O revés em cinco pontos: Abel explica derrota do Palmeiras para o Botafogo
Abel Ferreira tentou explicar na coletiva de imprensa os motivos que levaram o Palmeiras à derrota contra o Botafogo, no Nilton Santos, pelo jogo de ida das oitavas de final da Copa Libertadores. O técnico português citou alguns pontos que fizeram o Alvinegro sair com a vantagem na partida desta quarta-feira (14).
O que ele disse
Problemas no ataque: "Vocês conseguem ver os dois centroavantes da equipe adversária, como seguram a bola, como são fortes, como são pulsantes. Tivemos que mudar porque nossos centroavantes [Flaco López e Rony] não conseguiam ganhar os duelos dos zagueiros deles. Fizemos uma alteração, abrimos os dois da frente, tiramos o López e o Rony. Fizemos esses ajustes porque não estávamos ganhando duelo nenhum, não conseguimos sair das marcações, ganhar os duelos e ligar o jogo".
Problemas físicos do Palmeiras: "Há muita margem de crescimento, tivemos problemas não só pelo congestionamento do calendário, adaptação dos jogadores, jogadores não em seu pico de forma, é difícil no Brasil um jogador manter 4, 5 anos sempre em pique de forma, é normal. Mas não há esse tempo para descansar e dar essa frescura física".
Onde o Botafogo ganhou o jogo? "O nosso adversário foi melhor nos duelos, na agressividade, no ataque à profundidade, nas bolas longas com os centroavantes. Acho que hoje nosso adversário foi melhor e agora esperamos por eles no Allianz Parque. Nosso adversário foi melhor, não vou estar aqui dando desculpas, soube aproveitar nossos erros individuais, soube jogar no fator casa, soube jogar com agressividade do próprio jogo. Não estou levando para o mal sentido, foram melhores nos duelos".
Classificação e jogos
Erros do sistema defensivo: "O jogo do Botafogo é muito vertical, não é de hoje. É uma equipe que ataca a profundidade, sabemos disso. É muito fácil olhar no primeiro gol quem deveria estar com quem, e quem deveria marcar quem. Em relação ao meio-campo jogamos com um médio de equilíbrio, um médio mais ofensivo que é o Veiga. Um jogador que nos dá mais fluidez, estamos precisando disso no meio-campo, tivemos problemas nessa posição. O Aníbal já jogou em quatro meses o que jogou em toda temporada na Argentina. Minha decisão foi essa. Antes mesmo do Veiga sair quase conseguimos fazer gol com o Estêvão".
Qualidade do elenco do Botafogo: "Há poucas equipes aqui que tem as características de jogadores que eles têm na frente. Eles têm centroavantes que seguram muito bem a bola, pontas, e o Marlon que faz movimento de trás pra frente. É só ver quantas bolas nas costas entraram. É uma característica do jogo deles. Eles lançam muito bem, nos preparamos para isso. O Botafogo já perdeu e ganhou assim. Jogadores rompedores, que flutuam por dentro para enganar as marcações e fazem isso muito bem. Primeiro duelo foi aqui na casa deles ganharam por 1 a 0, o por segundo 2 a 1, e agora o duelo é na nossa casa".
Veja outras falas de Abel Ferreira
Reformulação do lado esquerdo do Palmeiras: "Nosso lado esquerdo sofreu uma reformulação. O Murilo teve uma lesão e voltou a se lesionar. Temos um menino de 17 anos [Estêvão] que está a crescer e vai nos ajudar, um grande jogador que temos aqui. Acho que vocês já perceberam a filosofia. Nossa filosofia tem sido essa e não vamos alterar. Nossos jogadores têm que entender e eu sinto isso cada vez que jogamos aqui, a forma agressiva que nosso adversário joga, temos que igualar essa agressividade, temos que igualar esse duelos. Vamos continuar a trabalhar os nossos jogadores para que eles recuperem sua forma física, os jogadores mais jovens também poder ter jogo e crescer como é o Vanderlan, Giay. Se vocês olham para a nossa defesa, tirando o Gómez, que é o mais velho, e o Murilo, o Vanderlan tem 21, Vitor, 18, é uma equipe que tem presente e futuro, e vamos continuar a trabalhar nela. Recuperar os jogadores já para domingo, perceber o que fazer no próximo jogo e disputar essa eliminatória até o fim. É na nossa casa, nosso ambiente, vamos aproveitar o fator casa também para avançar à próxima fase".
Estêvão e Felipe Anderson começando o jogo no banco: "São dois jogadores que vêm de lesão. Foi uma opção do treinador o Felipe e o Estêvão, achei que tinha jogadores em melhores condições de iniciar o jogo e essa foi minha opção. Podemos discutir as opções, mas por isso sou treinador. Normalmente não costumo ter jogadores que voltam de lesão a jogar de início, a não ser como o Murilo. Voltei a utilizá-lo e voltou a se lesionar, assim como o Estêvão. É uma roleta. Podia ter jogado? Podia. Se calhar estava bem servido, só podem jogar 11 e entrar 5".
Veiga e Maurício no meio-campo: "Quem jogou de 8 foi o Veiga. Foi uma que quisemos criar no meio-campo. O Maurício pôde flutuar na frente atrás do López e do Rony, mas no 1º tempo nosso jogo ofensivo não funcionou. Não conseguimos ligar o jogo".
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