Esqueça o meme — e não é só porque o X/Twitter está bloqueado no Brasil. Sabe a foto do aniversário de dois meninos, um com a camisa do Flamengo e outro com a do Corinthians? A união Flarinthians, pelo menos nesta rodada do Brasileirão, passou longe da Neo Química Arena.
Essa parceria, simbolizada pelo bolo conjunto daquela festa, foi por vezes conveniente na rivalidade dos últimos anos contra o Palmeiras. Mas o que se viu em campo foi confusão, expulsões, soco na cara e catimba. Na parte boleira que deu certo, vitória do Corinthians por 2 a 1.
Ótima notícia para o Corinthians. O time de Ramón Díaz jogou melhor e venceu um rival mais rico e que briga pelo título. Só não deu tudo certo na rodada porque a luta para fugir da zona de rebaixamento ainda continua. O São Paulo não ajudou: perdeu para o Fluminense no Maracanã.
O líder, alheio a isso tudo, voltou a ser o Botafogo.
A desunião dos milhões
O pau cantou em Itaquera. O Flamengo reclama da permissividade do árbitro Ramon Abatti Abel, inclusive. Mas o fato é que o carrinho de Yuri Alberto em cima de Wesley, já quando o Corinthians vencia por 2 a 1, foi o estopim para desencadear o auge da confusão.
Wesley chamou de filho da p..., mas Alcaraz foi além quando Cacá chegou perto no empurra-empurra. O argentino chegou a dar um soco no rosto do zagueiro corintiano, que segurou no pescoço do adversário. Os dois levaram vermelho após o árbitro assistir tudo de novo no VAR. Pescoço, desta vez, não teve nada a ver com as rimas do trap do Gabigol.
Yuri Alberto, esquentadinho, ficará suspenso em um momento no qual o Corinthians tem dificuldade com centroavantes. Héctor Hernández, estreante, se machucou com menos de 10 minutos de jogo. Alcaraz, por sua vez, nem bem chegou e já pode levar um gancho maior do STJD por agressão física. O julgamento ainda não tem data, mas certamente vai ser denunciado. É praxe no tribunal.
Por que o Fla tem tantas lesões?
Independentemente dos carrinhos do Corinthians, o Flamengo saiu com mais dois jogadores que, de certa forma preocupam em termos físicos. David Luiz foi substituído com dores musculares e Valera apresentou problema no quadril. Ambos vão ser reavaliados e têm um tempo na data Fifa para ver se vão estar na ativa no próximo jogo, pela Copa do Brasil, dia 12.
A lista no departamento médico do Flamengo só aumenta. E, além de explicar a derrota, a comissão técnica tentou dar um parecer sobre o alto número de lesões no time. Segundo o preparador físico Fábio Mahseredjian, isso é um "fenômeno mundial".
É um fenômeno ocorrido no mundo todo. Tem times no Brasileiro com 12 no DM. Essas lesões vão continuar ocorrendo. Existem artigos científicos provando isso. Tem um que acompanhou sete temporadas consecutivas na Inglaterra, da temporada 2006/07 até 2012/13. A distância percorrida foi exatamente a mesma, uma diferença de 2%. Sabe o que aumentou? O número de piques: 85%. A distância percorrida em alta velocidade, acima de 20km/h: 30%. A distância em sprint, acima de 25km/h: 35%. Então o futebol mudou. Fábio Mahseredjian, preparador físico do Flamengo
Botafogo on fire
No confronto entre os dois primeiros colocados, o Botafogo levou a melhor sobre o Fortaleza. Fez 2 a 0 no Nilton Santos e, com um jogo a mais, voltou à ponta da tabela. O destaque foi o atacante Igor Jesus, com dois gols. Por duas vezes, repetiu a comemoração do kamehameha, o golpe dado por Goku no desenho Dragon Ball Z.
O golpe certeiro, pelo visto, foi do pessoal do scout do Botafogo, que contratou o atacante. Ele virou titular, deixando Tiquinho no banco, e já fez seis gols em 13 jogos pelo clube.
Estêvão justifica convocação
Esse garoto está demais. Estêvão se apresenta nesta segunda-feira à seleção brasileira. E a impressão que deixou no domingo foi excelente. Um golaço para selar a vitória sobre o Athletico e, no geral, uma atuação que referenda a oportunidade, aos 17 anos, dada por Dorival Júnior. Estêvão desponta como um fenômeno, sabe disso e não tem se omitido.
A retratação de Abel pelo machismo
O técnico Abel Ferreira, do Palmeiras, comentou publicamente pela primeira vez — depois de comunicado nas redes sociais — sobre a fala de cunho machista na coletiva do jogo passado. Ele reforçou que se desculpou com a repórter Aline Fanelli por abrir uma resposta à pergunta dela dizendo que "só tem que dar satisfações a três mulheres só". A mensagem de retratação foi meio cifrada, mas ele quis dar o assunto como encerrado.
Zubeldía x arbitragem
O técnico do São Paulo detonou a arbitragem. Disse que está marcado e por isso não vai reclamar mais à beira do campo. Só que classificou como "autoritarismo total" o comportamento dos árbitros em campo, sobretudo após a orientação de que apenas os capitães podem falar com eles. E mesmo assim os que ostentam a faixa levam amarelo. Foi assim com Rafinha, depois do primeiro gol do Fluminense.
E olha que houve contestação na jogada. O árbitro aparentemente não apitou para marcar a falta que gerou a troca de passes resultante no gol de Kauã Elias. Até o VAR entrou na história, tanto que Paulo Cesar Zanovelli reviu a jogada à beira do campo. Mas, em resumo, ele disse que marcou falta e, portanto, o toque de mão que Thiago Silva deu ao parar a bola no chão e cobrar rapidamente foi válido.
O capitão deveria falar porque havia confusão. Se o árbitro não apita como vai permitir que o Thiago toque com a mão. Depois voltou a ver as imagens. Se dá vantagem, dá de costas para as jogadas e Thiago coloca a mão. Foi ver ao VAR e não sei o que falta. Não apitou. Como cobrou a falta se estava de costas? Luís Zubeldía.
Que virada é essa, Galo!
O jogo mais insano da rodada foi o Grêmio 2 x 3 Atlético-MG. Parecia tudo lindo para a volta dos gremistas à Arena, em Porto Alegre. Um peso sentimental, por ser o primeiro jogo desde a enchente, somado à necessidade esportiva de somar pontos em casa para abrir distância em relação ao Z4.
O time de Renato Gaúcho chegou a fazer 2 a 0, mesmo com um jogador a menos desde os 20 minutos de jogo. Primeiro tempo dos sonhos. Mas aí, o Atlético reagiu. Empatou aos 48 minutos do segundo tempo e virou aos 50 minutos. Loucura total!
Gols de Campbell e Braithwaite: é Brasileirão, sim!
Não é Football Manager ou Modo Carreira do Fifa. O que você diria há alguns anos se te contasse que o costarriquenho Joel Campbell e o dinamarquês Braithwaite estariam fazendo gols na mesma rodada do Brasileirão? Pois aconteceu neste domingo, fruto de um comportamento mais ousado e voltado para o mercado exterior dos clubes por essas bandas.
Campbell, que já jogou no Arsenal, não foi o bastante para evitar a derrota do Atlético-GO para Cruzeiro. Já Braithwaite, ex-Barcelona, fez um dos gols do Grêmio sobre o Atlético-MG e também saiu derrotado.
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