Palmeiras é contra bets? Por que proposta de R$ 100 mi não será comentada

O Palmeiras não vai se pronunciar sobre ofertas reveladas durante a concorrência para o patrocínio máster do clube para janeiro do ano que vem. Danilo Lavieri, colunista do UOL, publicou na última terça-feira (27) que a Betnacional apresentou uma proposta de R$ 100 milhões, que poderia chegar a R$ 160 milhões dependendo da premiação por desempenho, e saiu da concorrência pela falta de resposta do departamento de marketing alviverde.

O que aconteceu

O Palmeiras entende que não pode se pronunciar para não atrapalhar a concorrência e os valores envolvidos. O clube adotou a mesma postura para negociar com o fornecedor de material esportivo para a próxima temporada e a exploração das placas de publicidade de campo nos jogos do clube como mandante. Em ambos os casos, a concorrência foi considerada um sucesso, e os mesmos moldes serão mantidos agora pelo patrocínio máster.

Oposição se revolta, mas clube está otimista. A oposição de Leila Pereira na eleição presidencial ficou inconformada com a não resposta do clube à proposta da Betnacional, mas o Palmeiras tem recebido diversas propostas pelos diferentes espaços que tem no uniforme e acredita que tomará uma ótima decisão final.

Alviverde tem trunfo para negociar valor do máster. Corinthians (Esportes da Sorte, R$ 309 milhões por três anos) e Flamengo (Pixbet, R$ 105 milhões em 2024) já fecharam seus principais patrocínios em 2024, e o Alviverde é um dos poucos clubes grandes com o espaço disponível para o ano que vem. Isso possibilita alcançar condições próximas e até melhores que o acordo dos rivais — como aconteceu nas placas de publicidade: o Palmeiras conseguiu um acordo R$ 75 milhões superior ao do Corinthians por ter cautela para fechar o negócio.

Palmeiras é contra as bets?

As únicas empresas interessadas que tiveram os nomes revelados foram a Betnacional e a Esportes da Sorte. A Esportes da Sorte é a patrocinadora máster do futebol feminino em um acordo de R$ 18,5 milhões por temporada pela camisa do time feminino e para estar nos banners de entrevistas. O CEO da empresa chegou a dizer em uma entrevista que queria o máster do masculino do Alviverde. No entanto, a casa de aposta entrou em acordo com o Corinthians no valor de R$ 309 milhões por três anos e acabou deixando a corrida pelo Palmeiras.

Já no caso da Betnacional, o que incomodou quem participou da negociação foi a ausência de respostas e não os prazos colocados pelo departamento da equipe paulista. A impressão era que o clube usaria a proposta para buscar interessados que pudessem pagar mais.

O acordo com a Esportes da Sorte para o feminino mostra que o Palmeiras está aberto à ideia de ter como patrocinadora uma casa de aposta, mas alguns membros da diretoria palmeirense são receosos com a possibilidade no espaço de máster — mesmo com a regulamentação da casa de apostas no início do ano que vem junto ao Ministério da Fazenda. A preferência é por multinacionais que possam levar o nome do clube para ainda mais pessoas no exterior, como foi publicado pelo Nosso Palestra.

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Hoje, o Alviverde recebe R$ 81 milhões para todo o uniforme ser estampado por Crefisa e FAM, com o valor total podendo chegar a R$ 120 milhões com metas. A previsão é de que a equipe consiga valores próximos aos R$ 120 milhões com bônus da Crefisa, mas fixos e sem exclusividade.

Fim da era Crefisa?

Leila Pereira sabe que as cifras praticadas atualmente são muito mais altas do que quando virou patrocinadora máster do Palmeiras, em 2015 (o acordo foi renovado em 2021). A mandatária trabalha com a ideia de seguir estampando a camisa do clube em um espaço menos nobre e com o naming rights da Academia de Futebol.

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