Fred Bruno avaliou o protagonismo de Neymar na seleção brasileira e destacou que "qualquer seleção" que tenha a opção de tê-lo entre seus jogadores será dependente dele. Ao Alt Tabet, do Canal UOL, o youtuber esportivo ponderou que essa dependência deve-se ao fato de que Neymar é o tipo de atleta com capacidade de decisão. Apesar disso, Fred adimitiu que, na vida pessoal, o jogador tem "escolhas questionáveis".
Para Fred, a possível "dependência" que outros atletas sentem de Neymar é algo "instintivo". "Me colocando como jogador: na hora que eu dominei a bola, se tem uma [outra] opção ou o Neymar [para passar a bola], a chance de eu receber a bola mais redonda dando passe para o Neymar é muito grande. Então eu acho que essa talvez dependência é instintiva, porque ele é o melhor cara, aquele que decide mesmo, que no futebol sistêmico é o cara do improviso, que sai do roteiro".
Bruno ressaltou que a seleção ser dependente ou não de Neymar passa necessariamente pela vitória. " Acho que a resposta sempre vai esbarrar no ganhar. Se tivesse ganhado a Copa América agora, iriam dizer: 'Tá vendo? A gente não precisa do Neymar'. Agora o Neymar virou um negócio tão gigante que [se] ele não é convocado, não tem condições de jogar, a seleção perde e a culpa é dele. É muito doido isso".
O youtuber destacou que admira o futebol de Neymar, mas admitiu que, na vida pessoal, ele tem "posições questionáveis" que influenciam na torcida dos brasileiros pela seleção. "Admiro muito o Neymar dentro de campo. Fora, ele tem escolhas e posicionamentos que são realmente questionáveis. Aí chega época de Copa de Mundo e não é só a galera que entende de futebol que torce. Então tem uma galera que torce contra o Neymar, o nosso melhor jogador, devido às escolhas tomadas fora de campo".
Segredo da amizade com jogadores: 'Sei do que gostam'
Fred Bruno disse que o "segredo" para a amizade com os atletas está em sua história de superação parecida com a dos próprios jogadores. Ao Alt Tabet, do Canal UOL, o youtuber ressaltou que, além das similaridades pessoais, outro diferencial é o fato de ele passar segurança para que os atletas se sintam confortáveis nas entrevistas.
Para Fred, se existe algum segredo para manter a amizade com os jogadores, ele está no seu histórico pessoal. "Foi algo que aconteceu de forma muito natural, talvez por eu ter a origem muito parecida [com a dos atletas]. Eu era muito pobre, da periferia de São Paulo e as coisas começaram a acontecer. Acho que essa identificação pessoal é o que rola".
Fred destacou que os jogadores não têm receio em falar com ele porque sabem que não serão "fodid**". "O meu segredo é que sou jornalista, mas jamais vou querer fod*r os jogadores. Eles se sentem seguros. Eu sei o que os caras gostam de falar e o que eles acham que é meio chato".
Os jogadores gostam de fugir das perguntas mais óbvias e eu me interesso muito mais em mostrar que eles são pessoas normais, vulneráveis, que brincam, que dão risada.Fred Bruno sobre o segredo da amizade com atletas
Falta de identificação? Fred Bruno analisa popularidade da seleção
Bruno, que colaborou com a CBF num projeto para aproximar os jogadores do público, disse que os torcedores hoje parecem torcer contra a seleção. "A Copa América [de 2024] foi um experimento inicial porque... Cara, eu também fico incomodado com a falta de identificação que o público tem com a seleção brasileira. Acabei de voltar de uma Olímpiada, e pode ser qualquer [esporte] o Brasil inteiro torce com toda força para que aquilo dê certo. Para a seleção, parece que todo mundo torce para dar errado. É um bagulho muito doido".
Para ele, parte dessa "dualidade do torcedor" entre torcer contra ou a favor da seleção passa pela sensação incômoda de que seu clube será prejudicado pela convocação dos atletas. "Pedem para que a seleção convoque os jogadores de seus times, mas quando ela convoca, reclamam. O amor que a pessoa sente pelo clube é maior que o amor sentido pela seleção".
Fred Bruno destacou ainda que, no fundo, a identificação "está muito atrelada às vitórias". Ele deu como exemplo o fato de que, caso a seleção tivesse conquistado a Copa do Mundo, seriam feitos elogios à CBF e aos jogadores. "É vitória, não tem jeito", completou.
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