Clubes discutem fair play financeiro e ainda veem calendário como pendência

Dirigentes que fazem parte da comissão nacional de clubes tiveram na terça-feira um encontro no qual iniciaram uma discussão sobre implantação do fair play financeiro no Brasil.

O debate ainda é inicial, em estágio embrionário. Mas a ideia é que a pauta evolua dentro da própria comissão e seja posteriormente discutida com os demais clubes do Brasileirão e a CBF.

A comissão de clubes é um órgão cuja composição é alterada a cada ano. A versão 2024 tem como representantes da Série A os presidentes de Fluminense, Atlético-GO, Fortaleza, São Paulo e Internacional.

Os clubes querem estudar o tema porque perceberam riscos em um mercado desregulado.

O fair play financeiro é uma política que, ao redor do mundo, não tem um padrão único. Mas, no geral, parte do princípio de que o clube só deve gastar até um determinado limite, sem ultrapassar o que arrecada.

O tema chegou à comissão de clubes depois do fechamento de uma janela com gastos elevados para o padrão histórico brasileiro e, ao mesmo tempo, um cenário de inadimplência.

Os clubes sabem que há interesses de todos os lados envolvidos e que não conseguiriam, a princípio, mover essas correntes sozinhos.

Os dirigentes envolvidos até vislumbram algo para o futuro, mas evitam cravar que isso já seria colocado em prática em 2025.

Já houve um projeto de fair play financeiro montado pelo economista Cesar Grafietti depois de um processo de discussão que envolveu, por exemplo, a EY. Mas a ideia foi engavetada na CBF.

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Até mesmo o licenciamento de clubes, que paulatinamente deveriam apertar regras de controle de gestão e estrutura dos clubes, teve seu sarrafo estacionado na entidade.

E o calendário?

A discussão sobre fair play financeiro se junta ao debate na comissão de clubes sobre o calendário. Este, sim, pensando em 2025.

Já se sabe que há um cenário caótico a caminho, com a realização da primeira edição do novo Mundial de Clubes da Fifa. E não tem como tocar o Brasileirão durante o torneio, já que há três, talvez quatro, clubes brasileiros envolvidos. Palmeiras, Flamengo e Fluminense têm passaporte carimbado.

A CBF só vai divulgar o calendário de 2025 depois que a Conmebol bater o martelo sobre as datas dos torneios continentais. O calendário sul-americano será avaliado pelo conselho da Conmebol em reunião em 17 de setembro.

Os clubes também enxergam complexidade. Há uma série de variações sobre a mesa da diretoria de competições. Mas o assunto depende, principalmente, do desejo político do presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues.

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Ao longo dos anos, a CBF também ponderou que o calendário é reflexo dos contratos de TV assinados pelos clubes, especialmente no que diz respeito aos estaduais. E eles não vão acabar em 2025.

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