Repórter se diz triste após fala machista de Abel: 'Não soube como reagir'
A repórter Alinne Fanelli, da rádio BandNews FM, voltou a se manifestar, desta vez com mais calma, sobre a resposta machista que recebeu de Abel Ferreira após a goleada do Palmeiras sobre o Cuiabá no sábado (24).
O que aconteceu
Alinne soltou uma nota nas redes sociais (leia maia abaixo) na noite deste domingo (25) e disse estar triste com a situação, além de afirmar que não soube como reagir quando as palavras machistas começaram a ser ditas pelo técnico português.
Ela cita a experiência como 'desagradável' e diz que sai do episódio triste, mas fortalecida como mulher e profissional diante de tanto apoio e acolhimento.
A repórter já havia se manifestado no período da manhã, mas à noite voltou a escrever com mais calma para dar a sua visão sobre o ocorrido.
Como foi a fala machista de Abel
O técnico Abel Ferreira afirmou que só deve satisfações a três mulheres ao responder a pergunta feita por Alinne Fanelli durante entrevista coletiva após a goleada do Palmeiras sobre o Cuiabá, no Brinco de Ouro da Princesa.
A resposta veio após pergunta da repórter, que pediu uma atualização sobre a situação de Mayke. O lateral deixou o jogo machucado ainda no primeiro tempo e chorou no banco de reservas.
Mais uma lesão. Eu tenho que dar satisfações a três mulheres só: minha mãe, minha mulher e a presidente Leila. São as únicas que têm o direito de vir falar comigo e pedir explicações. Por que perdeu, por que lesionou? As únicas. Os outros podem falar, se manifestar, elogiar ou criticar, o treinador tem que saber ouvir elogios e críticas
Abel admite 'declaração infeliz'
Abel Ferreira se manifestou na tarde deste domingo (25), através de um comunicado nas redes sociais, e afirmou que ligou para a repórter para se desculpar. Segundo o treinador, sua fala não era exatamente uma resposta à pergunta da jornalista, mas sim uma mensagem que já estava em sua cabeça.
Utilizei à pergunta da referida profissional para transmitir uma mensagem que já estava na minha cabeça, sem me dar conta de que, naquele contexto, a declaração poderia gerar uma interpretação diferente ou soar hostil.
Ele destacou que, em entrevistas coletivas, acredita estar falando com todos os presentes e não especificamente com quem faz a pergunta. "Quando concedo uma entrevista coletiva, entendo que não estou respondendo diretamente à repórter, ou ao repórter, que me faz a pergunta, mas sim a todos os presentes na conferência e também aos nossos atletas e torcedores".
Abel reconheceu que foi "infeliz" na resposta e disse que considera o episódio um "mal-entendido".
Leia a nota completa da repórter
Oi gente! Passando aqui com mais calma agora para agradecer todas as mensagens de apoio, carinho e acolhimento que eu tenho recebido sem parar desde ontem. Agradecer também o apoio incondicional da Rádio BandNews FM e do Grupo Bandeirantes de Comunicação, desde o primeiro momento, com posicionamento público e empatia diante da situação.
No momento em que fiz minha pergunta, eu iria fazer dois questionamentos, um sobre o Mayke e outro sobre a convocação do Estêvão. Como houve o início de uma resposta, parei de falar por respeito ao entrevistado. Quando as palavras começaram a ser ditas, confesso que não soube como reagir e apenas pensei em focar na finalização do meu trabalho.
Deixando o estádio, tive a oportunidade de conversar com algumas pessoas, inclusive, com o técnico Abel Ferreira.
Saio deste episódio triste, porque nunca passei por uma experiência desagradável como essa em 17 anos de profissão, mas me sentindo fortalecida como profissional e, principalmente, como mulher. O apoio e o acolhimento recebidos têm sido fundamentais para mim neste momento.
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