Em entrevista ao UOL, o candidato da oposição à presidência do Palmeiras, Savério Orlandi, fez duras críticas a sua adversária no pleito de novembro, a atual presidente Leila Pereira, que busca reeleição.
Savério Orlandi afirmou que Leila Pereira usa o Palmeiras para se autopromover e gere o clube como se fosse "um CNPJ dentro de uma holding". Segundo ele, o projeto da atual presidente é pessoal e desrespeita a história centenária do clube.
Orlandi ainda cutucou Leila Pereira, adversária nas eleições. Ele disse que ela não pode atender vários pedidos do treinador português durante o mandato dela.
'Projeto de Leila é personalíssimo, calcado na autopromoção': "O nosso grupo é composto por várias correntes do clube e é um pessoal que está junto há um tempo no sentido de apresentar um projeto alternativo ao atual — um projeto personalíssimo, muito calcado na autopromoção, menos a instituição e mais a pessoa. Enfim, com uma visão de curto prazo, quando acabar, ela [Leila] vai embora. E a gente pensa mais a médio e longo prazo, em muitas coisas que o Palmeiras ainda precisa se aprimorar e evoluir. Hoje existem muitas coisas que a gente pode aprimorar e dar um caminho para a gestão".
'Palmeiras hoje é um CNPJ dentro de uma holding patrimonial': "O que hoje move a oposição é a retomada. Não é exagero, é o resgate do Palmeiras. O Palmeiras é uma instituição centenário, fez 110 anos outro dia, inclusive na festa em que foram comemorados esses 110 anos, nós tivemos ali uma menção a um período de basicamente três anos, o próprio vídeo que passou lá só mostrava conquistas dos últimos três anos, o que é algo que não podemos admitir. A gente vê o clube hoje numa condição como se fosse um CNPJ dentro de uma holding patrimonial que é a Crefipar. Então, a Crefipar tem uma instituição financeira, que é a Crefisa, uma instituição de ensino, uma empresa de táxi aéreo, que é a Placar, uma concessão pública, que é o estádio de Barueri, e tem um clube de futebol. É disso que nós queremos resgatar [o Palmeiras]".
'O resultado esportivo do Palmeiras é inequívoco, mas não é dela': "Não vou usar a palavra autoritária, mas centralizadora, que não permite, não promove o debate, não admite em hipótese nenhuma a crítica, o que é um absurdo. O Palmeiras nunca foi assim, um patrulhamento enorme, sobretudo em cima dos seus apoiadores, que passam a ser constrangidos. Isso é muito ruim. O resultado esportivo é inequívoco, mas não é dela, ela faz parte, mas essa história exitosa das conquistas nos últimos anos, talvez o período mais profícuo da história do Palmeiras, não passa só por ela. Começa lá atrás, tem no Allianz Parque um elemento transformador, a passagem do Paulo [Nobre, ex-presidente], que foi importantíssima naquele momento, naquela hora, um cara com a tenacidade, o engajamento, o envolvimento que ele teve, sobretudo na parte financeira. O Maurício deu a continuidade e ela vem. Agora, a dificuldade está justamente em descaracterizar as narrativas da presidente, porque hoje o que ela fala soa como verdade. Alguém que a controverte é tido como herege, o cara vai pra fogueira pra ser queimado, o cara é excluído, marginalizado. É desse lugar que temos que sair".
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