Flamengo: sobreviventes do incêndio do Ninho vão jogar Mundial sub-20
O goleiro Dyogo Alves e o volante Rayan Lucas estão a um passo de ajudar a colocar o Flamengo no topo do mundo na categoria sub-20. Relacionados para enfrentar o Olympiacos, da Grécia, eles entram no Maracanã para a final do Mundial de Clubes sub-20 neste sábado, às 16h, cinco anos e meio após sobreviverem ao incêndio no Ninho do Urubu.
Os jogadores dormiam no CT do Rubro-Negro na madrugada de 8 de fevereiro de 2019 quando o fogo atingiu o alojamento da base e 10 jovens morreram. Foram 16 os que conseguiram escapar com vida, e apenas mais Jhonata Ventura permanece no clube — encerrou a carreira no fim do ano passado e tornou-se scout.
O confronto entre o Fla, campeão da Libertadores sub-20, e o Olympiacos, que conquistou a UEFA Youth League, está marcado para as 16h. O duelo é organizado por Conmebol e UEFA.
Sobreviventes
Dyogo Alves já integra o elenco profissional e "desceu" para esta decisão. O jogador passou uma semana internado após o incêndio e, neste período, chegou a necessitar de ajuda de aparelhos para respirar.
Na ocasião da tragédia, ele era conhecido como Francisco Dyogo. A mudança no nome adotado teve a ver com Diogo Alves, goleiro com recente passagem e de quem se aproximou após o incêndio. O nome completo dele é Francisco Dyogo Bento Alves.
No ano passado, se tornou herói da conquista do Brasileiro sub-20. Ele defendeu uma cobrança na disputa de pênaltis com o Palmeiras. Também foi campeão do Brasileiro e Copa do Brasil sub-17.
Rayan Lucas participou da campanha vitoriosa na Libertadores da categoria. Ele também conquistou diversos títulos na base do Rubro-Negro e foi um dos destaques no torneio continental. O volante lembrou os ex-companheiros mortos no incêndio no desembarque com a taça (veja vídeo abaixo).
É algo delicado de se falar. Eu levo eles sempre no meu peito e vou jogar por eles sempre Rayan, no desembarque após o título da Libertadores
O volante também já chegou a integrar o elenco profissional. A pedido de Tite, ele fez quatro jogos no Carioca e foi o único a viajar para se encontrar com o grupo após a pré-temporada nos Estados Unidos.
Como está o processo do incêndio no Ninho?
O processo ocorre na 36ª Vara Criminal do Rio de Janeiro. Ainda não há culpados pela tragédia.
A terceira audiência do caso está para ser marcada. As anteriores aconteceram em abril deste ano e em agosto do ano passado.
O processo tem oito réus. Pelo Flamengo, o ex-presidente Eduardo Bandeira de Mello, Márcio Garotti, que foi diretor financeiro entre 2017 e 2020, e Marcelo Maia de Sá, diretor adjunto de patrimônio. Da empresa de contêineres NHJ, os engenheiros Danilo Duarte, Fabio Hilário da Silva e Weslley Gimenes, e Claudia Pereira Rodrigues, responsável pela assinatura dos contratos. Além deles, Edson Colman, sócio da Colman Refrigeração, que realizava manutenção nos aparelhos de ar condicionado.
Eram 11 denunciados no caso, inicialmente. O monitor Marcus Vinicius foi absolvido. O engenheiro Luiz Felipe e o ex-diretor da base Carlos Noval tiveram denúncias rejeitadas. O Ministério Público recorreu, mas a decisão foi mantida em março do ano passado.
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