Investigado por golpe em Dudu tem prisão decretada por não pagar pensão
Thiago Soubhia Donda, procurado pela Polícia por conta do golpe de mais de R$ 22 milhões aplicado em Dudu, já tinha outro mandado de prisão expedido antes de ser acusado de lesar o jogador do Palmeiras.
O que aconteceu
O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) expediu um mandado de prisão contra Donda devido ao não pagamento de pensão alimentícia no dia 21 de agosto. A decisão foi pela prisão por 60 dias, e ele seria liberado com o depósito do valor do débito atualizado, mais as pensões alimentícias vencidas e vincendas no curso do processo.
Em contato com a reportagem, a defesa de Donda não quis entrar em detalhes por se tratar de um caso que corre em segredo de Justiça. A defesa ainda questionou o fato de Donda ser acusado de desviar R$ 22 milhões e não ter recursos para pagar pensão à própria filha.
Se realmente tivesse se beneficiado de algum desvio, obviamente não deixaria de cumprir com as obrigações alimentares. Wellington Vieira Martins Jr, em contato com o UOL.
Classificação e jogos
O mandado de prisão, ao qual a reportagem teve acesso, tem uma lista com sete endereços onde Donda poderia ser encontrado (seis em São Paulo e um em Campinas). Entre eles está a Clinica Nidô, clínica de estética avançada e medicina esportiva construída por Donda supostamente com o dinheiro desviado de Dudu.
A defesa de Dudu acredita que a polícia não encontrou Donda no processo pelo golpe golpe milionário contra o jogador justamente por conta deste outro mandado de prisão pelo não pagamento de pensão alimentícia, e por isso está foragido até agora.
Caso Dudu voltou a ter evidência nesta semana
O Estadão revelou na segunda-feira (9) que a polícia cumpriu dois mandados de prisão contra Donda e Joelson Aguilar dos Santos, ex-gerente da agência do Bradesco em São Paulo. O bancário foi preso, mas o empresário está foragido.
O caso veio à tona em fevereiro, quando a defesa de Dudu solicitou a instauração de inquérito no 15º Distrito Policial de São Paulo, que começou, então, a investigar as partes denunciadas. No centro da denúncia está Thiago Donda, amigo por anos de Dudu e uma das pessoas em quem o jogador mais confiava. Após a ação, o atleta cortou relação com o seu ex-assessor e desfez a amizade de mais de uma década.
A denúncia aponta que Thiago usou fichas bancárias com assinatura falsas de Dudu para desviar mensalmente dinheiro de uma conta no banco Bradesco em que o atacante recebia do Palmeiras os direitos de imagem, que, por lei, podem corresponder a até 40% do salário total de um jogador de futebol.
Além disso, Thiago atuou com a ajuda do gerente de uma agência do Bradesco em que Dudu mantinha conta e de um funcionário do 19º Cartório de Registro Civil de São Paulo, no bairro de Perdizes.
O gerente do banco, preso preventivamente nesta segunda-feira, foi demitido em dezembro de 2022. Já o funcionário do cartório não foi atuado neste primeiro momento. Como o inquérito não foi fechado, ele ainda poder ser incluído, caso a Justiça entenda dessa forma.
Dudu suspeita que Thiago desviava dinheiro de uma de suas contas desde 2015, ano em que o atleta se transferiu do Grêmio ao Palmeiras e contratou os serviços do assessor para lhe ajudar nas tarefas do dia a dia. Segundo a acusação, Thiago foi ganhando a lealdade e confiança do jogador e passou a ter acesso às finanças do atacante e a movimentar as contas bancárias do atleta sem ele saber.
Os advogados de Dudu avaliam que as fraudes cometidas foram: transferências e pagamentos de valores para conta de terceiros utilizando fichas internas com assinatura falsas; compensações de cheques com assinaturas falsas; débitos nas contas bancárias de produtos ofertados pela entidade bancária sem contratação e conhecimento das vítimas; operações de empréstimos mediante oferta de produtos; venda de títulos de capitalização sem autorização das vítimas; transferências de valores para conta de terceiros com autorizações preenchidas pelo gerente sem anuência do correntista;
Falsificações de assinatura; baixas de aplicações financeiras e resgates de ativos financeiros sem conhecimento das vítimas; utilização de PIX e TED não autorizadas.
Inicialmente, acreditava-se que o prejuízo era próximo à casa de R$ 18 milhões. Após nova análise, averiguou-se que o valor é de cerca de R$ 22 milhões. A defesa de Dudu pediu, no inquérito, que a polícia apurasse possíveis casos de estelionato, falsidade ideológica, associação criminosa, abuso de confiança, entre outros.
*Com informações da Agência Estado.
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