Dorival narra lesão de Pedro: 'Deu para perceber que era algo grave'
O técnico da seleção brasileira, Dorival Júnior, viu de perto a lesão grave sofrida por Pedro, no treino de quarta-feira (4). Em uma jogada na qual estava sozinho, veio o rompimento do ligamento do joelho esquerdo.
"É muito difícil falar alguma coisa num momento como esse. Nos solidarizamos com o atleta, principalmente com a família. É o segundo momento do Pedro muito próximo e acontece a mesma situação. Que se recupere rapidamente, a seleção estará de portas abertas e ele sabe disso. Tenho carinho especial e lamentável que tenha acontecido", lamentou o treinador, que descreveu:
Eu e Juan estávamos atrás do lance, deu para perceber na hora que algo de grave havia se passado. Sentimos muito, principalmente por ele, pelo ser humano que é, pela figura que vinha sendo aqui, o mesmo que eu conheci há uns anos no Flamengo. Fica a lamentação por uma pessoa tão especial como o Pedro.
Pedro estava nos planos de Dorival para começar como titular e começou a atividade em Curitiba entre os 11 iniciais. Mas a lesão mudou a formação.
"Tinha expectativa muito positiva sobre o Pedro, mas agora é olhar mais o lado humano, dele como pessoa, um cara especial, e lamentar profundamente. Buscar as soluções no nosso grupo em busca de um equilíbrio. Dois ou três resultados que façam as coisas caminharem de maneira um pouquinho mais tranquila", completou o treinador.
Sem Pedro, o Brasil deve enfrentar o Equador com o trio de ataque formado por Vini Jr, Endrick e Rodrygo.
Pedro foi cortado diante da lesão que o tira do restante da temporada. Dorival convocou João Pedro, do Brighton, como substituto.
O que mais Dorival disse
Poder defensivo
"Tomamos alguns gols, a maioria foram na bola parada, faz parte do espetáculo. É um princípio que tem que ser trabalhado na exaustão. Durante a Copa América, no início dela, existia preocupação grande pelo 3 a 3 com a Espanha e um 3 a 2 contra o México. Aquilo soa como um problema negativo, uma situação muito negativa. Acredito sempre no equilíbrio entre os compartimentos. Tivemos que acelerar o processo para a equipe ser mais organizada, ao mesmo tempo com capacidade de ser dinâmica do meio para frente. Esse dinamismo combinado com individualidades que nós temos. Engraçado que na Copa América tivemos defesa segura e devemos de repente em criação. Contexto diferenciado pela metragem de campo, que dificultou todas as equipes, mas as equipes de posse e que queriam criar tiveram mais dificuldade. Tivemos coisas positivas, queríamos uma posição melhor e não alcançamos. Ficamos no meio do caminho por disputa de penalidades, aconteceu com outras equipes e poderia acontecer com a campeã do torneio".
Luiz Henrique, Estêvão e Rodrygo
"Essa pergunta abre possibilidade de consideração importante. Questionavam o Raphinha e agora, pelos dois últimos jogos, cobram a ausência dele. Raphinha está suspenso junto com Joelinton e Gabriel Jesus. As colocações mudam. A cobrança era grande sobre o Endrick e, depois do último jogo, alguns questionamentos. Pedimos paciência com esses garotos. São meninos de muita capacidade, não estão aqui por acaso e foram bem observados. Luiz com número de jogos maior, mas Estêvão tem potencial altíssimo e se espera muito dele. Temos que ter tranquilidade, paciência, é momento de transformação em que eles saem de situação de clube para seleção com responsabilidade grande pelo momento. Temos que ter paciência e passar tranquilidade para que eles desenvolvam o melhor em campo".
Endrick e jovens assumindo mais responsabilidade
"São essas mudanças que todos cobraram, exigiram e vêm acontecendo. Não existe mudança desse tipo com resultado imediato. Garotos saem de uma condição para o protagonismo. Endrick não é titular de um dos maiores clubes do mundo, mas está num elenco de 20 jogadores de contexto mundial. Se atua 90 ou 100 minutos com mesmo tempo amanhã ou depois, é um fato que não levo muito em conta. Estão em início de temporada a maioria, são poucos jogos. São jogadores de vivência e experiência, mesmo os mais novos. Já têm capacidade de dosar a condição necessária se tiver que ficar 90 minutos no jogo".
Retorno a Curitiba e estreia nas Eliminatórias
"Situação incomoda, temos conhecimento e precisamos de atenção especial. Fico feliz de voltar, joguei como atleta, treinador do Coritiba e do Athletico. Momentos importantes na minha carreira, valorizo e agradeço o reconhecimento que tive aqui dentro".
Trabalho mental
"Emocional tem que andar em paralelo. Quando trabalhamos uma equipe, não é só o campo. Nem só o emocional ou técnico. Tem que conciliar tudo isso para fazer as coisas encaixarem e encontrarem. Se só trabalhar equipe emocionalmente sem conteúdo de campo, acaba fracassando. Tem que fluir de forma equilibrada para a equipe encontrar um caminho, ajuste, e tenhamos mais confiança. Resultados não foram os melhores na Copa América, mas aceleramos processos. Uma equipe completamente reformulada e vai oscilar, é natural. Temos que trabalhar para diminuir o máximo possível esse processo".
Seleção mais corajosa
"Tínhamos uma deficiência, mudando posicionamentos nos tornamos mais consistentes defensivamente. Não perdemos ofensivamente. Eu computo até pela chegada do Ederson, e o City usou os mesmos campos da Copa América na pré-temporada e todos reclamaram da mesma coisa que nós reclamamos. Houve diminuição grande na horizontal e vertical. Não tivemos grandes resultados na Copa América, as defesas prevaleceram sobre os ataques de modo geral, inclusive com os finalistas. Não é justificativa. Não perdemos característica e nem mudamos nosso jeito de jogar, jogamos assim contra Espanha, Inglaterra, México e EUA como tentamos jogar na Copa América. Movimentos de cobertura ficavam muito próximos. Não corremos riscos de infiltrações e troca de passes. Sentimos na criação, foi o que todas as equipes tiveram. Gera dúvida e desconfiança, mas trabalhamos para melhorar o que vem sendo apresentado".
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