O treinador Gustavo Leal, campeão olímpico em Tóquio como auxiliar de André Jardine, relembrou uma exigência feita para poder trabalhar como técnico do sub-20 do Fluminense. Ele falou em entrevista ao Zona Mista do Hernan, no ar nesta segunda-feira (26) no canal do UOL Esporte no Youtube.
Exigência do Fluminense: "O treinador que não soubesse falar inglês talvez não continuaria no clube".
Trabalho com Jardine em Tóquio: "Um convite da seleção brasileira não tem como negar".
Brasil x México: "Vejo o calendário mexicano muito mais confortável do que o brasileiro, e para mim isso interfere na qualidade do jogo".
'Quase' no Coritiba: "Foi bacana ter passado pelo processo seletivo, tive uma reunião com o Paulo Autuori..."
Papo com Abel Ferreira: "Tive um tempinho agora no Palmeiras, foram legais as coisas que ele me falou".
Exigência rigorosa para trabalhar no Fluminense
"Para mim foi um período muito importante (Xerém), foram cinco anos e meio, então falo como se fosse a minha faculdade dentro do futebol. Tive muita sorte de ter pessoas na época que eu estava lá, que era o Marcelo Veiga, que está lá até hoje, o Marcelo Teixeira, hoje no Bahia, que se preocupavam muito com o desenvolvimento dos profissionais. Lembro uma vez que o Marcelo Teixeira fez uma reunião com os treinadores e falou da importância de saber falar inglês. Até então eu não tinha muita cabeça para isso, até o momento que ele falou que num período de três anos os treinadores que não souberem falar inglês não saberia se continuaram trabalhando aqui (Fluminense). Ele deu esse prazo para gente e foi ali que eu comecei a me desenvolver. Na época o Fluminense fazia muitos torneios fora e para mim foi muito bom para o meu desenvolvimento e também para os atletas".
Trabalho com Jardine e convite para assumir o Atlético San Luis
"Comecei em 2006 como treinador, então de lá até 2024 foram alguns anos onde na grande maioria do tempo eu sempre fui treinador. Fui auxiliar em alguns momentos que precisava. Quando o André me convida para ser auxiliar dele na seleção olímpica, na época eu era treinador do sub-20 do Fluminense. Claro que eu aceitei por ser ele e termos uma ideia de jogo parecida, também por ser uma seleção brasileira, que não tem como se negar um convite, mas eu sempre deixei claro para ele que em algum momento eu iria retomar a minha carreira como técnico e ele seria a primeira pessoa a saber disso. Quando surgiu a situação no América-MEX, o Atlético San Luis nos chama para renovar, mas disse para ele que não seguiria porque iria retomar minha carreira. Passa umas semanas o clube (San Luis) me faz um convite para ficar e vi como uma oportunidade excelente, já conhecia o clube e os jogadores e não iria passar por tanta dificuldades de adaptação".
Diferença entre futebol brasileiro e mexicano
"Brasil e México tem muitas semelhanças, do povo, questões culturais, paixão pelo futebol, mas eu vejo o calendário mexicano muito mais confortável do que o brasileiro, e para mim isso interfere diretamente na qualidade do jogo. Você tem uma semana para desenvolver a sua ideia, para ver o que deu errado no jogo passado e ajustar, com isso acredito que o campeonato mexicano fica um pouco mais intenso…é uma liga que, apesar da paixão dos torcedores, eu também vejo que os profissionais do futebol são um pouco mais respeitados, lá não vemos essas cenas de invasão de CT, torcida esperando no aeroporto, claro que as criticas podem e devem existir, mas acho que é um pouco mais saudável".
'Quase' contratado pelo Coritiba e planos para a carreira
"Participei do processo seletivo do Coritiba, quando eles escolheram pelo Fábio Matias. Foi bacana ter passado pelo processo seletivo, tive uma reunião com o Paulo Autuori muito legal".
"Uma coisa que tenho pensado para a minha carreira é de pegar trabalhos longos, não de bombeiro. Fiquei cinco anos e meio no Fluminense, dois anos na seleção brasileira, dois no Atlético San Luis, claro que eu sei que isso é muito difícil e não será 100% da minha carreira, tem equipes muito grandes no futebol brasileiro que se te chamam é uma convocação, você tem que ir, mas se eu tiver na mesa duas possibilidades, de um trabalho mais longo e outro mais curto, obviamente escolherei pelo mais longo".
Papo e 'dicas' de Abel Ferreira
"Tive um tempinho agora no Palmeiras vendo o quê eles vêm fazendo. Conversei com o Abel, gosto sempre de escutar os treinadores em geral porque cada um é muito único em sua maneira de pensar. Foram legais as coisas que ele me falou sobre as questões de gestão, porque também acredito que o treinador é um aglomerado de várias funções, ele tem que entender de treino, de tática, de jogo, de gestão dos departamentos e pessoas. Essa semana me encontrei também com o Barroca e Zé Ricardo lá no Rio, gosto de enxergar o que cada treinador tem de melhor e beber um pouco disso. Essas coisas são muito importantes (gestão de pessoas). Por que esse cara (Abel) tem um trabalho tão longevo, por que teve um sucesso em um mercado que não é o dele? Qual foi a dificuldade que ele sentiu? Uma coisa que eu sempre gostava de fazer, hoje em dia é um pouco mais difícil de ter esse acesso, mas quando eu trabalhava em Xerém era chegar para o cara do Flamengo, Botafogo, e perguntar qual visão ele tinha de Xerém, uma coisa é nós estarmos dentro".
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