Tite pistola: técnico do Fla pede segurança, cutuca sindicato e cita lesões
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O técnico Tite, do Flamengo, se mostrou enérgico na entrevista coletiva pós-vitória do rubro-negro sobre o Bolívar, em jogo válido pela ida das oitavas de final da Libertadores e ocorrido na noite desta quinta-feira (15) no Maracanã. Ele "pistolou": clamou à Conmebol por segurança aos jornalistas depois de um princípio de confusão na sala da sessão, cutucou o sindicato dos atletas profissionais e chegou a listar, em tom de desabafo, novas lesões de seu elenco.
O que Tite falou?
Elenco repleto de lesões. "Isso atrapalha o trabalho do Flamengo como instituição. Eu gostaria de ficar um tempo grande no Flamengo, mas a cada dia que passa, é um dia a menos que ficarei. A grandeza do Flamengo, com seus atletas... queria estar errado para falar de calendário, mas olha aí. Olhem o que está acontecendo. Não adianta o sindicato dos atletas profissionais me dar balinha doce e dizer: 'agradeço ao Tite, mas o calendário estava lá e aceitamos'. Não tem que aceitar. Não dá para aceitar, o atleta vai arrebentar."
Lista de incômodos. "Eu não preservo ninguém e não poupo ninguém. Quem tira é o departamento médico, porque a saúde do atleta está em primeiro lugar. Não vou pagar preço. Não fiz isso minha vida toda, e sou um ex-atleta que parou de jogar com 27 anos porque estourou ligamento de joelho. Minha possibilidade de jogar se foi, meu mundo caiu e não sabia o que fazer. Sei os cortes que tenho. Eu não tinha grana e tinha que sustentar meu filho e minha família. Por isso minha veemência. O Gerson foi cãibra, o Erick pediu ao Fábio [Mahseredjian, preparador físico] para sair porque estava sentindo o adutor. O De La Cruz estava com cãibra e foi. O Varela pediu por causa das panturrilhas."
Exaltação ao time. O Rossi está representando o elenco, que fez um p*** de um jogo. O resultado e o placar não condizem com o que foi o desempenho em oportunidades e volume. Temos um jogador que tem uma grandeza, do Gabi, e uma coordenação de movimentos do Arrascaeta... É injusto a gente ficar falando o que poderia ser. É uma equipe que jogou."
Ataques constantes. São fases do jogo em que o adversário se posiciona. Primeiro, ele posicionou na linha média e deu espaço. No 2° tempo, ele veio para trás, aí tivemos chance de jogar pelo lado e por trás, com mais movimentações e finalizações."
Psicológico para alcançar vantagem. "A mentalidade dos atletas foi fundamental. Tem que ter um nível de consciência muito grande. O futebol se joga, primeiro, com a cabeça. O time teve a naturalidade de rodar a bola, chegar na frente e fazer volume. Continuamos marcando pressão e finalizando com um jogador a menos. Essa doação da equipe foi excepcional. Sabíamos que o desempenho acaba determinando. Hoje, o Flamengo jogou tanto ou mais do que o resultado de 4 a 0 [contra o Bolívar ainda na fase de grupos]. Temos uma força de grupo."
Mercado da bola. "Isso é tudo de bom para dar clique, mas é assunto diretivo, o técnico tem que trabalhar e fortalecer seu grupo, e é isso que nós fazemos."
Clássico contra Botafogo. "Vou agregar uma situação: a gente não vira a chave, a gente continua com a chave. O desempenho é emprestado de um jogo para outro, de um treino para outro."