Como Fabrício Bruno ficou visado no mercado e por que Fla não quer perdê-lo

A disputa por vagas na zaga do Flamengo virou uma dor de cabeça boa para Tite. Rodando os jogadores em praticamente todas as partidas, apenas um deles parece ser titular absoluto: Fabrício Bruno. Em alta, o defensor está valorizado no mercado da bola e já teve duas altas propostas para realizar o sonho de jogar na Europa, do West Ham (ING) e do Rennes (FRA).

O que aconteceu

Fabrício recusou uma proposta do West Ham em maio e recebeu outra do Rennes. Na primeira, o Flamengo aceitou e o próprio jogador recusou, apesar dos bons valores envolvidos. Na segunda, coube ao clube dizer que não faria o negócio desta maneira.

O clube francês oferece 12,5 milhões de euros fixos (cerca de R$ 76,4 milhões) e mais 1,5 milhão de euros de bônus (R$ 9,1 milhões) por 90% dos direitos. Os ingleses mandaram proposta de 13,5 milhões de euros mais 1,5 milhão de bônus por 100% do jogador.

O atleta nunca escondeu que tinha o sonho de sair do país. Na janela do começo do ano, Fabrício esperava receber uma proposta, que não veio. Por isso, renovou com o Fla com valorização salarial. A ida para a seleção brasileira ajudou muito na visibilidade. Agora, ele aguarda o segundo filho e isso também é levado em conta no momento das negociações. Desde a recusa, o Flamengo sabia que outras propostas grandes poderiam chegar.

O Flamengo não descarta a negociação. Apesar de não ter enviado contraproposta, o clube não fechou as portas. O alto valor envolvido daria margem para buscar uma reposição e outros nomes no mercado. Ainda assim, o Fla fará jogo duro. É o mesmo caso que aconteceu recentemente com Wesley e Matheus Gonçalves, que também tiveram propostas recusadas.

A recusa neste momento tem motivos. O rubro-negro tem foco total nas disputas dos mata-matas e no momento decisivo na liderança do Campeonato Brasileiro. O jogador está ciente da negociação, mas o Fla busca não desviar o momento e entende que o zagueiro é fundamental atualmente. Além da qualidade técnica, ele é visto internamente como um dos líderes do time e tem papel importante no dia a dia.

O cenário mudou um pouco desde a proposta recusada antes da abertura da janela. Fabrício sempre foi o titular, mas naquele momento os outros jogadores da posição tinham alternado pouco. Agora, mesmo com o rodízio, ele é o único que praticamente sempre se mantém.

Poucas circunstâncias tiram o defensor dos escolhidos de Tite. Dos 14 jogos desde que recusou a proposta do West Ham, Fabrício ficou fora de um por suspensão e de outro porque foi poupado pelo desgaste. Em todas as outras circunstâncias foi titular. Ao lado dele, os outros três nomes disponíveis jogaram em algum momento. David Luiz virou a dupla favorita, mas já perdeu o lugar para Léo Pereira, que costumava ser o escolhido. Léo Ortiz ainda tenta se firmar no setor.

Os quatro jogam muito. Vi o Iago, na base, jogando e também joga muito. Tem o Bahia na sequência. A zaga escolhida foi pela qualidade técnica, vamos buscando estímulo, recuperação, jogo, sequência. Tite, em entrevista coletiva

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Em maio, o Flamengo viu de maneira muito positiva a venda. O 'fico' agradou o clube, que não perdeu um nome importante. Mas a saída representaria um dinheiro significativo (e além das expectativas) para procurar uma reposição e ainda ir ao mercado em outros setores. Tanto que a diretoria entrou em acordo com os ingleses.

Agora, a reta final complicada de temporada no segundo semestre vai pesar. Mesmo assim, a janela ainda é longa e o Flamengo tenta valorizar o quanto puder seus ativos caso eles saiam.

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