato, né? Porque eu conheço esses jogadores. Eles não estão mais na rotação.
Eu não vou além disso. Com todo o respeito. Vocês estão sendo educados, vocês estão sendo bons jornalistas, mas eu entreguei essa evidência ao promotor. Então, é uma mensagem para todos os donos de times do mundo, eu não estou apontando apenas para você. Estou apontando para nós. Isso mostra quão prevalente a manipulação de resultados é. Então vamos parar de dizer que é sobre o jogo Botafogo contra Palmeiras, ou Grêmio ou Bahia.
Na conclusão do inquérito, o nome do Botafogo não foi citado como vítima. Outros clubes, jogadores e árbitros acusados por Textor são enquadrados desta maneira.
O relatório conclusivo foi publicado no dia 5 de julho. Nele, Mauro Marcelo de Lima e Silva, promotor do STJD, sugeriu a aplicação de seis anos de suspensão e multa de R$ 2 milhões a John Textor.
Os nomes no documento do STJD acabaram revelados "sem querer". Eles estão cobertos por um quadrado azul, mas basta usar a ferramenta de "copiar e colar" no computador para ter acesso aos dados de quais jogadores e árbitros estão envolvidos.
O nome do Botafogo é citado 31 vezes no documento, nenhuma como beneficiado, apenas prejudicado. São 12 vezes quando descrevem Textor como dono da SAF, duas explicando a situação do Botafogo no Brasileiro 2023, uma em que Textor afirma que o Botafogo foi prejudicado, sete quando lista as partidas apontadas como manipuladas, seis citando lances envolvendo diretamente o árbitro Rafael Traci, um em jogo que o Palmeiras teria sido beneficiado, um na resposta do Flamengo sobre a acusação e um na resposta do Atlético-MG.
São citados nove jogadores e sete árbitros. Cinco defendiam o São Paulo em 2023 (Diego Costa, Rafinha, Gabriel Neves, Beraldo e Caio Paulista) e quatro que estavam no Fortaleza em 2022 (Juninho Capixaba, Tinga, Fernando Miguel e Marcelo Benevenuto). Os árbitros são Raphael Claus, Ramon Abatti Abel, Rodrigo José Pereira de Lima, Rafael Rodrigo Klein, Rafael Traci, Wagner do Nascimento Magalhães e Sávio Pereira Sampaio.
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