Dyego Coelho, ex-técnico e jogador do Corinthians, apontou erros cometidos pela atual gestão do Timão em entrevista ao Zona Mista do Hernan, no ar nesta segunda-feira (19) no canal do UOL Esporte no YouTube.
Gestão do Corinthians: "As coisas precisam ser revistas, quem está comandando não tem muita experiência".
Wesley: "Foi por necessidade, assim como a maioria dos jogadores da base do Corinthians".
Futuro da carreira: "Estou procurando voltar ao mercado, quero o Brasil".
Empecilhos em Portugal: "Eles são muito fechados em relação a tomarem o espaço do treinador português".
Preconceito europeu com técnicos do Brasil: "Eles não gostam e deixam bem claro, temos que nos adaptar numa situação".
Atual relação com o Corinthians e gestão do clube
"Vejo muito pouco porque te traz pouca coisa para você puxar para o seu trabalho como treinador, não só dentro de campo, tudo começa na categoria da base, seus diretores e assim vai. Não tenho relação nenhuma com as pessoas que hoje estão no clube, vejo muito mais de fora os absurdos que acontecem em um clube tão gigantesco. Estava vendo TV com as minhas filhas, era uma terça-feira 19h30, e uma delas me disse: 'Pai, tem tudo isso de gente lá (Neo Química) mesmo?'. Parece que as pessoas que estão comandando não se importam com isso".
"O Corinthians é aquela situação: prefere um carrinho ao invés de uma caneta. As coisas podem ter mudado, ter ficado mais elitizado? Ok, mas isso é o Corinthians. As coisas precisam ser revistas, quem está comandando não tem muita experiência e precisa entender, é uma Ferrari e não sabe dirigir. Não porque é um mal gestor, mas é um clube muito gigante. Pode levar tempo, mas isso pode custar caro para o Corinthians".
Wesley x Estêvão
"O Wesley é um bom jogador, ainda não é um fenômeno. Comparando com o Estêvão, é completamente diferente um do outro. Um está pronto, com 17 anos de idade, é um fora de série, foi preparado, assim como Neymar, Endrick. O outro (Wesley) foi por necessidade, assim como a maioria dos jogadores da base do Corinthians, sobem porque falta jogador, contrata errado. Aí tem o maior rival que é muito mais organizado na base".
Futuro da carreira
"Eu e meus empresários estamos procurando encaixar o nome para voltar ao mercado. Enquanto isso vou estudando, vou a estádio ver jogo, bem quietinho, compro, compro meu ingresso…esperando a oportunidade, vai bater aí uma Série B, C, vamos ver quando os estaduais chegarem. Depende muito (voltar para o exterior), mas quero o Brasil".
Empecilhos para trabalhar em Portugal
"Tentei tirar tudo o que for de licença lá e, por incrível que pareça, não deixaram. É um absurdo, não deixam nem você se inscrever. Eles são muito fechados em relação a tomarem o espaço do treinador português, não vejo isso como ruim para eles, estão mais que certos. Se o Brasil fosse assim, exigisse algumas coisas de fora, iríamos ter mais respeito nessa situação de uma mão lavar a outra".
Preconceito europeu com técnicos do Brasil
"Tem (preconceito), eles não gostam e deixam bem claro. Temos que nos adaptar numa situação em que você sabe que todo mundo não quer você ali. Por isso tiro o chapéu para as pessoas que comandam o Portimonense porque eles bancavam. Para ser treinador lá já é difícil para branco, imagina para um preto como eu? É algo que você vai lutando, como sempre lutei minha vida inteira, e não iria me fazer desistir. Só algo familiar que poderia fazer isso, que foi o que aconteceu, porque se não fosse isso iria ficar lutando até conseguir. Não é só em Portugal, rodei vários lugares do mundo, lá é até menos que uma Itália e Espanha, por exemplo".
O Zona Mista do Hernan, apresentado pelo colunista do UOL André Hernan, vai ao ar às segundas-feiras, às 12h, no canal do UOL Esporte no YouTube.
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