O Tribunal de Justiça de São Paulo ordenou que o ex-jogador Edmílson e sua mulher, Siméia Moraes, desocupem o imóvel em que residem, em Santana de Parnaíba, em São Paulo. O juiz Guilherme Vieira de Camargo autorizou arrombamento e uso de força policial caso o pentacampeão mundial e sua esposa permaneçam no imóvel após o prazo estabelecido judicialmente.
A mulher de Edmílson foi notificada na quinta-feira (15). O casal tem até domingo (25) para deixar o imóvel, localizado em área nobre de Tamboré.
Entenda o caso
Edmílson havia colocado o imóvel como garantia em um contrato de empréstimo de R$ 5 milhões formalizado com o Banco Inter em janeiro de 2023.
O ex-atleta, porém, atrasou a quitação das parcelas. Por essa razão, a instituição bancária assumiu a propriedade na Justiça em novembro de 2023, levando a leilão.
O imóvel foi arrematado pela empresa UX Intermediações de Negócios no fim do ano passado à revelia de Edmílson. A empresa alegou ao Tribunal que ao longo do primeiro semestre deste ano tentou convencer o ex-jogador a deixar o local, mas sem êxito.
No início de agosto, a defesa da UX Intermediações solicitou judicialmente a desocupação compulsória do imóvel.
No dia 7 de agosto, a Justiça comunicou que o casal teria de deixar o imóvel em até 10 dias. O prazo, porém, só passou a contar a partir da notificação da parte.
"Após o escoamento do prazo, independentemente de nova conclusão, expeça-se mandado de despejo coercitivo e imissão na posse, ficando autorizado arrombamento e uso de força policial, se necessário", comunicou o juiz Guilherme Vieira de Camargo.
O que dizem as partes
Ao UOL, Edmílson se defendeu por meio de seu advogado José Maria Lopes. O representante jurídico do ex-jogador afirma que Edmílson e a mulher tentaram de todas as formas renegociar a dívida e que o último leilão do imóvel aconteceu três dias antes do prazo final de renegociação do empréstimo.
"O pentacampeão Edmílson possui um processo ainda em discussão em que busca adimplir com a obrigação firmada junto ao banco Inter, reavendo assim a propriedade do imóvel", afirmou o advogado.
Além disso, o advogado alega ter havido diversas irregularidades no leilão judicial que culminou na transferência da posse do imóvel. A defesa de Edmílson questiona, por exemplo, o fato de o imóvel ter sido arrematado por R$ 9,5 milhões, sendo que havia, supostamente, propostas superiores, inclusive uma de R$ 12 milhões.
A defesa de Edmílson diz também que o valor arrematado não constaria nas ofertas feitas no leilão, levantando suposto favorecimento ao vencedor.
"Não se verifica o lance do 'suposto' arrematante, logo que inexiste o lance no valor mencionado no auto de arrematação no valor de R$ 9,5 milhões. Assim, perceptível ao menos em tese, que houve venda direta a UX Intermediações, o que é vedado pela Lei 9514/97", destacou o advogado de Edmílson.
À reportagem, a empresa UX Intermediações de Negócios comunicou que "todas as medidas legais estão sendo tratadas de acordo com os procedimentos judiciais adequados e que qualquer questão relacionada ao caso será discutida apenas nos autos".
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