O ex-atacante Washington, conhecido como "Coração Valente", expressou profunda tristeza ao comentar a morte do jogador uruguaio Juan Izquierdo, que sofreu uma parada cardíaca em campo e morreu na última terça-feira (27). Washington, que enfrentou uma situação semelhante em 2002, relembrou o impacto que isso teve em sua vida e destacou a importância de cuidados médicos rigorosos no esporte.
Primeiro vem uma comoção, a gente fica comovido, preocupado. Infelizmente, nós tivemos a triste notícia do falecimento do Izquierdo. Eu fico sempre emocionado quando acontece uma situação como essa com um atleta, principalmente quando se trata do coração, do qual eu fui tratado, e graças a Deus eu consegui me recuperar. Parece que eu perdi um amigo, um parente, e que Deus console e consiga fazer com que os corações dos familiares sejam fortes para poder seguir a vida
Washington destacou as diferenças entre sua experiência e a de Izquierdo, apontando que ele conseguiu buscar ajuda médica antes que sua condição se agravasse.
"Não cheguei a ter a arritmia e nem a parada cardíaca, o mal súbito. Eu tive os sintomas e corri logo, já fui, procurei um médico lá na época no Fenerbahçe. Fiz os exames e já consegui [identificar a questão], então tudo foi antes de eu ter uma parada cardíaca. Graças a Deus, não tive esse momento tão mais grave", explicou o ex-atacante.
Apesar dos avanços na medicina esportiva, Washington acredita que ainda há desafios a serem enfrentados na detecção de problemas cardíacos em atletas.
"Da minha época pra cá, os clubes estão muito mais atentos, os exames são mais detalhados, a fisiologia, a medicina está muito mais avançada. Mas às vezes, mesmo você fazendo os exames, alguma coisa pode ter no período seguinte ou ter acertado algum problema que escondeu e não apareceu nos exames ou foi pós os exames. Então, é muito amplo isso, essa discussão, é muito difícil", ponderou.
Washington relembrou como foi difícil descobrir seu problema cardíaco na Turquia, em 2002, quando estava com sua esposa.
"Foi um momento muito difícil, complicado. Jamais eu imaginei que estaria com uma placa de gordura na veia artéria e que estava noventa por cento obstruída, que poderia me dar um infarto logo em seguida. Eu tive os sintomas que, graças a Deus, foram o que me salvou", relatou.
Após o diagnóstico, Washington passou por tratamento e conseguiu retornar ao futebol, jogando por mais sete anos antes de se aposentar por decisão própria. Ele destacou que, mesmo após seu problema, nunca enfrentou dificuldades em exames médicos. "Nunca deu nada, eu inclusive fiz os exames pra fazer o contrato com o Fenerbahçe pra assinar o contrato e não deu nada", concluiu Washington.
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