Por que Memphis comemora os gols com a mão no ouvido?
Do UOL, em São Paulo
11/09/2024 14h52
Reforço do Corinthians, Memphis Depay tem um jeito peculiar de comemorar seus gols. O atacante costuma tampar os ouvidos ao balançar as redes dos adversários.
O que aconteceu
A comemoração tornou-se uma marca registrada na carreira. A primeira vez que Memphis fez o gesto foi com a camisa do Lyon, da França, clube que defendeu entre 2017 e 2021.
Bloqueando todo o barulho. Embora a comemoração tenha sido interpretada como uma resposta às críticas, o atacante não costuma condicionar o gesto ao tema. Ele conviveu com críticas e turbulências na passagem pelo Manchester United, onde somou 33 jogos e apenas 2 gols.
O holandês explicou por que faz o gesto. De acordo com Memphis, a comemoração tem relação com a entrada numa espécie de "túnel", onde fica livre de distrações e foca na sua melhor versão.
Minha celebração? Cego e surdo ao mundo. Eu basicamente foco na visão do túnel. Não sinto nada, não vejo nada e foco. Eu penso que na vida é importante ser muito focado para apresentar sua melhor versão sem distrações.
Memphis Depay, em entrevista ao canal espanhol TV3
Quem é Memphis Depay?
Nasceu em 1994 e é filho de pai ganês com mãe holandesa. O alvo corintiano cresceu no vilarejo de Moordrecht e deu seus primeiros passos no futebol defendendo o Sparta Rotterdam, equipe da região.
Viu o pai abandonar sua família quando tinha quatro anos. Diante da ausência paterna, o então jovem sempre colocou apenas o seu nome "Memphis", e não sobrenome "Depay", em suas camisas. Os dois ensaiaram uma reconciliação recentemente.
Foi recrutado pelo PSV quando ainda tinha 12 anos — na época, o time holandês viu potencial em um jogo do Rotterdam e convidou o atacante para a base do clube.
Viveu uma adolescência conturbada e era considerado "temperamental": em meio a problemas de relacionamento, achou um escape fazendo tatuagens. Ao todo, ele soma mais de 50 desenhos espalhados pelo corpo, incluindo um leão que preenche quase 100% de suas costas.
Estreou nos profissionais do PSV em 2011 e, aos poucos, foi ganhando espaço até tornar-se, dois anos mais tarde, titular incontestável da equipe. O jogador já era figurinha carimbada na seleção de juniores de seu país.
Destacou-se na Copa do Mundo de 2014 e, pouco depois, acertou com o Manchester United. A passagem na Inglaterra caminhava bem até a chegada de José Mourinho, que o escanteou e optou por jovens como Rashford e Martial.
Assinou com o Lyon e engatou uma sequência goleadora: entre 2016 e 2021, marcou 76 gols em 177 jogos, média de quase 0,5 gol por partida — neste ciclo, a Holanda não participou da Copa do Mundo.
Fechou com o Barcelona há três temporadas, mas trocou o clube pelo rival Atlético de Madri logo depois de participar da Copa do Mundo de 2022. Na equipe de Diego Simeone, acumulou lesões musculares antes de não ter o seu contrato renovado.