Gabigol e Vegetti: camisas 99 de Flamengo e Vasco têm fases opostas

O número 99 está longe de ser comum no futebol. No entanto, coadjuvante é algo que ele não é nos rivais Flamengo e Vasco, que se enfrentam neste domingo (15), às 18h30, no Maracanã. O rubro-negro Gabigol e o cruzmaltino Vegetti são os personagens de peso que envergam essa numeração e têm gerado sentimentos variados para suas respectivas torcidas nesta temporada.

Gabigol vive período de incertezas

Gabigol adotou o 99 no meio de 2024 após polêmica onde apareceu vestido com uma camisa do Corinthians. Depois de toda repercussão, a diretoria do Flamengo decidiu multá-lo e tirar dele a emblemática 10 de Zico, que lhe havia sido dada em 2023.

Agora, o atacante vive fase de afirmação mais uma vez. Sem Pedro, a primeira escolha de Tite foi por Bruno Henrique na vitória por 1 a 0 sobre o Bahia, pela Copa do Brasil, na última quinta (12). O jogador retornou de lesão após praticamente um mês fora e foi acionado somente no segundo tempo.

Nós não fizemos projeção para o restante da competição sem o Pedro. A gente fortalece quem está, e o campo vai falar. É adaptação
Tite

O pouco prestígio atual se refletiu também na discussão sobre a renovação de contrato. Se no fim do ano passado ficou acordada a renovação por cinco anos, nunca assinada, a diretoria ofereceu há alguns meses mais um ano, mantendo o aumento de 50% no salário combinado antes.

Atualmente a chance de o camisa 99 ficar é muito baixa. O Fla diz ter chegado ao limite na proposta e o jogador se sentiu desvalorizado pelo tempo oferecido. A atual diretoria acredita que Gabigol precisa dar retorno técnico antes de pedir um contrato mais robusto, enquanto o centroavante valoriza a história construída no clube.

São duas situações: como vice-presidente acho que já fechei a janela, fiz tudo que deveria fazer. Agora, as renovações e ampliações de contrato são feitas sistematicamente dentro do clube. Acontece com jogadores da base e outros. Em determinado momento tem a hipótese da renovação de contrato. Dentro da situação que se tem hoje não é impossível, mas infelizmente hoje é pouco provável
Marcos Braz

Mesmo assim, Gabi segue sendo o favorito no Maracanã. Independentemente dos eventos que ocorreram, a torcida até demonstrou certa indiferença no reencontro após a polêmica com a camisa do Corinthians. Pouco depois veio a goleada sobre o Vasco com o último gol dos pés dele e tudo mudou novamente. Ovacionado sempre que entra em campo, o atacante ainda tem os rubro-negros ao lado.

Vegetti vive lua de mel com os vascaínos

Pablo Vegetti vive uma lua de mel com o Vasco. Decisivo desde a sua estreia, em agosto de 2023, o camisa 99 ganhou o carinho dos vascaínos e a conexão só tem aumentado.

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O argentino buscou se aprofundar na história do clube, entendeu as características e exigências da torcida e passou a viver o cruz-maltino de maneira intensa. Hoje é capitão do time, amigo de Rodrigo Dinamite — filho do maior ídolo do Vasco — e sua família demonstra gratidão pelas portas que a instituição abriu para um jogador de 35 anos que passou a carreira inteira atuando em clubes de pequeno e médio porte da Argentina.

Em 2024, já é o artilheiro da Copa do Brasil e o vice do Campeonato Brasileiro, sendo que o líder Pedro, do Flamengo, se lesionou e não joga mais na temporada. No total desde sua chegada ao Vasco, são 60 jogos e 28 gols, uma média de quase 0,5 por partida.

E se por parte dos vascaínos, muitos dizem já amar o argentino, pelo lado do jogador o sentimento é recíproco nesse pouco mais de um ano de convivência.

Cara, como posso explicar isso? Acho que pela maneira de viver o futebol, de jogar futebol. Falo sempre que futebol é minha vida, então como eu vivo, jogo futebol. Vivo para o clube, para o Vasco, para brindar ao máximo o clube que confiou em mim. Eu falo que você tem que viver como dentro do campo. É minha maneira de pensar e por isso que essa conexão foi tão forte.
Vegetti, ao UOL

Vegetti não teve um amor à primeira vista somente pelo Vasco. O Rio de Janeiro também o encantou a ponto de ele já cogitar viver na cidade após se aposentar do futebol.

Sua família, por exemplo, sente-se totalmente adaptada à capital carioca. A esposa, Joselina Bonetti, já possui amizades brasileiras e o pequeno filho do casal, Vittorio, iniciou os estudos numa escola no bairro da Barra da Tijuca, na Zona Oeste (RJ), onde vivem em uma confortável casa em um condomínio onde moram outros jogadores do elenco, como Philippe Coutinho, Lucas Piton e Souza.

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Muito legal [o Rio de Janeiro]. Minha famiíia está muito bem, se adaptou muito rápido. Para mim, isso é muito importante. Se eles estão bem, eu fico tranquilo para trabalhar, para colocar minha cabeça só no futebol, no trabalho do dia a dia. Somente brindar ao máximo o Vasco.
Vegetti, ao UOL

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