Desempenho x resultado: Tite compara Flamengo a atletas olímpicos
Tite comparou o momento do Flamengo ao dos atletas que disputaram os Jogos Olímpicos em Paris. O treinador se disse orgulhoso do time no empate em 1 a 1 com o Palmeiras, mas ponderou que o lado externo só reconhece o desempenho quando há a vitória, assim como os brasileiros que disputam medalhas.
Oscilação num jogo de Flamengo e Palmeiras, duas equipes de altíssimo nível, em alguns momentos você vai estar dominando, controlando. Nós fizemos um grande jogo hoje. Me sinto muito orgulhoso dos desempenhos dos atletas. Vêm de um jogo em que se classificaram merecendo e hoje sai com o Weverton sendo o melhor jogador em campo e fazendo duas extraordinárias defesas. Talvez a efetividade hoje tenha feito a diferença, mas não vou me deixar levar por uma situação que é parecida com as Olimpíadas, só tem valor quem tem medalha. Quem não tem medalha não vale. Só tem valor quem vencer, então o desempenho não vale. Vale, sim, para o treinador vale. Os atletas sabem que eu me orgulho do desempenho hoje, e que o desempenho do jogo era de vitória. Tenho que ouvir o Piu dizer que porque não estava na melhor condição teve um monte de "haters". Comigo só porque venceu não vai ter, vai ter o meu reconhecimento em cima de desempenho. Faltou efetividade? Sim. Precisa melhorar uma bola de rebote? Sim. Mas o desempenho hoje, na grandeza das duas equipes, merecia ter vencido. Tenho uma percepção que vai além do resultado, mesmo que eu esteja chateado e que eu não vá dormir direito Mas tenho de saber avaliar. Só vai servir quando tem medalha? Aí não dá.
O que mais ele disse?
Jogo: "Um grande jogo, de duas grandes equipes, de dois grandes trabalhos, com dois grandes clubes fazendo um investimento extraordinário e tendo em cada enfrentamento um altíssimo nível. O gol sai em bola de rebote, de retorno, não um gol de bola parada de cabeça. Nós temos o mesmo índice de gols tomados tal qual a média do campeonato, porque os adversários também têm qualidade. Foi uma bola de rebote. Tínhamos uma mexida mais e o Nico pediu para sair. Na sequência com o Erick. Só com uma mexida para ter mais posse de bola como foi com o Gabi. Ficamos mais com a bola com o Gabi pela flutuação dele. Tivemos mais articulação e posse por ser característica dele."
Bola parada: "Trabalho com concentração e foco. Não foge do aspecto qualquer que seja a bola, andando, alçada de frente, rebote. Não foge do trabalho e concentração."
Reforços: "Se eu disser que sim [precisa de reforços], você vai escrever "Tite pede reforços". Nós temos consciência do trabalho, a direção também, da necessidade e de todos os aspectos que são importantes para o Flamengo. Nós temos consciência disso, de cada vez mais fortalecer."
Momento físico: "Um jogo de muita exigência, com altíssimo nível, inclusive físico, lamento muito pela saúde dos meus atletas. Grande momento que o Cebola estava, o Vina entrando bem de novo, a gente acaba perdendo, mas é do jogo. Saúde para eles"
Como melhorar a bola parada: "Treinamento, foco e concentração. Não dá para fugir disso. Repetidas vezes para aperfeiçoar."
Recuperação física: "Estímulo e recuperação é o grande desafio. Dar estímulo sem tempo de recuperação abre para que as situações aconteçam. Estou com sentimento amargo de não tem vencido. São duas equipes que nos últimos três ou quatro anos tem sido invariavelmente o topo do Brasil nos enfrentamentos. Inclusive de exigência física. As trocas mantém o jogo acelerado. É um desgaste físico e mental. Estamos vindo de uma classificação na Copa do Brasil que pô? agora a briga da liderança. O Flamengo está nas três competições na parte de cima. Estou falando para as famílias e os atletas, o técnico sabe reconhecer o trabalho deles. A única que talvez não ficamos foi em primeiro no grupo da Libertadores. O quanto os atletas estão se dedicando no físico, dedicação, nas substituições. Seguramos o Nico, ele pedia para sair e pedia para ficar mais. Só tínhamos uma mudança, não dava mais para mexer. Desgaste físico é inevitável. "
Bolívar: "Começamos a pensar no jogo e projetar todo enfrentamento que temos com o Bolívar. Vamos ver os atletas disponíveis."
Abel disse que o jogo não foi bom: "Por isso o futebol é bom e democrático. Enxergamos em diferentes vieses. O Flamengo tem um modelo e o Palmeiras outro. Os dois são bons, mas são distintos. Inclusive as óticas. Sem confrontar a opinião que ele possa ter. Opinião se respeita, dados específicos, não. Não quero falar de arbitragem, não é do meu cunho. Fato não dá para negar. Impedimento é impedimento. "Ah, mas foi pouquinho", não dá para negar"
Allan e Léo Ortiz: "Hoje foram os dois porque o ritmo do jogo, inclusive com o cartão do Erick, deu a necessidade dos dois. Um agride a marcação e sai, outro mais posicional. Um ou outro, mas também o Léo está trabalhando bem como primeiro meio-campista e como zagueiro"
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